Capítulo 33 - Espectros para Sempre?

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Quase um ano se passou desde a última aventura de Julie e os amigos. Bia achou aquilo uma loucura mesmo para os parâmetros dos fantasmas. Eles contaram como tinham enfrentado um dos maiores terrores espectrais tocando e cantando. Foi uma das coisas mais maravilhosas, porque eles sentiam a música em suas almas como nunca antes. Agora, porém haviam outras aventuras e preocupações. O mundo vivo tem seus próprios meios de aterrorizar.

Ela e Julie parecem apreensivas, é o último ano do ensino médio, daqui a pouco chegam os vestibulares, escolha de curso e o que mais o futuro espera delas. Nesse quesito os fantasmas não sentem a mesma pressão, podem se dedicar muito mais a banda. O que não os impede de imaginarem como seria o resto de sua existência caso fossem vivos.

Para Julie e Daniel, foram os melhores meses. Ninguém sabe do namoro deles, porém os fãs da banda já criaram um apreço pelos dois, percebendo a química do palco nas performances. No âmbito pessoal, curtem cada momento. Óbvio que nem tudo eram flores, as vezes eles têm uma discussão aqui, outra ali, coisa que eles tiram de letra e logo se entendem. O pensamento de serem de mundos diferentes afetava por vezes, Daniel queria dar muito mais do que uma incerteza, pois era isso que pensava ser o seu relacionamento. Até quando duraria nessas condições? Talvez Julie se cansasse de manter segredo, o que o deixava angustiado. Mas ela lhe prometia que nada mudaria entre os dois.

- Julie, você não vai acreditar!

- Não me diz que o Jimmy voltou a morder o Valtinho?

- Ah, não, aquilo eu pedi pro Félix me ajudar. Uma semana inteira vendo filmes de terror, eu não tenho medo, mas não conseguia dormir direito.

- Como o amor é lindo – Julie ri. – E então?

- Isso é dez mil vezes empolgante! – Respira – O agente da NX Zero quer que nossa banda toque na abertura, daqui duas semanas!

- AIMEUDEUS! Sério? Mas, como? – A garota esbanjava surpresa e alegria.

- Bem, parece que eles finalmente ouviram o CD que eu deixei ano passado. A sua cara é engraçada. Sim, eu não fui só pegar um presentinho no camarim. Claro, que também tiveram um problema de última hora com a banda que ia fazer a abertura. O que importa é que você está falando com Beatriz, futura agente da Insólitos!

- A autoridade cai bem em você. E você confirmou?

- Disse que entrava em contato em uma hora. Hey, não me olha assim, temos que ter um pouco de dignidade.

- Certo, mas precisamos contar para os fantasmas antes.

...

Vestidos apropriadamente, os cinco se divertem no campo. Depois que Bia mostrou o mundo do paintball, a turma ficou simplesmente fascinada. Geralmente eles fazem em duplas. Félix e Julie são muito bons juntos, o que até os aproximou mais, além das aulas de bateria e os jogos de ping pong. Inesperadamente, Daniel e Bia formavam uma ótima dupla, isso a fez simpatizar com o fantasma, porque ele ficava com ar menos autoritário. Enquanto que Martim achara em Valtinho uma parceria interessante, apesar de não serem excepcionais, conseguiam manter uma boa sincronia.

Próxima da bandeira, Bia é eliminada. Arrasada, bate o pé no chão e sai bufando. Daniel prossegue, em direção ao alvo. De repente, centímetros antes de tocar a bandeira, ele sente uma corrente passar por seu corpo, aquela sensação outra vez. Sua estrutura se desfaz da roupa.

O professor de física, novamente com sua arma. Ele ataca Julie, Valtinho e Bia, que não sentem nada, ao contrário de Martim e Félix, que somem assim como aconteceram com o amigo instantes antes. Julie, mesmo tendo cambaleado com o tiro da arma de energia, conseguiu correr a tempo de impedir o antigo professor de sair dali. Ele se embrenha pelas árvores, mas ela logo o localiza. Não deixaria que seus amigos fossem capturados. Tirando o capacete, ela joga na cabeça do homem, que consegue desviar por um triz. Bia joga o seu para a amiga que o lança dessa vez nos pés do maléfico cientista. Tropeça e cai.

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