Capítulo 17

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(POV CHARLI)

Observar seu quarto, era meu passatempo atual e constante, era a única maneira de me sentir próxima de você e cessar, nem que por poucos segundos, a lacuna que se fazia presente em meu peito.
Seu cabelo não estava igual, você o cortou, era um desejo seu, você sempre me dizia que temia parecer uma garota rebelde dos anos 90 e você estava certa, parece uma garota rebelde dos anos 90, você estava linda...Seu corte no cabelo repentino de uma certa forma deixou meu estômago gelado, algo em mim dizia que você estava tão desapegada com tudo, tanto que abriu mão do seu cabelo, uma garota idiota que partiu seu coração seria o de menos, não?

Da sacada do meu quarto, apreensiva com tais indagações, eu encarava você, na esperança que me olhasse com aqueles olhos gentis e brilhantes e matasse, como um inseticida muito bom, todas as minhas dúvidas, juntamente com a mais dolorosa delas, de que talvez você não me amasse mais.
O alarme do meu celular, girava em torno de horários. Seus horários.
06:30...
Era horário que você saia para ir a escola, eu nem importava em acordar mais cedo, pois olhar você tentando se arrumar sem fazer barulho era hilário. De certo modo, tranquilizador.
Era incrível como você adorava uma rotina, você levantava(mesmo que arrastada), tomava banho e se encarava por longos minutos ao espelho. Talvez você desejasse parecer menos abalada do que estava, e isso dilacerava meu coração, eu queria abraçar você, beijar você e dizer que eu sentia muito por ser uma idiota completa, mais você provavelmente nem olharia na minha cara, e eu não te julgo por isso.

Em um dia às 7:00 horas você desceu com seus all stars básicos(Eu nunca tive a oportunidade de dizer, mais eles ficam lindos em você.) e sentou em um degrau da escada da sua casa e olhava impaciente o relógio, imaginei que esse seria o melhor momento para te abordar, então, eu desci, meu Deus, por que eu desci? Antes que pudesse chegar em você e nos seus novos óculos de grau charmosos, a imensidão de fios vermelhos invadiu aquela manhã de tons claros.
"Estou atrasada?" -Afirmou a garota com sardas. Eu sempre me perguntava se você gostava mais das sardas dela do que das minhas?
"Não, tá tudo bem, 2 minutos e 31 segundos, não são nada." -Você era simpática, sempre simpática, então eu nunca sabia se você estava flertando ou de fato somente sendo você.

Então eu me afastei. Assumindo e aceitando que talvez aquela ruiva metida a besta tivesse ganhando e tomando o espaço que antes me pertencia.
Eu queria isso fosse uma total paranóia da minha cabeça e que no final do dia, você viria pela janela até meu quarto e daria um jeito de meu dia valer a pena em minutos, porém eu tinha, tinha perdido o combustível que me deixava preparada e forte para enfrentar o mundo. Você...

Durante essas longas semanas, escrever cartas, que nunca seriam envias, para (S/n) era o único motivo que me mantia viva.

A garota ruiva, estava bem presente em sua vida. Trazendo alguns donuts ou muffins, e sempre a arrastava para a sacada  e acabavam passando horas lá. Suas risadas eram como ruídos fortes e que faziam meu ciúmes aumentar como um instrumento detector de ruídos.

De vez em sempre, eu notava como (S/n)  olhava para ela, como olhava para os cachos de cabelo dela e como sorria abobadamente enquanto ela falava animadamente de algo. Eu estava te perdendo, e pouco a pouco, e Max com aqueles olhos azuis e um cabelo impecavelmente ruivo(Natural, para minha  infelicidade.) estavam entrando em seu coração. Eu não poderia deixar, não poderia deixar ela te tirar de mim.

Sei que estava sendo egoísta, mais eu não queria, não queria deixar ela sentir como a sensação era magnífica quando (S/n) amava alguém. 

(...)

Unlikely lovesWhere stories live. Discover now