Spin off - part 1.

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N/a: Boa noite! Surprise, bitches!

Vocês devem estar se perguntando que porra é essa, né? Muito bem! Farei uma introdução rápida aqui e IMPLORO para que leiam as notas finais, explicarei melhor lá. POR FAVOR!

Esse "spin-off" já está escrito há muito tempo e nós decidimos postá-lo só agora. Nele, as gêmeas já são bem grandinhas, como podem ver na capa do capítulo e ele foi escrito para ter um foco maior NELAS, okay? Mostrando um pouco da relação delas com as mães. Então vamos aos dramas familiares KKKK <3

Até as notais finais!

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"Eu não perco a estribeira, levo na brincadeira, saber envelhecer é uma arte e isso eu sei, modéstia parte." – Adorinan Barbosa.

Lauren POV

Depois de uma certa idade, eu adquiri o terrível hábito de trabalhar na madrugada, deixando para fazer planilhas, ler relatórios, revisar contratos, dar andamento em projetos nas horas que antecediam o nascer do sol. Já que eu podia me dar ao luxo de fazer o meu cronograma na empresa, mudei meu horário de entrada para a tarde, trabalhando naquele ambiente exaustivo e corrido apenas quatro horas por dia. Camila não gostava muito disso, dizia que eu trazia trabalho demais para casa e não dava a ela a devida atenção como antes. Bobagem! Não sabem como era Camila? Tinha o costume de dizer bobagens e fazer seus dramas que sempre terminavam conosco na cama. Era dela o meu tempo desde quando posso me lembrar, a primeira vez que a vi aos meus trinta e três anos, lá se foram mais de vinte anos de casamento e seu jeitinho de menina dengosa não havia mudado, nada.

Sua personalidade ainda era a mesma, mas sua aparência trazia algumas mudanças. As marcas do tempo, lindas marcas de seu envelhecimento, que só fizeram com que ela ficasse ainda mais bonita. Minha carioca tornou-se uma mulher arrebatadora, sua beleza extrema despertava olhares aonde chegávamos. Era vaidosa, estava sempre bem arrumada, cuidada, cheirosa, nunca havia nada de errado naquele rosto de traços delicados e hipnotizante. Seus olhos ainda brilhavam naquele fogo ardente, que me consumia dos pés à cabeça desde quando ela tinha vinte anos. Quando ela sorria, ainda era o mesmo sorriso, aquele que ela abria para mim depois de me dizer "Eu te amo!". Depois de tantos anos, Camila ainda era a minha menina dengosa, minha menina com traços de mulher, uma mulher madura, inteligente, experiente e mais velha, mas ainda sim a minha menina. E sempre seria.

Depois das gêmeas, nós tivemos mais um filho, um menino, seu nome era Benjamin Kayin, segundo nome em yorubá que significa "menino muito aguardado". Nasceu da minha barriga, de um óvulo doado por Camila. Ele era a cara dela, mas possuía a minha personalidade. Benjamin era o oposto de Sol e Luna, não se parecendo em nada com ambas na questão comportamento. Era um garoto de dezesseis anos, educado, muito bonito como a mãe, quieto, inteligente, tímido, muito focado em seus objetivos e queria seguir os meus passos. Eu tinha muito orgulho dele, o amava com tudo de mim, o carreguei em minha barriga por nove meses e o laço que possuíamos era inquebrável. Benjamin terminou de formar a nossa família, trazendo para minha esposa e eu o sentimento de realização.

Com Camila a vida era incrível, cheia de cores, emoções, prazeres. Com ela, eu transbordava, sentia-me jovem, um sentimento que criava uma contradição com o meu reflexo mais velho no espelho. Com Camila, eu sentia que a vida era eterna e que não importava quanto tempo se passasse, eu continuaria pertencendo a ela. Fui dela na vida passada, sou dela nessa vida e serei dela em outras. Eu sempre voltarei aqui por ela e ela sempre voltará aqui por mim. Como dizem nos melhores romances... para a eternidade.

Levei a xícara de porcelana a boca, sorvendo um pouco do café quentinho apenas com uma colher de açúcar. 2:30hrs da manhã, era o que dizia o relógio no canto inferior direito na tela do meu notebook. Minha coluna doía um pouco por estar muito tempo sentada, mas eu ainda tinha muitas planilhas para terminar e não gostava de fazer pausas. Trabalhar era um prazer para mim, me dava muita satisfação, me mantinha ocupada sendo útil. Não me imaginava fazendo outra coisa na vida que não fosse estar no comando da Microsoft e de todas as suas filiais espalhadas pelo Brasil. Eu dirigia todas elas sem dificuldade alguma. Comandar fazia parte de quem eu era; uma mulher de negócios.

Águas de MarçoWhere stories live. Discover now