Capitulo 29

1.1K 96 30
                                    

- O que você acha que isso quer dizer? - Sina segurava o celular. O rosto de Heyoon enchia a tela. Ela estava tomando café da manhã em seu apartamento em Edimburgo. Em Maryland era o meio da noite, mas Sina não conseguia dormir.

- Não tenho ideia. - A irmã riu. - Sou advogada, não leitora de mentes. O que você acha que significa?

- Não sei - Sina admitiu. - Nem sei se foi o Noah que deixou a flor. Tudo o que sei é que ele tentou me ligar hoje à tarde e, quando chegamos em casa, encontrei o narciso na escada. Vamos, Yoon, você é boa com essas coisas. Me diga o que fazer.

- Você está me pedindo conselhos sobre homens? - Heyoon sorriu. - Depois que fiz quase tudo errado nos primeiros dias com o Lamar? Está perguntando à pessoa errada.

- Mas você é a mulher mais inteligente que eu conheço.

Heyoon afastou o cabelo dos olhos e tomou um gole de café.

- O que ele disse quando você retornou o telefonema?

- Não retornei - Sina admitiu.

Heyoon quase cuspiu o café.

- Caramba, tem razão. Você precisa sim do meu conselho. Em vez de ficarmos aqui a noite toda especulando, por que não liga para o cara?

- E se não foi ele? - Sina perguntou. - E se ele disser adeus de novo e esfregar isso na minha cara?

- Então você vai saber que ele não é o homem certo para você.

Mas ele era o homem certo para ela. Era o único. O homem que ela via quando apagava as luzes. Aquele que cintilava em seus pensamentos pela manhã antes mesmo de conseguir desvendá-los.

- Sins? - Heyoon a chamou.

- Sim? - Ela balançou a cabeça, tentando tirá-lo dos pensamentos. E falhando.

- Vá dormir. Você parece exausta.

- Você também.

Heyoon sorriu.

- Obrigada pelo elogio gentil.

- Boa noite, Yoon.

- Boa noite, querida. Ah, Sins?

- Sim?

- Ligue para ele.

[...]

- Mamãe, tem outra! - Sammy gritou da cozinha. Sina prendeu o cabelo em um rabo de cavalo apertado e se apressou pelo corredor, murmurando enquanto seus pés batiam no chão. Estavam atrasadas. De novo. Graças à bateria do celular, que ela gastou ao ouvir a mensagem dele repetidas vezes, o alarme não tocou.

No momento em que chegou à cozinha, Sammy tentava encaixar a chave na fechadura da porta dos fundos, o metal raspando na madeira.

- Você sabe muito bem que não deve abrir a porta sem que eu esteja aqui - Sina a repreendeu. - Mas o que você está fazendo? Está congelando lá fora.

Embora a neve não tivesse durado muito depois de chegarem em casa na noite anterior, a temperatura ainda estava gelada. Ela podia ouvir o aquecedor trabalhando na tentativa de neutralizar o frio.

- Eu queria ver a flor.

- Que flor? - Sina perguntou. Ela foi até onde Sammy estava, olhando pela janela da cozinha.

Havia uma única rosa vermelha no capacho, exatamente onde encontrara o narciso na noite anterior. O broto havia acabado de florescer, as pétalas se aninhavam juntas, como se quisessem se aquecer.

Uma luz no Outono - Adaptation NoartWhere stories live. Discover now