Capítulo 9

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Quase trinta minutos depois de se trancarem no pequeno cômodo, June estava sentada sobre a tampa do vaso sanitário enquanto via Madison andando de um lado para o outro no banheiro, com uma expressão curiosa

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Quase trinta minutos depois de se trancarem no pequeno cômodo, June estava sentada sobre a tampa do vaso sanitário enquanto via Madison andando de um lado para o outro no banheiro, com uma expressão curiosa. 

A essa altura, ambas já estavam mais calmas e Madison tentava pensar em alguma forma de fazer essa conversa com o diretor ser segura para June. Esta, por sua vez, sentia-se muito mais aliviada depois de ter desabafado sobre oque estava lhe pressionando e agradeceu internamente Madison pela pressão que fez para que falasse. 

Apesar de ainda estar com os músculos rijos pela tensão repentina, June parecia mais interessada em tentar decifrar o que se passava na mente da garota afoita que mancava incessantemente pelo banheiro. O rosto fino dela estava profundamente enrugado em uma clara expressão de concentração. 

— Otária, você não devia forçar seu pé assim. – Falou, quebrando o som dos passos incansáveis da outra. – Por que não se senta aqui no meu lugar e pensa sem forçar seu tornozelo? 

— Esquece isso, June! Prioridades! – Respondeu Madison, impaciente. Depois de alguns segundos em seu pequeno ritual de concentração, ela parou estalando os dedos. –Ok, vamos recapitular! 

June revirou os olhos, pois já era a quinta vez que escutava isso. Sem notar sua reação, Madison continuou: 

— O diretor te observou à distância hoje durante o dia e depois, quando teve oportunidade, disse que precisava conversar com você na sala dele, certo? 

— Exato. – Respondeu. 

Madison suspirou e parou de andar de um lado para o outro. Os olhos intensos se voltaram para June, que sustentou seu olhar por um tempo antes de escutar: 

— Então você tem que ir. 

— Mas....! – Começou, aturdida. 

— Se você não for, ele vai ter certeza de que é você! – Interrompeu Madison, ainda se esforçando para ligar os pontos. – Eu não sei como ele chegou em você, mas não tem como ele ter descoberto! Só o Alan sabia da blusa, você tem certeza de que ele não abriu a boca?

— Tenho. – June respondeu, fitando o canivete na mão com preocupação. – Foi a primeira coisa que pensei, conversei com ele hoje, mas parece que ele não disse nada. 

— E você acredita nele? Sério? 

— Não, mas eu tô tentando acreditar dessa vez, tá legal? – Cuspiu June. – Eu já tô morta de qualquer jeito! 

O banheiro mergulhou em um silêncio recheado de tensão. Madison a viu baixar a cabeça, sem esperanças de chegar em uma solução minimamente segura para encarar o homem de olhos gelados. Ela suspirou, transferindo o peso para a outra perna em uma tentativa falha de aliviar as pontadas que começava a sentir no pé. 

O Que Fizemos Naquele VerãoWhere stories live. Discover now