CAPÍTULO 18 - UMA NOITE SEM ESTRELAS

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Eles retornaram à hospedaria ao anoitecer.

Enquanto caminhavam, Jeongguk estendeu a mão como se fosse pegar a sua sem se dar conta do que fazia e Taehyung segurou a mão dele de maneira discreta, fingindo que nada tinha acontecido e olhando fixamente para frente. Por alguma razão, sentiu-se como se ainda fosse um adolescente e estivesse segurando a mão de seu primeiro namorado em público.

Era estranho, eufórico. Fazia uma onda de calor o percorrer dos pés à cabeça.

Pelo canto do olho, viu Jeongguk olhar para baixo com os olhos arregalados e suas bochechas ficarem extremamente coradas, como se quisesse enfiar sua cabeça dentro do primeiro buraco que encontrasse na terra e gritar de vergonha.

Aquilo fez o ômega também se sentir envergonhado porque, parando para refletir, Jeongguk ainda era bem jovem e Taehyung meio que também era o primeiro namorado de quem ele segurava a mão em público (mesmo que esse "público" não passasse de um conjunto de árvores da floresta).

O silêncio era meio constrangedor, mas eles não separaram suas mãos em momento algum.

Assim que chegaram em um grande capão negro e as luzes da hospedaria brilhavam pelas janelas e frestas nas paredes, Taehyung reparou que quase nenhum dos cavalos do grupo com quem viera estavam lá. Apenas o seu, o de Jeongguk e os de mais quatro membros se encontravam pastando pela grama.

- Junhyeok ainda não voltou. - resolveu comentar, desejando acabar com aquele clima tenso. Jeongguk pareceu acordar de um transe ao ouvir a sua voz.

- Não, ele não deve voltar antes de mais um dia, pelo menos. Talvez dois. - então, respirando fundo para tentar tirar um pouco do rubor de seu rosto, ele retirou sua mão da de Taehyung e lhe ofereceu seu braço em um gesto cortês. O mais velho o aceitou e tentou segurar um sorriso de diversão por ver que Jeongguk estava tão envergonhado com algo tão simples.

Passaram a andar lado a lado, seguindo até a hospedaria.

- Aonde ele foi, afinal? - perguntou, refletindo que, depois de tantos acontecimentos, não pensara em questionar a ausência de Junhyeok (ou mesmo notá-la).

- Foi tratar de negócios com os pequenos rendeiros das redondezas. Ele só tem um ou dois dias antes do próprio Chaewon poder aparecer por aqui, querendo levá-lo consigo a força, sassenach. - Jeongguk apertou o braço de Taehyung, como se desejando mantê-lo seguro com isso. - O capitão deve ter ficado extremamente insatisfeito quando Junhyeok lhe contou que não entregará você a Fort William. É melhor mesmo que não fiquemos aqui por muito tempo, ou as coisas podem ficar perigosas.

Taehyung se perguntou se deveria contar a Jeongguk sobre o encontro que teve com Junhyeok ainda em sua noite de núpcias, onde o Lee havia lhe dito abertamente que poderia trair o alfa com ele se desejasse. Mas isso era algo de que gostaria de lidar sozinho, então resolveu não contar.

Afinal, se seu marido ficasse sabendo, era bem provável que fosse querer tirar satisfação com Junhyeok e os dois acabassem trocando socos (ou, como não sabia como essas coisas aconteciam naquela época, poderia até mesmo acontecer um duelo). E Taehyung não precisava de um cavaleiro de armadura para o defender de um velho alfa sem escrúpulos.

Poderia fazer isso sozinho.

- E ele simplesmente nos deixou aqui? - perguntou Taehyung, levantando uma das sobrancelhas. - O que ele queria? Que nos conhecêssemos melhor?

Jeongguk exibiu um sorriso irônico.

- Não, com certeza ele não queria. Foi uma das minhas condições que estabeleci para me casar com você. Eu disse que casaria se fosse necessário, mas que jamais consumaria meu casamento embaixo de uma moita, com vinte alfas do clã olhando e dando conselhos.

SÉCULOS - TaekookOnde histórias criam vida. Descubra agora