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Ítalo - HR

- o que você fez? - meu pai perguntou se aproximando com Hugo

- eu matei o desgraçado - respondi limpando minhas mãos nas partes da blusa que não estavam encharcadas com o sangue do filho da puta do Davi

- como ela tá? - Hugo perguntou

- em choque - fui sincero - não queria que ela me visse assim, mas eu precisava mandar aquele filho da puta pro inferno por ter tentado...- tentei falar mais não consegui, respirei fundo - ele ia se aproveitar dela - expliquei

- você fez o certo filho, estuprador não tem vez aqui dentro e você sabe - me olhou - vai pra casa e se limpa - completou

- certo - concordei

- cuida da minha sobrinha Ítalo, ela é tudo que eu tenho, é a minha família, sei que ela gosta de você - Hugo me olhou

- não se preocupa, nada vai acontecer com ela enquanto eu estiver por perto, eu posso te garantir - falei pegando meu capacete e subindo rápido pra casa

(...)

Tomei um banho pra limpar a minha alma, tirei cada gotícula de sangue que aquele infeliz jorrou em mim e refleti sobre os meus sentimentos com relação à Maria Alice, ela mexia comigo de um jeito que não tinha explicação

Depois que terminei, vesti minha calça de moletom e uma camiseta folgada, sai do quarto e fui procurar Maria Alice, ela estava sentada na cama do quarto de hóspedes, ainda com a mesma roupa do baile e olhando pra parede

- posso entrar? - perguntei parado na porta

Ela me olhou dos pés à cabeça e seus olhos pararam nas minhas mãos, fiquei calado apenas esperando uma resposta, ela sinalizou que sim com a cabeça

- como você está? - perguntei me aproximando

- eu não sei - respondeu depois de alguns segundos de silêncio

- não queria que você tivesse me visto daquele jeito, sei que você tá assustada e que ficou com medo do jeito que eu estava, mas Maria aquele cara era um filho da puta e ia se aproveitar de você, e não é de hoje que eu to vendo ele tentar se aproximar de você daquele jeito - tentei começar a me explicar - eu fiquei puto quando eu vi aquele idiota tentando se aproveitar da situação, eu não me arrependo de nada que eu fiz, deveria...- continuei mas fui interrompido

Ela puxou meu rosto com as mãos e me beijou devagar, me surpreendi com a atitude e demorei um tempo pra retribuir, logo minhas mãos estavam tocando sua cintura, senti que meu rosto estava ficando molhado, me afastei e ela estava chorando e me olhando

- não me deixa passar por aquilo de novo Ítalo...- ela falou com a voizinha de choro e com as grandes lágrimas escorrendo pelo seu rosto

- eu estou aqui e vou cuidar de você...- puxei ela para um abraço e respirei fundo sentindo ela me apertar forte ainda chorando

Depois que ela se acalmou chamei ela para o meu quarto para que ela conseguisse tomar banho, deitei na cama respirando fundo e pensando no quanto aquilo era uma loucura, garota nenhuma me fez sentir essa necessidade de estar perto, de proteger e cuidar, eu estou ficando maluco

Ela saiu do banheiro já vestida com um shortinho que marcava bem o seu corpo e uma blusa de pizza, sorri encarando a cena

- me empresta uma blusa sua? - ela perguntou olhando pro meu guardava roupa

- pode pegar - falei olhando ela andar pelo quarto e parar na frente do guarda roupa, remexeu em todas que estavam nos cabides e parou na minha favorita, ela pegou e começou a tirar a blusa que estava - porra ruiva...- ri virando de barriga pra baixo e enfiando a cara no travesseiro

- esqueci, desculpa! - falou assustada e eu ri apenas fazendo um joinha com a mão sem olhar pra ela - pronto - falou e eu me virei novamente, ela já estava saindo do quarto

- dorme comigo ruivinha... - falei olhando pra ela

- só dormir? - me olhou receosa

- só dormir... - concordei, ela assentiu vindo na minha direção - desliga a luz aí - falei e ela revirou os olhos apagando e vindo na minha direção

- mexe no meu cabelo - falou deitando na cama e virando de costas pra mim

- folgadona...- falei baixo e ela riu baixo também, toquei seus fios ruivos e relaxei.

Morro do alemãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora