Capítulo 18

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(POV S/N)

Charli: Desculpe, não era minha intenção assustar você. -Ela me olhava como se eu não fosse mais eu mesma, atenta, ela queria achar os pedaços do antigo eu.

Ver ela depois de tudo, era como encontrar aquelas caixas de recordações, que você acha em um dia ao acaso, de repente, empoeirada dentro da garagem, e junto com ela vinha dezenas de lembranças que você não desejava lembrar.

V: Tudo bem. -Foi o que no momento, minha boca conseguiu emitir.

Charli: Eu não estava conseguindo dormir, decidi respirar um pouco.

V: Entendo. -Minhas respostas eram enxutas, firmes e curtas. Eu temia que meu conceito dionisíco tomasse conta do meu ser, expulsando totalmente meu lado apolíneo, fazendo assim, eu assumir que ainda a amava, tanto que em dias comuns, a brisa do vento ainda trazia seu perfume diante de minhas narinas.

Ficamos em silêncio, apenas encarando a rua, ouvindo as folhas da casa na árvore sendo chacoalhadas agressivamente.

Charli: Ela te faz sentir? -Seu tom era forte, como se segurasse algo dentro de si.

V: Como assim?

Charli: A Max. Ela faz você sentir? Ela faz você sentir a mesma coisa de quando estava comigo?

V: Isso não é importante agora. -Eu não queria olhá-la, eu não estava enganado nem a mim mesma quando afirmava aquilo.

Charli: Claro que é. -O tom que antes era forte e delicado, se tornou bravo e imprudente. -Eu quero saber se ela faz seu coração...-Sua mão foi em direção ao meu peito, me fazendo fraquejar, eu sentia falta do seu toque, do seu quente toque. -Ela faz ele bater tão forte como eu fazia?

Suas lágrimas escorriam pelo seu rosto, duras, lágrimas aprisionadas a dias.

V: Isso não é mais importante. Como nós sentíamos não é mais importante. -Fiz única coisa prudente naquele momento, me afastei dela.

Charli: Por favor, não faz isso...Eu amo você.

V: Sinceramente? Amar é uma tarefa que qualquer um pode fazer, pensar que suas ações de merda podem machucar o outro é a real ação de se amar uma pessoa. -Falei sem olhá-la.

Sem deixar que ela tivesse qualquer ação, eu entrei em casa.

Eu a amava, mais eu não sei se estava disposta a dar meu coração (Ou o que sobrou dele), e arriscar que tudo se repetisse como um ciclo vicioso que eu não sabia como sair. Agora eu que estava em dúvida...

(Quebra de tempo)

V: Sim, você sabe o quanto de crianças não praticam leitura porque não tem dinheiro o suficiente? São muitas, Max. Se eu posso usar o dinheiro da minha família para alguma coisa essa é a mais prudente. E eu também tenho milhares de livros na biblioteca que meu avô me deixou. -Eu contava para Max minha ideia animadamente, enquanto entrava em casa.

Max: E seu toc com seus livros?

V: Eu me esforçarei, é por um boa causa.

Trancando a porta, pude ver um que um casaco grande e marrom se fazia presente na entrada.

V: Mãe, de quem é o...-Parei em meio a porta do escritório.

(S/p): Oi, filha. -Falou simples, como se tivesse sumido durante anos. Ele estava acomodado, como se nossa casa fosse um lar para ele.

V: O que ele tá fazendo aqui? -Perguntei para minha mãe, ignorando totalmente a presença dele.

(S/p): Eu vim aqui ver meus amados filhos. -Abraçou Dylan que estava ao seu lado.

Unlikely lovesWhere stories live. Discover now