Capítulo 34 - O Futuro

55 5 2
                                    

O parque está cheio de gente, aproveitando um sábado lindo. As flores soltam perfumes extravagantes, as folhas verdes enchem as árvores, o lago tem patinhos seguindo suas mães.

Félix tira foto de Martim, enquanto ele faz bolhas de sabão, Jimmy correndo entre eles. Pedrinho, mais crescido, vem trazendo sorvete para os três.

É um dia de folga, finalmente podem apreciar um pouco do ócio

- Não sei porque a gente tentou voltar pra faculdade, sério, foi a minha pior escolha! –Daniel lamenta, arrumando seus óculos de sol, encostado na árvore. Julie estava a alguns centímetros deitada sobre a barriga de Bia.

- Você vive numa mistura de ódio e amor pela faculdade, anteontem tava todo alegre. – Julie lhe bate levemente no braço.

- Eu tenho muitas fases.

- Eu disse que a gente não tinha que fazer. Já estamos super bem com a banda. – Martim fala alto, ao ouvir os comentários.

- Não precisamos ficar muito tempo, é só pra sentir o gostinho, antes que comecemos o novo álbum. – Julie tranquiliza.

- E eu sinto saudades de vocês, é bom ter vocês rondando. – Bia sorri.

Ali perto, uma criancinha, de pele marrom e olhos claros, de uns 2 anos, acompanhada da mãe, aponta para o grupo.

- Mamãe, é ele! Daniel! Ele era meu amigo quando eu era um espírito. – A mãe parecia envergonhada com a filha. Daniel a observa, de alguma forma, ele sabe quem é.

- Sou a Kim, eu consegui renascer e você está vivo. – São informações muito específicas para uma garotinha como ela saber.

- Não, o seu nome é Bianca. Sinto muito pelo incômodo.

- Tchau, Daniel, tchau Martim, tchau Félix também! É bom ver vocês de novo nessa vida. – Ela ri lindamente. Mãe e filha se afastam do grupo.

- Isso foi muuuito louco. – Martim comentou.

- Quer dizer que ela estava certa. Os espíritos que ela conheceu e sumiram, renasceram ou ascenderam. – Félix ponderou.

- Então, o céu existe? – Julie estreitou as sobrancelhas.

- Eu só sei que quero demorar o tempo que for nessa vida. - Daniel sorriu para Julie.

...

Gritos são ouvidos, aplausos, assovios, uma grande baderna. Os quatro são chamados pela plateia enlouquecida, estavam com saudades de seus ídolos. Antes de pisar no palco, um embrulho no estômago de Julie. Era engraçado, quando ela começa os shows, é como estar novamente naquele palco da escola, as luzes batendo nos olhos, jurados encarando. Mas basta dois segundos ouvindo seu nome ser ovacionado pela multidão e ela volta ao presente, não é medo mais o que sente, é emoção. Ela está onde sempre deveria estar, no palco, brilhando.

UNSEENOnde histórias criam vida. Descubra agora