Capítulo 21

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(POV CHARLI) 

Eu observava ela, e sua respiração, que  movia seu corpo devagar, para cima e para baixo.  

(S/n): Você pode andar logo com isso? Eu tenho muita coisa para fazer. -Eu não podia fitar sua expressão, porque a mesma estava de costas para mim, movendo alguns livros na prateleira a sua frente. Ela tentava focar em quais quer das coisas presentes naquela sala, menos em mim e nos meus pensamentos à deriva. 

Charli: Você vem sendo grossa ultimamente. -Afirmei fazendo ela virar e me encarar. 

(S/n): Eu venho sendo grossa? -Ela soltou uma risada amarga. 

Charli: Sim, vem. Eu mal te reconheço. 

(S/n): É, talvez...acho que ter seu coração partido muitas vezes, de algum modo muda você. 

Era notável como aquelas palavras abalavam ela, e isso me abalando também, nossos corações ainda estavam interligados, sendo assim, tudo que a afetava, me afetava na mesma proporção.

Charli: Eu sei, me desculpa por favor. -Sussurei com culpa, me aproximando -Meu amor, eu amo tanto você. -Falei tentando tocar o rosto dela, foi falho. 

(S/n): Você beijou a droga do meu irmão, caramba. -Minha fala foi impedida por um suspiro. -Sabe o quão me doeu ver você nos braços dele? 

Charli: Eu sei, eu sei disso, (S/a). -Ela parecia estar em uma grande luta interna, então me aproximei. -Eu sei que fui uma idiota, e tive culpa em tudo isso, mais eu estava com medo e essa merda me fez perder você, eu morro pouco a pouco cada dia por conta disso. Mais eu não posso mudar o passado, por mais que eu quisesse, eu não posso, mais eu só posso mudar o presente. Então me dá mais uma chance...-Nossos lábios estavam próximos, eu podia sentir seu hálito. E nossos corações estavam batendo juntos, envolvidos pelos únicos motivos que os faziam pulsar. -Por favor...-E quando finalmente iríamos consumar esse feito, sua mão foi de encontro com meu peito, me afastando.

(S/n): Eu...não posso. -Falou se afastando com um pouco de dificuldade. -Eu estou em um ciclo vicioso que parece sempre se repetir, de novo, de novo e de novo. Eu amo você, mais aceitar você de volta é como permitir que esses ciclos nunca acabem. -Falou me fazendo entrar em um desespero caótico.

Charli:Não, (S/a). -Neguei compulsivamente. Desesperada...

(S/n):Eu não posso mais viver assim, Charli. Eu posso mais abrir meu coração para você e arriscar ser quebrada novamente.

Charli:Você me disse que eu valia a pena. Você disse...

(S/n) sorriu triste e afirmou.

(S/n):Você valia...-Ela me encarou, pela primeira vez em muito tempo, como se eu ainda fosse sua garota, porém logo depois sacudiu a cabeça. -Bom, eu preciso ir agora.

Antes que ela pudesse sair pela porta, segurei em seu braço.

Charli:Não, não pode acabar assim. -Falei suplicando para que ela tirasse aquela ideia idiota da cabeça.

(S/n):Já acabou. -Falou indo em direção a porta.

Eu não podia deixar ela ir, eu não podia. Talvez por sinal cósmico ou simplesmente por pura sorte, notei os cartazes de "Vagas para voluntários" escrito e pintado por canetinha.

Charli:Onde em pego uma ficha de inscrição? -Perguntei quando ela chegou em meio ao lugar.

Ela me encarou com dúvida.

(S/n):Como assim? -Perguntou.

Charli:Precisam de voluntários, não é? Então, eu quero me candidatar.

(S/n) pensou por um instante.

(S/n): Creio que não seja o ideal agora, Charli.

Charli:Por que não? Vocês precisam de voluntários e eu? De uma projeto bacana como esse.

"E assim eu poderia ficar mais tempo com você" foi o que ecoou no meu cérebro.

Charli:Vai, (S/a), me deixa participar disso com você. -Me aproximei dela de novo, implorando que em uma dessas tentativas eu conseguisse sentir seus lábios nos meus novamente.

(S/n):Não será bom para a gente se ver quase todos os dias, isso pode fazer esse sentimento nunca ir embora. -Por que os lábios dela pareciam mais vermelhos e mais atrativos?

Charli:Tô contando com isso. -Falei hipnotizada pela sua boca. Umidifiquei meu lábios, como preparação para ter eles em contato com ela. Por que eu me sentia tão quente?

Olhei em volta e todos pareciam ocupados demais para notar algo. Então, puxei ela para uma dos corredores vazios.

(POV S/N)

V: Charli...-Tentei normalizar meu coração.

Charli:Você não sabe o quão estou louca para te beijar agora. -A voz dela saiu mais rouca que o normal.

V:Não podemos...-Fechei os olhos, tentando defocar dos seus olhos famitos observando meu rosto.

Charli:Olhe para mim, olhe para mim olhando para você, Colette lembra? A gente assistiu a esse filme juntas. -Riu.- Eu quero que você veja o quão profundo é quando podemos sentir uma a outra.

Uma das minhas mãos foi levada por ela, para debaixo do seu moletom, entrando com colisão com sua barriga nua, sentindo seus pelos oriçarem.

Charli: Sabe porquê estou assim?

V:An...Porque seu músculo horripilador está contraindo? -Comentei nervosa, ela sorriu se aproximando mais de mim.

Charli:Não, é por você. Um toque seu e meu corpo reage, consumindo o meu oxigênio, me fazendo inflamar, e tudo nele, queimar e implorar por você. -Me desvecilhei dela, nervosa, e peguei  uma ficha dentro de minha pasta.

V:Aqui, escreva os dados que nessitamos.

Charli:Você mudou de ideia. -Se aproximou novamente. Senhor, quanta tentação. -Mudará de ideia sobre o beijo também?

V:E-eu...an...- Nada saía, e ela ainda continuava olhando minha boca. Me consumindo em seus pensamentos.

Max: (S/a)...? -Chamou, me fazendo afastar delicadamente de Charli.

Charli encarou a ruiva, e depois me encarou, pegando o papel de minhas mãos.

Charli:Eu amo você, e sei que você também ainda me ama. -Sussurrou. -Eu não vou desistir de você tão fácil.

E assim ela saiu, me deixando um beijo na bochecha, e fiquei sozinha com Max, que acompanhou com os olhos a morena até a saída. Depois me fitou e virou as costas bruscamente.

V:Max, espera aí. -Chamei, apressando o passo para alcançar ela.










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