Capítulo 22

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Bip

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Bipbipbip.

June foi despertada pela sintonia hipnótica e constante que insistia em reverberar. Nos primeiros segundos, se permitiu acompanhar o som intruso em meio à escuridão, mas logo aquilo se tornou torturante e ela não teve escolha a não ser despertar sua consciência preguiçosa.

Só não imaginava que aquilo pudesse ser tão difícil.

Quando os controles primários de seu corpo começaram a voltar, trouxeram consigo toda a dor que até então estava longe de sua consciência. O abdômen aparentemente preso em uma cinta apertada parecia triturado, assim como suas costas, delicadamente acolhidas por um colchão macio.

June rapidamente encontrou o caminho até seus lábios e soltou um murmúrio quase inaudível, ao mesmo tempo em que seus dedos tremeram, desesperados para deslizarem até o local ferido, falhando miseravelmente.

— Jun?

A voz melodiosa, ligeiramente distante, era tão inconfundível para June que sua consciência outra vez se recompôs, dando-a o controle parcial sobre os olhos fechados. As pálpebras, por fim, tremeram e ela sentiu uma de suas mãos acolhidas por outras. Era um toque suave, quente.

— Jun! Você está me ouvindo?

A preocupação da voz de Madison era tão real que foi tomada por uma confusão. O que teria acontecido? Onde estava exatamente?

Bip. Bip. Bip.

Profundamente sonolenta, June abriu os olhos e imediatamente irritou-se com a luz forte sobre eles. Um clarão desconfortável insistia em irritar suas retinas, impedindo-a de focar em qualquer coisa que não fosse a luz branca.

Quando estava prestes a desistir da luta silenciosa contra a luz intrometida, seu campo de visão automaticamente escureceu e ela demorou para compreender que alguém havia tampado a luz. Com calma, deixou sua visão se acostumar. O que antes era apenas uma silhueta, começou a tomar forma e o rosto de Madison se revelou, muito próximo do seu, tampando a lâmpada forte.

Inicialmente June deixou-se levar para a garagem, quando viu o rosto alheio de perto, radiante. No entanto, quando a visão se desfez, e o rosto acima do seu ficou claro, ela quase não acreditou.

Madison estava irreconhecível. Sem o sangue cobrindo a extensão dos ferimentos, a pele pode enfim ficar à mostra e, com angústia, notou que o lado ferido estava profundamente inchado, o olho mal abria. Além disso, a pele mostrava grandes hematomas escuros, quase pretos, aparentemente dolorosos.

O que diabos havia acontecido com ela?

Como se o cérebro entendesse que precisava entregar respostas, a mente de June recebeu um turbilhão de imagens e sons. Sangue, dor e violência. Havia água também.

O Que Fizemos Naquele VerãoWhere stories live. Discover now