Primeiro Com "P" de Amor

Outubro

NOTAS: capítulo betado pela @baekkkiejagi (spirit e twitter)

boa leitura, meus amores ♥

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Os dias se transformaram em semanas e as semanas se transformaram em praticamente um mês inteiro sem que Jimin sequer percebesse o passar das horas.

Estava vivendo em modo automático.

Os únicos momentos de alegria que tinha era quando jogava futebol, passava um fim de semana com Taehyung e Jeongguk e sentava à mesa com seu pai no jantar, momento que percebia a sua melhora com as duas sessões semanais de psicoterapia.

Conversavam bem mais do que um tempo atrás. Junghyun perguntava como tinha sido o dia do filho, se interessava pelo que ele tinha a dizer e também contava como estava em seu trabalho, nas caminhadas matinais que passou a fazer e também nas sessões, que foram complicadas no início, mas que estavam indo bem. Mais do que bem! Conseguia se comunicar com mais facilidade agora. E, aos poucos, cuidava dos demônios internos, lidava com a culpa e com o luto.

Por mais doloroso que tenha sido no início, ver o sorriso de Jimin ao contar sobre a melhora progressiva fazia todo o esforço valer a pena. Vivia um dia de cada vez, dava pequenos passos, mas que ainda assim eram passos em direção a uma melhora, a um bem-estar para ser capaz de perdoar a si mesmo e também pedir perdão à única pessoa que mais importava para si, e que continuava presente em sua vida. Não queria perdê-lo de uma vez por todas.

Quanto a Jimin, ele não conseguia parar de pensar em Yoongi.

A saudade estava lá todos os dias, sem falta. Quando acordava e ao deitar para dormir, ainda esperava por uma ligação ou mensagem de Yoongi, mesmo que soubesse que não viria. Ele estava fazendo o que pediu, afinal. Tentando esquecer, fingindo que nada aconteceu e seguindo em frente. No entanto, era doloroso. Triste, para falar a verdade. Jimin queria voltar atrás, só não sabia como. Não podiam voltar a namorar, mas duvidava que Yoongi iria aceitar ser seu amigo. Ele estava magoado.

Jimin entendia todo o espaço que tinha entre os dois atualmente, mas compreender não fazia doer menos.

– O que vai fazer no seu aniversário esse ano? – Junghyun perguntou a Jimin quando viu o filho entrar na sala após jantar e escovar os dentes. Haviam começado a assistir uma série juntos. Um programa de pai e filho que a psicóloga de Junghyun propôs para ele se aproximar novamente de Jimin quando disse que a distância entre dois era o que mais o incomodava, deixando-o sem jeito para voltar a ser quem fora um dia.

Aquele não era o único momento que dividiam, não. Aos fins de semana, os dois caminhavam juntos no parque. Junghyun tinha assistido à semifinal na qual Jimin jogou, em seguida os dois foram para uma rede de fast food, onde riram e comeram até não aguentarem mais. Sempre que tinha um tempo longe do trabalho e Jimin se sentia disposto, faziam alguma coisa juntos.

No último fim de semana haviam visitado o túmulo de Eunbi, e foi a primeira vez que Jimin viu o pai chorar tão abundantemente, como se livrasse a alma de todas as dores que sentia, mesmo que soubesse que aquele era só mais um passo; aprender a lidar com o luto e a perda.

Apesar de ter algumas ocasiões em que o temperamento de Junghyun era explosivo e ele tratava Jimin com grosseria, ambos estavam dando a volta por cima e conversando para dizer o que tinha magoado ou não. Foi difícil para Jimin conseguir falar com o pai daquela maneira, mas o esforço valia a pena.

Estava até considerando ter um acompanhamento psicológico também. Sabia que psicoterapia não resolvia tudo, mas era uma ótima rede de apoio ter alguém para o ouvir sem julgamentos.