7 - Nosso jogo é perigoso, menina.

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N/A: Hey, guys, Hannah aqui.

Não demoramos muito pra atualizar, viu só?

Espero que tenham curtido o último de Skyfall!

Temos uma playlist de Águas de Março no Spotify (https://open.spotify.com/user/aguasdemar%C3%A7ofic/playlist/6yVz3plbIHdO8EiVTBXXDM)

Qualquer erro, conserto depois.

Enjoy(:

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LAUREN POV


"Acho que devemos fazer coisa proibida – senão sufocamos.

Mas sem sentimento de culpa e sim como aviso de que somos livres".

- Clarice Lispector


Resistir. Resistir. Resistir. Resistir. Não, é impossível. A língua dela implorava cada vez mais e meu corpo, impulsionado pelo desejo, dava o que ela pedia. Minhas mãos percorreram as curvas, sentiram a pele, tocaram a bunda. O aroma dela me fazia delirar enquanto o som abafado de gemidos escapava de nós, impossibilitado de ser freado. Camila estava tão entregue, que não reclamou quando ergui seu corpo e a carreguei até a bancada central da cozinha. As pernas dela estavam entrelaçadas na minha cintura e respirei fundo quando ela rebolou de leve, pedindo por contato. Senti as unhas dela passeando na minha nuca e meus pelos arrepiaram, me fazendo sorrir. Ela me acompanhou, soltando uma risada gostosa enquanto mordia meu lábio inferior. Na minha cabeça vinham tantos pensamentos ao mesmo tempo, pensando que aquilo era errado, mas ao mesmo tempo, certo. "Deus, ela é a melhor amiga da minha irmã, tem só vinte anos. O que estou fazendo?". Mas não conseguia parar. O gosto dela era como experimentar uma coisa nova e se viciar. Por mais que ela fosse mais nova, tinha uma cabeça madura e que me atraía. Talvez fosse melhor frear antes que ultrapasse as nossas barreiras, aquela não era a hora certa. Dei um último beijo e me afastei, tentando manter a calma.

- Lauren, o que aconteceu?!

- Eu.. eu.. isso não podia acontecer. – estava falando com pausas, recuperando o fôlego. – Holy fuck, what the fuck just happened?!

- Desculpa, eu não pensei que você não fosse gostar, isso também é muito novo pra mim, nunca fiz nada parecido. Só que com você parece tão certo e..

- Fuck.. fuck! – passei a mão pelos cabelos, caminhando até a sala. Camila pulou da bancada e me deu um olhar curioso antes de caminhar com pressa até a porta. – Wait! I mean.. espera! Onde você vai, menina?

- Pra lugar nenhum, só estou tirando o chinelo pra ficar descalça. Por quê? Pensou mesmo que eu fosse ir embora? Já tinha falado que não sairia daqui nem que mandasse.

- Você é inacreditável, sabia?!

Como eu já esperava, sorriu e veio na minha direção. Revirei os olhos e ri enquanto aquela garota se aproximava com uma feição juvenil de quem acaba de pregar uma peça. Ela segurou meu rosto e notei que estava corada, com a respiração à mil. De fora vinha o barulho do mar de Copacabana e fechei os olhos para sentir uma brisa gelada que entrou pela porta da varanda. Abracei Camila com força e lhe dei um beijo na ponta do nariz, ouvindo um suspiro calmo lhe escapar. Quando nos separamos, começamos a rir como duas crianças. Foi tão inesperado o que tinha acabado de acontecer, que não tivemos reação alguma a não ser gargalhar. Camila saltitou até a vitrola e tateou alguns dos meus vinis com os dedos, cantarolando alguma coisa. Reparei seus traços, a maneira que mordia os lábios enquanto se concentrava em achar o que estava procurando, a tornozeleira brilhando em contraste com a pele morena e o cabelo caindo em cascata pelo ombro esquerdo. Depois de alguns segundos, ela soltou um gritinho animado e puxou o vinil com o nome "Tim Maia".

Águas de MarçoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora