Morro do alemão

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- Solta ela agora porra! - ele falou vindo na nossa direção e os dois caras que estava armados miraram nele fazendo ele parar 

- Não dê uma de galinho de briga HR - o cara que estava me segurando falou - Libere a passagem lá em baixo e não alarde ninguém - ele pediu 

- Você acha mesmo que vai entrar no meu morro, ameaçar a minha mulher e vai sair como se nada tivesse acontecido? - HR falou com a arma apontada pra ele 

- Se tentar atirar em qualquer um de nós você perderá ela - ele falou - O que mais vale pra você? - ele perguntou 

- Solte ela e eu tentarei ter piedade quando torturar você - HR falou desarmando o gatilho 

- Ultima tentativa - o homem falou 

- Para, para pelo amor de Deus - Meu tio falou olhando pra HR, implorando - Libera a passagem HR, eles vão matar ela - Ítalo parecia estar em transe 

- Por favor... - chorei de soluçar - Por favor amor...- olhei pra ele desesperada 

- Não posso deixar você ir - ele falou me olhando, senti o peso das suas palavras 

- Eu vou voltar - chorei 

- Eu vou trazer você de volta - ele falou abaixando a arma devagar, pegou o radinho da cintura e apertou - Entraram no morro, não atirem, eles estão com a minha mulher - ele falou e em seguida colocou o radinho na cintura novamente - Eu amo você Maria - ele falou

- Eu também te amo - falei chorando

O homem me arrastou descendo o morro e quando estávamos perto de um carro preto sem placas que subiu o morro o homem que me segurava virou para trás dando dois tiros, tudo pareceu ficar em câmera lenta, Ítalo caiu pra trás com a pressão dos tiros e eu gritei tentando correr em sua direção, meu tio e HR abaixaram para segura-lo

- Não - gritei tentando ir em sua direção - Por favor, me solta, me solta! - chorei apavorada implorando para Deus que tudo aquilo fosse uma mentira

Senti a pancada na cabeça quando ele bateu na minha cabeça com o fuzil, ouvi gritos mas meus olhos já não tinham forças para se manterem abertos e eu apaguei. 

(...)

Chorei sentindo a dor mais horrível do mundo, não sabia se Ítalo estava bem, estava ao que pareciam horas dentro de um  buraco minúsculo onde eu mal via luz, as janelas estavam fechadas com toras de madeira e apenas algumas frestas de luz clareavam o ambiente. Ouvi um barulho de passos e a porta se abriu 

Um homem encapuzado entrou armado e em seguida Tigre 

- Seu merda do caralho - gritei ainda chorando e fui em direção a ele 

Ele não fez nada, apenas deixou que eu tentasse bater nele, quando cansou segurou meus pulsos 

- Já basta - ele falou sério - Me bater nas trás de volta seu amado namoradinho - ele falou e sorriu quando meu rosto se contraiu 

- O que...- senti minhas pernas bambearem 

- Isso mesmo que você ouviu, HR ta morto - ele falou rindo e eu gritei sentindo meu peito se lacerar