Capítulo 6 - Expectativas

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- Martin, o que acha desse desenho? – Bia vira sua folha, na qual passara a última hora totalmente absorta.

- Você fez o que eu te pedi! – O baixista fica feliz, pega a folha das mãos de bia e coloca o desenho perto do rosto. Era um desenho realista da Buffy em grafite. – Daniel, não ficou incrível?

- Ficou muito bom, mesmo. Sabe acho que podíamos fazer algo nesse estilo pro nosso pôster – Daniel observa o desenho atentamente.

- Eu posso fazer! – Ela sorri – Mas vão ter que esperar um pouco, porque a Cindy vendeu mais quadros do que pensou que sairia esse mês e nós precisamos organizar a galeria.

- Faz no seu tempo – Daniel a tranquiliza.

- Vocês viram o Félix? Ele sempre chega mais cedo – Observa Martin.

...

Em outras ruas, Félix olha à distância a casa de Alan. Não estava procurando a casa nem nada, encontrou sem querer, depois de uma das suas voltas pela biblioteca pública e pela loja de discos. Como um fantasma sem passatempo, fica curioso para saber como é o resto da casa. Passa pela parte da frente, entra pela lateral e vê o quintal. Ocorre que talvez não seja certo entrar assim, na casa alheia, mesmo estando invisível. Bom, seja como for, é hora do ensaio, e ele não é de se atrasar. Faz o caminho de volta para casa.

...

Julie está sorridente, isso porque nos dias anteriores ela e Nicolas tem se falado pelos corredores. Coisas bobas, como qualquer conhecido faria, mas que para ela significava tudo. Até a Thalita parece mais radiante e menos estressante para ela. Não que elas tenham contato constante, até porque as duas são de turmas diferentes. Os comentários soltos quando se esbarram é que revelam essa antipatia. Cansou de tentar entender como as duas, de boas colegas de escola e até certa amizade, acabaram chegando nesse incômodo. Para Julie, Thalita é a culpada, somente.

- Tá sorrindo muito – Observou a amiga.

- Tem tanta coisa dando certo agora. – Ela ficou preocupada sim com os meninos. Mas enquanto pudessem esconder sua cara por trás de máscaras estava tudo bem.

- E eu não sei? O site tá indo muito bem.

- Mesmo? – O brilho nos olhos dela é perceptível.

- Falei com Daniel e Martin, eles concordaram que tá na hora de tentarmos um show pra banda.

- Bia, seria fantástico! Mas onde faríamos?

- No lugar onde pessoas como nós vão: a loja do Claus. Você lembra do aniversário da loja, ele tava procurando alguém tocar. É uma oportunidade boa pra gente.

- Nossa assessora! – Julie abraça a amiga.

- Eu sei. O que vocês fariam sem mim?

- É uma loja, não um estádio – O guitarrista inclina levemente a cabeça, estava obviamente provocando as duas. Bia mostra a língua para o fantasma, se despede da amiga e sai.

...

Bia estava um tanto exausta por estar fazendo tantas coisas ao mesmo tempo. Tá, ela sabe que se meteu porque quis, mas tem dias que ela só quer se jogar na cama e dormir por longas horas. Nesse momento ela está fazendo uma pesquisa na internet, na galeria mesmo – Cindy disse que usasse se fosse preciso -, para um trabalho de aula. Esfrega os olhos e num piscar deles, Martin está na sua frente, com uma moeda passando entre os dedos.

- Que susto Martin! – Sufoca um gritinho.

- Desculpa, tô meio entediado. O Félix saiu com o Jimmy hoje e eu não sei onde estão.

UNSEENWhere stories live. Discover now