Capitulo 15

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Limpar a loja no Dia de Ação de Graças a esgotou tanto que todos os músculos do seu corpo ficaram doloridos. Depois de voltar para casa no fim da noite com o cabelo coberto de teias de aranha e a pele das mãos esfolada, Sina ligou para Sammy, se satisfazendo ao saber que a filha estava feliz e bem cuidada, antes de desmoronar no tão esperado banho. Mas, em vez de beber a taça de malbec de que se serviu, ela adormeceu até que a água estivesse fria demais em sua pele. E, claro, quando se enxugou e se arrastou para a cama, de alguma forma encontrou um segundo fôlego.

Ficou deitada ouvindo o rangido da casa, o assobio do vento enquanto a tempestade caía lentamente, e tentou ordenar os pensamentos que passavam por sua cabeça.

Esse homem tem uma queda por você.

Foi o que Savannah tinha dito enquanto Noah carregava o filho adormecido de volta para casa, os músculos flexionados sob seu peso.

Ele devorou você com os olhos por metade da noite. E o jeito que ele ficava te olhando, caramba, Sina, me fez perceber que seus olhos não eram a única coisa que ele desejava.

Felizmente nem Noah nem Josh tinham ouvido o comentário de Savannah. Era ruim o suficiente ter que aturar Josh chamando-a de Londres pelo resto de sua estadia, o enorme sorriso fazendo-a querer furar seus olhos com uma caneta. Quanto a Savannah, quando não estava tentando apoiar Sina em seus problemas com Thomas, estava fazendo elogios a Noah, dizendo a ela que a melhor maneira de superar um homem era passar para o próximo.

Assim que eles saíram para pegar o voo de volta para Los Angeles, ela sentiu saudade deles. E agora a casa estava mais quieta do que nunca. Apenas Sina e seus pensamentos, que não estavam provando ser a melhor companhia.

O amanhecer chegou, anunciando uma mudança no clima.

Embora o céu permanecesse nublado, qualquer indício da tempestade do dia anterior havia desaparecido, deixando nuvens amareladas que pareciam estar tentando desesperadamente se dissolver.

Sina puxou o canto da cortina e olhou para o quintal, onde galhos e gravetos quebrados jaziam sobre folhas marrons e murchas, poças de água ainda cobrindo-as da chuva do dia anterior.

O tempo estava bom para vestir um suéter, com certeza.

Levou a xícara de café para a varanda. O banco velho rangeu quando se sentou por cima das pernas cobertas por jeans. Nuvens finas se ergueram da caneca, se misturando ao vapor que escapava toda vez que ela exalava. O que a fez lembrar da filha e do modo como Sammy chamava isso de "respiração de dragão".

Estava tomando o último gole quando viu a porta da frente se abrir na outra casa. Noah surgiu, usando um suéter cinza-escuro e jeans. A calça se agarrava a ele como se não suportasse soltá-lo.

Uau. Ele era de tirar o fôlego.

- Oi. - Um sorriso se curvou em seus lábios enquanto ele descia os degraus e ia até o bangalô dela. Seus tênis velhos rasgavam a grama molhada. - Está pronta para ir?

- Assim que eu terminar o café. - Ela ergueu a caneca. - Ainda tem um pouco na cafeteira. Quer?

Toda vez que ele estava perto, seu corpo reagia. Ele só tinha que se aproximar para ela se dar conta de sua altura, seus músculos, a forma como seu rosto parecia a perfeição esculpida. Ele tinha cheiro de água fresca e madeira de sândalo, uma combinação que provocava seus sentidos, deixando sua cabeça em um turbilhão quando a adrenalina disparava através de seu corpo.

- Café seria bom. - Sua voz ainda soava sonolenta. - Tem caneca para levar para viagem? Podemos levar um pouco conosco. - Ele a seguiu até a cozinha, e ela pôde sentir o calor de seu corpo atrás dela. O cômodo parecia pequeno e mais fechado do que ela se lembrava. Como se estar ali com ele tornasse todo o resto menos importante.

Uma luz no Outono - Adaptation NoartWhere stories live. Discover now