CAPÍTULO 32 - O DUELO

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Após o infeliz incidente durante o banquete, todos foram dispensados e Taehyung não teve tempo de falar com Jimin antes que ele fosse embora junto do corpo do marido. E verdade seja dita: no fundo, Taehyung não sabia se realmente estava disposto a ter uma conversa com o ômega na atual situação.

Se antes se via confuso, agora, nada fazia sentido.

Fora tudo rápido demais e inesperado demais.

Sentia-se completamente atordoado.

Por isso, não hesitou em aceitar o convite de Jeongguk para que ambos subissem e fossem até o quarto.

Ainda podia sentir os lábios pesados e inchados, símbolo evidente de que a morte de Haneul fazia parte de um movimento muito maior do que aparentava.

Depois de todos aqueles incidentes incomuns nas últimas horas, era quase impossível acreditar que as coisas não estavam interligadas (o Mau Agouro, o ritual na floresta, a gravidez de Jimin, a morte da esposa de Junhyeok...).

E Jimin... merda! Taehyung já não sabia o que pensar a respeito dele.

Dessa forma, entrando no quarto, soltou um grunhido de cansaço e irritação.

Sabia que teria de lidar com todos esses problemas no dia seguinte, mas não queria.

Jeongguk também teria o duelo logo depois do almoço e Taehyung já se sentia nervoso apenas por pensar nas possíveis catástrofes que poderiam vir a acontecer durante o evento.

Tudo estava se unindo, tornando-se um grande problema do qual temia acabar sendo extremamente difícil de sair.

Estava cansado, então somente caminhou até o armário e começou a tirar as roupas. A cabeça doía e ele se perguntava se deveria contar a Jeongguk sobre tudo.

Se as coisas se tornassem grandes demais, seria certo envolvê-lo em mais um conflito?

No entanto, isso não foi necessário (pelo menos, não por enquanto).

Jeongguk ficou alguns minutos parado em frente à porta, observando Taehyung retirar a camisa e dobrá-la. Depois, caminhou até ele e o abraçou pelas costas, beijando seu ombro descoberto e acariciando os músculos definidos da barriga.

- Você está tenso. - disse, calmo, parecendo querer reconfortá-lo.

Taehyung  suspirou, olhando para as prateleiras de madeira do armário aberto.

Pensou em dizer a ele que estava bem, que era apenas uma reação normal ao perder a vida de alguém sob seus cuidados. Mas seria mentira; e já estava cansado das mentiras que se encontravam entre os dois.

Taehyung o beijou mais uma vez e deixou a cabeça na curva de seu pescoço, respirando calmamente.

- Não foi culpa sua. - ele sussurrou. - Aquele homem já estava doente há mais de meses. Foi apenas um terrível infortúnio.

Taehyung  sorriu pequeno, divertindo-se com o fato de que, como sempre, Jeongguk não fazia a menor ideia da proporção das coisas que passavam pela sua cabeça. E, mesmo não tendo noção daquilo que realmente acontecia, ele queria ajudar, queria reconfortá-lo e queria fazê-lo se sentir melhor.

Taehyung  definitivamente não o merecia.

- Venha. - Jeongguk continuou a dizer. Afastou-se de Taehyung , desfazendo o abraço. Segurou-o pelo braço e sorriu docilmente para ele quando seus olhares se encontraram. - Eu vou dar um banho em você. Irá deixá-lo mais relaxado.

E Taehyung assentiu, deixando que Jeongguk ditasse as coisas a partir de agora.

Ele pediu para que se sentasse na cama enquanto fosse buscar a água e o barril para banho, na cozinha. Após um tempo, quando voltou, carregando um pesado barril mediano e cheio d'água, assim como uma jarra de barro, colocou-os no chão e foi até Taehyung , ajudando-o a terminar de se despir.

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