Primeiro Com "P" de Amor

Saudade

NOTAS: muito obrigada por estarem lendo e comentando, fico muito feliz em ver o amor que estão dando a minha querida ♥

capítulo betado pela maravilhosa da @baekkkiejagi (spirit e twitter) ♥ muito obrigada pelo seu trabalho, sereninha!

gosto muito desse capítulo, ele é levinho pra compensar os dois últimos hehehe apesar de que a tristeza continua :(

boa leitura a cada pessoinha que passar por aqui ♥

***

Naquela noite, após entrar na casa que estava o maior breu, o que mostrava que Junghyun já dormia, Jimin subiu diretamente para seu quarto e apenas tirou os tênis antes de se jogar na cama.

O choro, que o atingiu feito uma correnteza após uma tempestade, foi difícil de controlar e abafar para não acordar o pai. As lágrimas desciam em abundância pelo rosto de Jimin, o coração batia machucado dentro do peito, seu corpo inteiro doía ao tempo que tentava respirar fundo para não ser sufocado pela angústia que tomou conta de cada célula do seu ser. Ele se sentiu pequeno, quebrado e inconsolável.

Tinha passado horas ao lado de Yoongi e estava a ponto de explodir por causa da saudade avassaladora. Vê-lo não foi o bastante para acalmar o seu peito. Na verdade, somente ficou pior, porque percebeu a burrada que fez. Se deu conta que não queria estar longe dele sendo que continuava enlouquecidamente apaixonado por cada pormenor que o compunha da cabeça aos pés.

Se quando estava com Yoongi era feito de paixão, carinho, afeto e alegria ao ponto de achar que iria transbordar, agora que estava sem ele, cada partezinha sua era feita de saudade, arrependimento, angústia e raiva de si, do mundo e de Junghyun, o que deixava Jimin prestes a desmoronar. Tudo piorava ao lembrar que seu pai podia odiá-lo por ser quem era. Doía tanto que a vontade de Jimin era sumir do mundo para não ter que lidar com tamanha injustiça.

Então, ele chorou até que se sentisse seco por dentro e caísse no sono ainda vestido naquelas roupas desconfortáveis.

A janela nem mesmo foi fechada, o edredom continuou guardado em seu guarda-roupa e, na manhã seguinte, Jimin não ligou para o fato de ter acordado cedo por conta da claridade, mesmo que não precisasse ir para a escola por ser fim de semana.

O seu dia foi extremamente monótono, cinza e triste. Agiu como se estivesse ligado em piloto automático. Até o silêncio entre ele e o pai não fora incômodo igual costumava ser, porque a mente de Jimin estava ocupada pelo sorriso sem graça de Yoongi, pelas olheiras fundas abaixo de seus olhos pequenos – as quais o encheram de preocupação –, pelo fato de ele ter ficado em silêncio por quase a noite inteira, e também pela saudade que sentia de tocá-lo e chamá-lo de namorado, principalmente.

O estado era tão feio que Junghyun ficou preocupado, lançando um ou outro olhar na direção do filho, doido para perguntar o que tinha acontecido, independente de sentir que não tinha esse direito. Sabia que era a pessoa que mais causava dor a Jimin. Estava arrependido das suas palavras, mas não conseguia e nem sabia como pedir desculpas.

Era um homem muito orgulhoso, teimoso e conservador, cheio de princípios julgadores e ideias erradas, que magoavam a única família que tinha e odiaria perder. Eunbi ficaria tão decepcionada se estivesse viva... Era como se Junghyun fizesse questão de que os três perdessem a vida, não só a mulher. O pior é que, até aquele momento, não tinha percebido o quanto suas ações estavam sendo erradas e tóxicas, nem o quanto estava fazendo Jimin sofrer.

Somente teve um resquício de consciência ao vê-lo tão triste depois de tudo que disse, totalmente tomado pela raiva e pelo egocentrismo que o mantinham cego.