8 - Infinito particular.

162K 7.2K 16.7K
                                    

N/a: Boa noite, mores! Demoramos porque não estávamos com tempo, mas cá estamos. Esperamos que gostem. Podem ouvir a playlist enquanto fazem a leitura, se quiserem, ela está no spotify. Vou deixar o link nas notas finais. Nos falem o que estão achando, comentem, xinguem, qualquer coisa. UHSHUAASHU

Qualquer erro, eu (Gisele), conserto depois quando perceber. Estou com muuuito sono, então, relevem. Amamos vocês! <3



Camila POV

"Se tenho fome como logo o Pão de Açúcar, urro no topo da Urca. Se quero abraço, tenho o Cristo pra me abraçar. Tamborim pra ti tarol, escolados pelo sol. Rio e morro de amar."

Vide Gal – Marisa Monte.

: - Estou bonita?

Abri os braços e girei sobre os meus pés, fazendo com que minha saia rodada na cor branca ganhasse vida. Sofia me encarava com semblante de gente grande, batendo as pontas dos dedos no queixo, me avaliando.

: - Você está linda, Mila.

Ela deu um sorriso doce, largando de lado o controle do Xbox.

: - Hmm, bom saber. – Me aproximei dela e me curvei sobre o encosto do sofá, depositando um beijo em sua cabeça. – A irmã está de saída, não me espere acordada. Se comporte, não dê trabalho a babá.

: - Não é babá, eu já tenho dez anos, Camila.

Sofia resmungou ofendida, rolando os olhos. Ela era ou não era uma graça?

: - É babá e acabou. – Me ergui, ajeitando o cabelo por cima dos ombros. – Estou indo. Eu te amo!

: - Chata! – Eu já estava abrindo a porta quando a ouvi dizer. – Também te amo!

Os dias que se passaram desde o meu primeiro beijo com Lauren foram surpreendentes. Nunca antes havia me imaginado em uma situação como aquela. Estava acostumada a viver dias de presa, nunca de caçador. E do nada me descobri uma caçadora incansável, rondando a espreita o que eu muito queria ter. Lauren se tornou um doce vício, o gosto de sua boca, o peso de seu olhar, o calor de suas mãos, tudo isso formava o conjunto perfeito que me puxou pelas pernas. Eu estava louca por aquela mulher, de joelhos, sabe? E eu ficaria de quatro por ela em qualquer lugar. Estava descobrindo o sabor da emoção, do sentir dentro, bem fundo, nada superficial. Aquele sentimento que não precisa de título, que chega com força total e sem aviso, derrubando todos os conceitos definidos. Eu não estava me importando com a mudança drástica que houve em minha vida desde que Lauren entrou nela. Eu me importava com o que eu queria, evitava e muito me martirizar com perguntas que eu ainda não sabia as respostas. Viver era o importante, o resto que fosse para o inferno.

Dirigir sempre foi uma ótima distração, mas não estava funcionando muito bem naquele momento. Minha cabeça não saia do encontro que eu teria com Lauren dali a alguns minutos. Espera! Era um encontro, não era? Não havia outra definição para aquela situação. Lauren e eu teríamos um encontro, nosso primeiro com nós duas cientes disso. Não conseguia saber o que ela pensava sobre nós, era como se Lauren funcionasse sob limites. Havia um limite para tudo o que ela fazia e queria, nunca agia por impulso, o controle a rodeava o tempo todo. Era como um fantoche, escrava da limitação. Não existia aquele simples prazer de fazer as coisas sem pensar, simplesmente ir lá e pronto, fazê-las. Não existia o frio gostoso do medo de ter que encarar as consequências. Não existia a liberdade de viver como se o amanhã não existisse, para Lauren, ele sempre existia, e vinha carregado de trabalho e obrigações. Talvez o meu maior desejo, desde que a conheci, era ensiná-la que viver vai muito além disso.

Águas de MarçoWhere stories live. Discover now