Primeiro Com "P" de Amor

Aceitação

NOTAS: oi, meus amores! como vocês estão? cheguei com mais um capítulo da pepe e, mais uma vez, esse é um dos meus favoritos, pois acho que ele tem várias partes bonitas, nem parece que fui eu que escrevi :( DKSJDKSJ. tem narrações MUITO importantes sobre nosso jiji~~ e mais momentinhos dos yoonmin juntos ♥

obrigada a @gcforvante pela betagem e eu espero que vocês gostem! boa leitura, bebês ♥

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Até conhecer e virar amigo de Yoongi, Jimin nunca tinha se imaginado como uma pessoa não-hétero. Não achou que fosse uma possibilidade, porque, para si, era comum olhar e admirar outros garotos da forma que fazia. Somente ao se perceber gostando de Yoongi foi que se deu conta de que, na verdade, achar outra pessoa do mesmo gênero linda era sim comum; a maioria achava, mas não como ele achava, olhava e admirava.

Era normal, porém, não era comum como pensou que fosse. Nem todos os garotos olhavam para pessoas do mesmo gênero do jeito que Jimin olhava. Porque seu olhar e admiração também tinham gosto, atração, desejo... e vontade. Não era apenas um olhar. Sempre foi mais do que isso. Jimin só não havia se imaginado naquela situação até Yoongi surgir em sua vida e tomar conta de todos os seus sentidos e sentimentos.

Passar boa parte da vida pensando que era hétero fez Jimin se reprimir inúmeras vezes, achar que estava errado em vários momentos, inclusive quando não era capaz de retribuir o que a ex-namorada sentia. Nenhum arrepio subia por seu corpo quando a beijava como acontecia com Yoongi. Nenhuma vontade de abraçá-la, segurar sua mão, de ficar por perto assolava o ser de Jimin da forma que ocorria toda vez que ouvia falar o nome de Yoongi.

Younha tinha sido a única experiência romântica de sua vida – até aquele momento –, então era tudo o que tinha para comparar e entender o motivo de não ter dado certo, de não ter se sentido bem como acontecia nos filmes de romance que adorava assistir. Mas também existia o fato de Jimin nunca ter olhado com aqueles olhos para qualquer outra garota. Se sentiu errado, pois via a maioria dos garotos de seu time passando por aquilo, comentando sobre várias meninas, mas ele simplesmente não queria fazer o mesmo. Não sentia vontade e interesse naquilo.

Agora entendia o porquê.

Mas era difícil lidar com essa nova descoberta. Se ninguém nunca tivesse lhe dito que o certo era crescer, encontrar uma mulher legal para casar, ter filhos e formar uma família igual a de um comercial de margarina, ele jamais iria se sentir errado por estar se apaixonando por um garoto, por estar vivendo seu primeiro amor. Muito menos por descobrir o que realmente o atraía e encantava, além de passar por aquele processo de revelação de sua verdadeira orientação sexual.

No entanto, a grande maioria da sociedade pensava daquela forma, ainda mais em um país de mente fechada como o que vivia. Jimin sentia culpa por ser quem era de verdade. Sentia culpa por gostar tanto de beijar Yoongi, por não conseguir parar de pensar nos momentos que passaram juntos antes de entrar em casa, deitar em sua cama e cair no sono com um sorriso bobo, alegria inundando seu peito feito uma corrente d'água de uma torneira quebrada.

Ele não queria, mas era inevitável. Sabia que seus sentimentos eram sinceros, suas vontades genuínas e válidas assim como as de qualquer outra pessoa apaixonada por alguém do gênero oposto, que seguia o padrão imposto socialmente. Jimin era válido. Mas não era assim que se sentia enquanto se culpava, pensando na reação que seu pai teria ao descobrir que não era um filho perfeito como ele desejava que fosse.

Jamais seria motivo de orgulho para a pessoa que mais queria agradar e orgulhar.

Jimin tinha conhecimento de todas aquelas verdades, do quanto era comum e normal ter uma orientação sexual diferente daquela imposta por milhares de anos, mas não parecia o correto quando se imaginava naquele contexto, quando todo aquele conhecimento era aplicado a si. Não se sentia digno de conhecer tamanha felicidade ao encostar a boca de Yoongi com a sua, ao segurar a mão dele e imaginar uma vida na qual poderia chamá-lo de namorado.