CAPÍTULO 29 - HISTÓRIAS DE AMOR

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ATENÇÃO: O capítulo a seguir contém cenas descritivas do parto de um cavalo. Se você se sente desconfortável lendo coisas assim, sugiro que leia somente até a última parte do capítulo (eu divido capítulo em partes por meio do [...]). Mas, para que não aja desentendimentos no futuro, também sugiro que leia o último diálogo entre os dois personagens principais. É bem curtinho e acontece lá no final :P

Ah, e se verem algum erro durante a adaptação me comuniquem para que eu possa concertar. Obrigada!!!

[...]

Taehyung passou o final da tarde no consultório.

Havia poucos pacientes; apenas um caso persistente de eczema, um polegar deslocado e um rapaz da cozinha que derramara uma panela de sopa quente numa das pernas.

Depois de aplicar uma pomada anestésica e lírio-azul, e de colocar no lugar e enfaixar o polegar, ele se dedicou à tarefa de moer algumas raízes duras como pedra num pequeno almofariz do falecido Beaton.

Era um trabalho tedioso, mas adequado àquela espécie de tarde preguiçosa. O tempo estava bom e pode ver sombras azuis estendendo-se por baixo dos olmos a oeste quando subiu na mesa para olhar para fora da janela.

Do lado de dentro, os frascos de vidro brilhavam em fileiras bem ordenadas, refletindo a luz sobre pilhas bem arrumadas de bandagens e compressas nos armários ao lado. O armário do boticário fora completamente limpo e desinfetado e, agora, guardava estoques de folhas secas, raízes e cogumelos, cuidadosamente acondicionados em sacos de gaze de algodão (Taehyung sempre fora muito meticuloso quando se tratando de seus remédios).

Respirou fundo os cheiros penetrantes e condimentados de seu santuário, e expirou com um suspiro cansado.

Em seguida, parou de moer as ervas e colocou o pilão de lado.

Estava satisfeito, e essa constatação o assustava.

Apesar da miríade de incertezas de sua vida naquele lugar, apesar do acontecimento com o Mau Agouro, apesar da dor que surgia ao pensar em Eunwoo, Taehyung, na realidade, não estava infeliz. Muito pelo contrário. E, estando feliz, as palavras de Hoseok lhe atormentavam a mente.

Queria apenas esquecê-las. Esquecê-las porque sabia que eram verdadeiras.

Cada uma delas.

Mas, àquela altura, ele já não sabia mais o que fazer. Não poderia se afastar de Jeongguk porque isso o machucaria (além de machucar a si mesmo), e ficar também parecia ser uma péssima opção, refletindo que isso apenas faria Jeongguk sofrer ainda mais no futuro.

Estava de mãos atadas. Ao que parecia, o destino de Jeongguk já havia sido traçado e não havia nada que Taehyung pudesse fazer para impedir sua ruína (e, por Deus, como ele desejava impedir).

Colocou o almofariz sobre a mesa e passou a andar para cima e para baixo na sua sala estreita, esfregando as mãos no avental. Culpa, tristeza e arrependimento o corroíam.

Deveria ter fugido há mais tempo. Deveria ter tentado regressar a Craigh na Dun com mais afinco.

Agora, olhe para a situação onde se encontrava: destruindo o futuro de um jovem rapaz doce e sonhador, que desejava apenas voltar para casa e formar uma família com o homem que amava.

Não era justo. Jeongguk merecia mais.

Mas Taehyung era somente mais uma peça naquele jogo do destino, sem mais escolhas de ação ou opções a que tomar para poder salvá-lo.

Sentou-se sobre a mesa, olhando fixamente para a fileira de frascos e jarros na estante.

Então, lembrando-se da sensação de ter os braços de Jeongguk ao seu redor, de ter o toque quente pelo seu corpo e os lábios carnudos sobre seu pescoço, Taehyung acabou por fechar os olhos e estremecer.

SÉCULOS - TaekookWhere stories live. Discover now