Capítulo 32 - A Luta

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Félix estava tomado por um sentimento de culpa, tristeza e raiva.

- Há quanto tempo é você?

- Não muito, um pouco antes de vocês serem presos no CD.

- Você nos trouxe até a Kim. – Disse entre dentes cerrados.

- Para saber exatamente onde ela estava, descobrir a estratégia dela. Meus antigos amigos sabem bem como se manterem longe. Tirando o Demétrius, ele é meio medíocre nas suas ações.

- Cadê a Kim? E o Demétrius? – Daniel procura ao redor.

- Cara, eu acho que os dois deram no pé. – Martim lamenta.

- Então vai ter que ser por nossa conta. – Daniel sentiu a energia tomar conta das suas mãos, assim como Martim. Os três se juntaram e apontaram para Erik. Era possível que ele conseguisse se manter, outros momentos falhavam. Não somente força e levitação de objetos, as ilusões vieram muito a calhar. Porém, Erik tinha a vantagem de conhecer os movimentos e poderia reproduzi-los e antecipá-los. Desta forma, Martim foi o primeiro a ser pego, ele estava frente a frente, mas ao desaparecer e aparecer em suas costas, Erick o pegou pelo pescoço. Foi tirando o que podia. Até que Félix criar uma ilusão de grilos, que Alan odiava, e sabia que seu corpo reagiria, nem que fosse para desnorteá-lo. Conseguiu rapidamente se compor, infelizmente, e jogou Félix no canto oposto.

Daniel pulou com tudo que tinha, usando somente a força espectral como arma. O vento e raios ao seu redor eram de proporção enorme. Porém, Erik estava mais forte. Neutralizando. Caído com a face na grama, via o clarão vindo do fantasma, a vista embaçava. Por um instante achou ver Julie vindo em sua direção, era só uma ilusão. Se agarrava a vontade de poder vê-la novamente.

...

Será que fantasmas sonham? Daniel, Martim e Félix alegavam que dormiam, mas não se lembravam de qualquer resquício onírico. Nesse caso, Daniel só poderia supor estar morto pela segunda vez, ou preso num lugar estranho. Mais estranho do que ser um fantasma com espirito na casa dos 30 tocando numa banda que veste roupa de animais.

É um lugar cinza. Sem portas, janelas, teto. Pelo menos chão tem. Não é maciço, é confortável. No chão, sua guitarra. Olhou de novo ao seu redor, nada diferente, tudo cinza. A vontade de tocar cresce, pega o instrumento do chão. Passa a alça pelos ombros, ajeita em seu colo. Levemente a recordação de uma música chega a sua mente.

Down, I'm falling down (Para baixo, eu estou caindo)

Want you to catch me (Quero que você me pegue)

But you're not here around (Mas você não está por aqui)

If you'd come around (Se você viesse)

I know you could save me (Eu sei que você poderia me salvar)

With the touch of your soft hand (Com o toque de sua mão macia)

You, it's always been you (Você, que sempre foi você)

Even before I met you (Mesmo antes de te conhecer)

I was in love with you (Era apaixonado por você)

And I, I can't see why (E eu, eu não posso ver o motivo)

I couldn't spend all of my time (De não poder passar todo o meu tempo)

By your side (Ao seu lado)

I, I know I hurt you (Eu, eu te magoei)

Even desert you (Até te abandonei)

UNSEENWhere stories live. Discover now