Capítulo 15

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(POV S/N)

Estava centrada em recolher e reorganizar meus marca páginas, e pela bordinha de um dos livros com capas extremamente elegante, vi que dentro do mesmo, havia um marca páginas, o que era estranho, já que eu nunca deixava eles fora da gaveta. Fui até a estante, tirei delicadamente, fazendo uma lacuna perfeita no meio da estante. Então lá estava, dentro das páginas das engenhosas trapaças de Arsène Lupin, meu marca páginas de pinguim. Antes, pensar em uma mísera possibilidade de que eu havia esquecido era quase ultraje para mim, porém aquela ilustração de pinguim naquele pequeno papel me trouxe algumas boas lembranças.

(Lembranças on)

Trabalho de história, era o que eu tentava fazer porém Charli não estava deixando.

Charli:A gente podia se beijar um pouquinho. -Falava enquanto tirava os cadernos da minha mão para sentar em meu colo.

V:Amor, estamos aqui para estudar. -Falei rindo, nervosa, porque sentir os seus vantajosos ossos do quadril sobre minhas mãos, já me deixava desconectada dos meus atos.

Charli:Tá bom, chatinha. -Saindo batendo em meus ombros e tirando de cima das minhas coxas, o peso do seu magnífico corpo. Me deixando com uma sensação de falta, como se tivessem tirado um pedaço que me pertence.

Ela voltou sua atenção para o livro de matemática, já que fazíamos tarefas diferentes. Eu observei atentamente seu rosto, e ela mexia o nariz, sem perceber,  de uma forma muito fofa. Martin luther king, eu amo tudo que você representou e não me leve a mal, mais com aquela garota diante de mim, você não era algo que eu podia focar agora.

Fui até ela e a beijei, pegando ela de surpresa, demorou um pequeno espaço de tempo para corresponder.

Charli:Você me ama? -Falou de repente, como se aquilo estivesse sendo uma dúvida constante em seus pensamentos.

V:Mais que pergunta boba, Grace, é claro que eu amo você. -Falei sorrindo, colocando uma mecha dos seus lindos cachos castanhos à trás da orelha.

Charli:Desculpe, é que eu sou um pouco cismada com isso. -Alertou um pouco triste, eu podia ver em seus olhos que ela temia aquilo, como se já estivesse acostumada com pessoas que mentiam para ela com esse específico assunto.

V:Tá tudo bem. -Sorri para tentar tranquilizar ela, e creio que tenha sido um trabalho bem executado, já que ela relaxou seus ombros e soltou uma respiração que nem ela sabia que segurava.

Olhei em volta do meu quarto e viu o meu pinguim de pelúcia que decorava minha cômoda ao lado da cama.

V:Saca só. -Levantei e fui em direção ao pequeno móvel, peguei a pelúcia e voltei até a mesma. -Aqui, Grace.

Charli:Um pinguim? -Perguntou erguendo o mesmo sem entender.

V:Sim. -Afirmei, pensando que ela sabia o significado do ato, porém como ela continuava encarando a pelúcia de uma forma estranha, eu continuei. -Os pinguins eles não só são uma das coisas mais fofinhas do mundo, mais também são conhecidos por terem uma linda tradição, eles são os únicos animais que escolhem um companheiro e ficam com eles a vida toda..., tranformando assim o amor deles em um amor fofinho e eterno.

Ela continuou me encarando com dúvida.

V:Você é meu pinguim, Grace.

Charli encarou a pelúcia e depois me encarou sorrindo.

Charli:Eu sou?

V:Sim. -Respondi tímida, e ela literalmente pulou em cima de mim.

Charli: Eu te amo, te amo, te amo, te amo muito. -Falou distribuindo beijos em meu rosto.

V:Eu também te amo muito, amor.

Charli: Só você mesmo, para dizer que me ama com pinguins. -Falou deitando meu ombro, eu demorei um tempo para assimilar que ela estava falando comigo, eu estava literalmente embriagada e apaixonada pelo seu perfume que exalava de seu corpo.

(Lembranças off)

Sorri lembrando do momento, eu ainda podia sentir seu perfume em minhas narinas.

Nossa relação estava um pouco, digamos que diferente. Ela não atendia mais minhas ligações, quase nunca respondia minhas mensagens, e nunca mais tínhamos tido os nossos encontros cômicos na casa na árvore. Eu sentia saudades das risadas calorosas dela, das conversas aleatórias durante a madrugada, e até mesmo de sentir o calor da sua mão junta a minha. 

Encima da mesa, meu celular vibrou, espantando meus pensamentos de tristeza. 

V: Alô? Ah, oi, Max. Claro, te encontro lá. -Afirmei ao telefone. 

Foi em direção ao guarda roupa e comecei a trocar a mesma. Olhei mais uma vez em direção ao quarto de Charli, como normalmente, ela não estava lá. 

(...) 

Max: O que está acontecendo? -Perguntou eu continuava em silêncio bebendo meu café. 

V: Nada. -Respondi simples. 

Max: Ok...mais você está estranha. -Virou a cabeça um pouco. 

V: Como assim? 

Max: Você não parece com você, seus olhos não brilham como costumam brilhar. 

Ajeitei minha postura, na finalidade de não parecer tão abalada quando estava. 

V: Só algumas coisas. 

Max: Conte-me, estou a todo ouvidos. -Sua postura era tão acolhedora e determinada que algo no meu cérebro me obrigou a contar tudo. 

(...) 

Max: Uau. Isso é bem ruim, mais deve ser como ela disse, ela pode estar com medo, a vida de pessoas famosas são bem complicadas. Só faça ela se sentir segura. 

Juntei as mãos, como se estivesse passando frio e tirei uma pequena caixinha do bolso. 

V: Eu pensei em pedir ela em namoro. -Falei com receio, talvez ela me achasse uma doida. 

Ela pegou a caixa nas mãos e seus olhos brilharam a abrir a caixa. 

Max: Isso é realmente lindo. 

V: Eu não quero que ela ache que quero namorar ela por conta disso tudo, eu quero que ela ache o único e real motivo, que eu estou pedido ela em namoro porque a amo demais. 

Max me encarou com um sorriso tão singelo, como se tivesse encarando um daquelas espécies em extinção. 

Max: Você é realmente existe, (S/n)? 

V: Bom, eu acho que sim. -Falei rindo. 

(...) 

V: Você não precisava mesmo me deixar em casa. -Falei quando estávamos quase chegando em minha casa. 

Max: Sem problema. 

V: Você é muito genti...- Minha fala foi interrompida pela visão mais horrível que atingiu meus globos oculares. 

Na casa da árvore, estava a menina que fazia cada batida do meu coração valer a pena, e em sua frente, segurando sua cintura de uma forma possessiva e a envolvendo em beijo intenso estava Dylan. O mundo em minha volta parou, na verdade, meu mundo estava sendo segurado pelas mãos do meu irmão. O chão que havia sobre meus pés, desabou, levando com ele todo e qualquer pedaço que tinha sobrado do meu coração. 

...Sim, os pinguins são os únicos animais que escolhem um companheiro e ficam com eles a vida toda, mais infelizmente NÓS não somos pinguins. 

Unlikely lovesWhere stories live. Discover now