30 - Axé!

105K 4.4K 15.9K
                                    


N/A: Heeeeey, guys, Hannah aqui! Desculpa pela demora, eu tava enrolada no escritório e faculdade, mas cá estou eu atualizando essa beleza. Gigi e eu esperamos que vocês gostem desse capítulo, deu um baita trabalho escrever. Ele é muito importante porque mostra conhecimentos sobre o Candomblé, peço que leiam com mente e coração abertos e, acima de tudo, respeito.

Enjoy(:

__________________________________

"Isso é pra te levar no meu terreiro

Pra te levar no meu candomblé

Pra te levar no meu altar.

Isso é pra te levar na fé,

Pois Deus é brasileiro.

Muito obrigada, axé!"

- Ivete Sangalo e Maria Bethânia

_________________________________________

LAUREN POV

Estar com Camila era, sem dúvida alguma, uma aventura por dia. Sem contar com as experiências de quase morte que ela me fez passar enquanto fazíamos uma trilha sem supervisão porque, segundo ela, sabia todos os caminhos possíveis e impossíveis. O resultado foi um joelho ralado por mim e o resgate pelos bombeiros. Enquanto aqueles homens nos passavam um manual de noção, Camila sorria e olhava pra ele como se aquelas palavras estivem entrando por um ouvido e saindo pelo outro. Foi só quando ela realmente se cansou de ouvir a ladainha que levantou e me puxou pelo braço, deixando o homem com cara de paisagem.

- Ele estava de palhaçada, sabia? Não tinha nenhuma necessidade de falar sobre casos de desaparecimento e bla bla bla. - ela fez um gesto com as mãos e eu sorri, negando com a cabeça. - É sério! Já ouvi essas ladainhas umas mil vezes, aquele cara queria assunto, isso sim. Sem contar que não parava de olhar pra você e suas pernas. Fiquei com ciúmes dele cuidando do seu joelho, estava com segundas intenções.

- But... but... baby...

- Eu sei de um método muito melhor pra aliviar dores e melhorar machucados, sabia? Minha mãe me ensinou.

- Sério? Como funciona?

- Desse jeito.

Camila sentou um banco e pediu pra que eu levantasse o joelho até ficar de frente para o rosto dela. Algumas pessoas que passavam pareciam interessadas com a cena, outras apenas seguiam suas vidas. Camila observou o machucado que tinha um band-aid, se aproximou até eu senti sua respiração leve no meu joelho e deu um beijo por cima do curativo. Mais uma vez senti meu coração amolecer.

- Tenho certeza que agora vai até cicatrizar. - ela sorriu franzindo o nariz e mostrou a língua. - Quer almoçar? Podíamos tomar um banho, faço um curativo melhor nesse joelho e saímos pra comer.

- A ideia é perfeita, minha barriga está roncando e esse sol não ajuda em nada.

- Certo, comemos qualquer coisa e pegamos a estrada depois de descansar.

Camila e eu comemos em um restaurante perto do hotel e quando menos esperava, já estávamos na estrada voltando para o Rio. Observei os detalhes enquanto passávamos por pequenas cidades, o jeito das pessoas que não lembrava nem um pouco a loucura da cidade grande. Era uma gente simples, que pouco se importava com carros, pareciam preferir bicicletas ou carroças puxadas por burrinhos. Abri um sorriso involuntário vendo um grupo de crianças se divertindo em uma pracinha e Camila me chamou atenção.

Águas de MarçoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora