33 - A lua e o sol - part1.

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N/a: Boa noite! Eu disse que voltaríamos logo, não disse? Cá estamos. KKKKKK trago para vocês a primeira parte do último capítulo de Águas de Março, que como vocês estão vendo, será dividido em dois. Postarei a primeira parte hoje e a segunda quando terminar de escrever. Ocorrerá passagens de tempo no decorrer dos capítulos, muitas, estou avisando que é pra vocês não se perderem.

Essa primeira parte vem para fechar uma questão sobre a Lauren, que precisava ser fechada. É um capítulo grande, muito explicativo sobre algumas coisas, e eu, (Gisele) escrevi de forma detalhada para que todos vocês entendam sem dúvida alguma. É particularmente especial pra mim. Esperamos que gostem, e que estejam felizes com esse retorno, mesmo que seja o início do Adeus a essa ficzinha especial para nós. Aproveitem e nos digam o que estão achando, comentem e surtem. Até breve ;*

~

"Me perdi pelo caminho, mas não paro não, já chorei mares e rios, mas não afogo não. Sempre dou o meu jeitin, é bruto, mas é com carin, porque Deus me fez assim, dona de mim." - Dona de mim - Iza.

1 ano depois ~

Camila POV

41 graus, era o que o termômetro da praia de Copacabana marcava naquela tarde de sábado, no Rio de Janeiro. A praia estava lotada, sem local até mesmo para sentar, e foi por esse motivo que decidimos ficar na cobertura de Lauren, tomando banho de piscina, fazendo churrasco com muita cerveja, pagode e funk. Bem Rio de Janeiro, não? Se não for assim, eu nem quero.

Dinah estava na churrasqueira, já que era a única que sabia assar a carne sem deixar queimar. Vestia um biquíni branco minúsculo, que entrava em contraste com o bronzeado de sua pele. Que mulherão da porra ela era! Estava mais do que explicado o fato de Mani ter ficado com os quatro pneus arriados por ela. Seu cabelo estava mais escuro, ela havia pintado de castanho recentemente. Pernas longas e malhadas, seios grandes, uma tatuagem linda que descia por sua nuca e terminava nas costelas do lado direito. Dinah parava o trânsito, e não podia ser julgada por isso.

Mas eu não tinha motivos para sentir inveja de Normani, não é? Afinal, eu tinha o meu próprio paraíso para admirar. E lá estava ela, deitada de bruços na borda da piscina, abraçada por um maiô azul escuro maravilhoso, de laterais abertas, expondo sua pele branca leitosa. Cabelos presos em um nó, óculos de sol no rosto, e uma taça de um drink de morango em sua mão direita, aonde ao colocar o canudinho entre os lábios, ela o sugava de forma charmosa, me arrancando suspiros.

: - Corpaaaaaço, viu? - Mani disse por mim, lendo meus pensamentos. Eu soltei uma risada vendo Lauren corar e abaixar os óculos para encará-la. - Deus te crie, Jauregui! Deus te crie!

: - Ai ai, eu tô passando é bem, né? - Coloquei o engradado de latas de cerveja que eu tinha na mão, sobre a mesa no canto da sacada. - Tô sendo muito bem alimentada.

: - Camila! - Lauren negou com a cabeça, rindo sem graça. - Para, amor!

: - Deixa de ser sonsa, Jauregui, porque eu sei que tu não tem nenhum pingo de vergonha nessa cara branca.

Dinah comentou entre risadas, tomando um gole da Heineken que tinha em mãos. Nós caímos na gargalhada, observando a mulher que eu amava corar tão forte, que seu rosto parecia pegar fogo. Era incrível o fato de Lauren ainda corar com as coisas que eu e as meninas falávamos, parecia que, não importava quanto tempo passasse, ela nunca perderia um pouco da timidez. Aquele era seu charme, afinal.

Naquele ano que passou, muita coisa havia mudado em nossas vidas, era como se tivéssemos vivido dez anos em doze meses. Meu pai havia arrumado uma namorada bem mais nova que ele. No começo foi estranho, mas já estava me acostumando com a ideia de ver outra mulher dentro de casa, já que ela praticamente morava conosco. Seu nome era Marina, trinta anos, uma mulher linda, negra, alta, neuro-cirurgiã recém-formada, trabalhava junto com ele no hospital. Marina tratava Sofia e a mim muito bem, sempre nos aconselhando e fazendo com que nosso pai prestasse mais atenção em nós. A presença dela acabou nos trazendo muita, muita coisa boa. E lá estava a vida, mais uma vez mostrando que, o que a gente julga hoje, amanhã pode passar a fazer parte da nossa rotina. Meu pai havia aprendido que quando se ama, tudo é possível.

Águas de MarçoWhere stories live. Discover now