Capitulo 5

1.4K 141 6
                                    

- Certo, esse é o último. Agora só precisamos colocá-los na van e levá-los para o hotel. - Sina enfiou o cabelo atrás da orelha. Devia ter caído da faixa quando estavam amarrando as flores. - Obrigada por toda a sua ajuda.

Sabina sorriu.

- É um prazer. E eu posso entregá-los se você quiser. Economize o seu tempo.

- Não, já passou meia hora do seu horário de saída. Já me sinto culpada o suficiente. E, de qualquer forma, eu não te sujeitaria à ira do gerente. Juro que ele sempre encontra falhas nos arranjos, não importa quanto os façamos com cuidado.

- Ele não deve encontrar tantas falhas. No fim das contas, te ofereceu o contrato.

- Isso é verdade. E graças a Deus ele ofereceu. - Graças ao contrato do Shaw Haven Hotel para o fornecimento de arranjos semanais, Sina tinha renda regular suficiente para contratar uma assistente para a loja. Sabina era estudante de botânica na faculdade comunitária local e amou a oferta de emprego.

Foi uma combinação perfeita. O amor de ambas por flores poderia tê-las unido, mas, nas últimas semanas em que Sabina trabalhara ali, tinha nascido uma amizade entre elas também.

Conversavam sem parar enquanto trabalhavam lado a lado, criando arranjos de flores e atendendo clientes.

Sabina havia preenchido um vazio na vida de Sina que ela nem sabia que sentia. Um espaço deixado vago pelo fato de suas irmãs estarem muito distantes e os amigos que ela achava que tinha terem tomado o partido de Thomas.

Às vezes era bom ter um adulto para conversar.

Há sempre o homem da casa ao lado, uma vozinha dentro da sua cabeça sussurrou. Sina a afastou e pegou o primeiro arranjo floral, indo em direção à porta dos fundos. Não precisava pensar em Noah Urrea agora. Havia pensado nele o suficiente no sábado à noite, depois de terem conversado no quintal.

Sabina empurrou a porta dos fundos e encaixou o calço debaixo dela para mantê-la aberta. A van estava estacionada do lado de fora. Ela abriu e destrancou a porta dos fundos, pegando o primeiro arranjo de Sina e colocando-o no porta-malas.

- Amei o que você fez com as vinhas - Sabina falou, se afastando para admirar os arranjos que ela e Sina haviam criado. - Está muito bonito.

Trabalhavam de forma metódica. Sina colocando os arranjos na caixa e Sabina os organizando com cuidado na van. Quando terminaram, eram cinco e meia da tarde, meia hora depois do horário de encerramento e mais de uma hora depois que Sabina deveria estar em casa.

- Vou te pagar pelas horas extras - Sina tranquilizou-a, incentivando-a a voltar para dentro da loja e pegar seu casaco e bolsa. - Agora vá. A sua mãe deve estar se perguntando onde você está.

- Não precisa me pagar. Estou aprendendo muito. Acho que eu é que devia te pagar.

- Sim, bem, esse é o caminho para ir à falência. - Sina sorriu. - Não vou aceitar essa oferta.

- Você devia ir embora também. - Sabina atirou as chaves da van na direção de Sina e vestiu o casaco. - Sei que gosta de ver a Sammy antes de ela dormir. Se você se apressar, vai conseguir fazer isso.

- Graças a Deus existem boas babás. - Sina sorriu. - Pelo menos eu sei que ela está bem cuidada. - Ela se inclinou para dar um rápido abraço em Saby. - Agora vá. Te vejo amanhã.

- Boa sorte com a entrega. - Sabina foi até o carro.

- Obrigada, acho que vou precisar.

[...]

Uma luz no Outono - Adaptation NoartWhere stories live. Discover now