Capítulo 19

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(POV NARRADORA)

O jantar estava fluindo, não de um jeito leve e descontraído como todos naquela sala tentavam se convencer ,na verdade a real atmosfera era bem pesada.

(S/p): Então, querida, como tem andado? -Perguntou o robusto homem, passando uma sexta de pães para Dylan.

(S/n): Creio que com as pernas. -Afirmou, tão facilmente quanto uma jogadora profissional, que sabe exatamente o que fazer em campo.

O homem sorriu, como se aceitasse o desafio da "filha".

(S/p): Você vem tirando notas boas? -Perguntou, como se tivesse em seu direito.

(S/n): Ora nossa, não venha bancar o bom pai. Isso não combina com você. -Balbuciou a garota, com indignação, ela não suportava a ideia de estar na mesma sala que aquele horrendo homem.

Por de baixo da mesa, Max, a garota dos olhos pacíficos, apertava a mão  de (S/n) com tamanha força. Passando para a ela conforto, ou até mesmo coragem, de enfrentar os seus demônios do passado.

Do outro lado da mesa, não perto o bastante e nem longe o suficiente, estava Charli, olhando com firmeza e tristeza, a mão -assim como a vida- da sua amada cruzada e entrelaçada a outra garota, que infelizmente não era ela. Ela sabia de cor todos os demônios de (S/n), e se xingava mentalmente por ter invocados eles novamente.

Dylan: O papai é um ótimo pai.

(S/n): Se ele for um bom "pai" -Disse fazendo aspas com as mãos. -A terra é plana, se bem que analisando seu QI, você realmente acredita nessa hipótese.

O garoto estava farto, enfurecido, exasperado com o comportamento da irmã, não queria mais se sentir na posição de ser o desprovido de inteligência da família, queria fazer a garota se sentir como ele, humilhado e incapaz. 

Dylan: O pai é ótimo, você que é imbecil demais para ser suportada.

(S/n): Cala essa boca. -Falou rindo, o garoto entendeu aquilo como uma esnobação, seu sangue ferveu, e então desferiu as palavras com facilidade:

Dylan: Sabe, o acampamento de esportes que fui no verão? Bom, eu fui passar as férias com o pai no Brasil. Acampamos, vistamos bares, e assistimos a jogos em estádios lotados, e sabe porque você não foi? Porque é patética. Tanto que nem seu próprio pai te suport...

(S/m): JÁ CHEGA, DYLAN!! -Gritou a matriarca da família diante daquelas tribulações. -Querida...

O Aperto sobre a mão de Max não se fazia mais presente. Os olhos de (S/n) estavam cor cintilante, não pelo ganho de brilho, mais pela perda dele

(S/n): Quer saber, EU ODEIO VOCÊ. E TUDO QUE VOCÊ REPRESENTA, EU ABOMINO VOCÊ, EU TENHO REPULSA, AVERSÃO E TODOS OS SENTIMENTOS RUINS QUE VENHA A EXISTIR NO MUNDO. -Lançou aquilo que sempre tivera entalado em seu peito, depois de todos abandonos, frases que a machucaram, ações que a decepcionaram, assim  a frase era amarga, pois aquilo estava gravado nela, não haveria como esquecer, como um tatuagem que ela não podia remover a laser. 

A garota alavancou seu corpo para sair da cadeira. Mais antes que pudesse sair dali, uma voz grossa se fez presente.

(S/p): Por que você não me perdoa? -Questionou impaciente. As grandes mãos gesticulavam como se fosse um réu inocente sobre seus crimes.

(S/n) empacou diante da porta, sem se virar, ela puxou uma grande quantidade de ar. Mais uma vez, ela não queria se mostrar abalada, não queria ser fraca diante da mãe, ela não podia, então expirou devagar.

(S/p): Me diz, porque você somente não me perdoa?

Os pensamentos de (S/n) estavam gritantes, os seus pensamentos e seu desgosto a consumia por dentro, como uma chama de fogo tomando e transformado em cinzas qualquer coisa que tocava. 

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