Capitulo 28

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Noah calçou os sapatos e colocou a bolsa por cima do ombro, olhando para as informações do voo enquanto saía do saguão. Os portões de embarque estavam lotados, como de costume, e ele abriu caminho entre as famílias e homens de negócios, indo para o lounge executivo.

Mostrou a passagem para a atendente na bancada e seguiu para o bar. Depois da ansiedade dos últimos dois dias, não havia nada que desejasse mais do que uma cerveja gelada antes do voo.

— O que deseja? — o barman o cumprimentou antes mesmo de ele chegar ao balcão.

Noah tirou a bolsa do ombro e a colocou no banquinho ao lado.

— Uma cerveja Yuengling, por favor.

— É para já.

Um momento depois já estava com a bebida, a névoa fria no vidro marrom se transformando em água gelada, as gotas se juntando na palma da mão. Ao olhar ao redor, observou as pessoas sentadas no local. Dois empresários no canto bebiam destilado e riam ruidosamente. Na outra ponta, uma senhora gentil tricotava e tomava algo de uma caneca fumegante. Café, Noah assumiu. Mas a maioria dos passageiros estava na área de escritório, digitando furiosamente no laptop, imprimindo documentos e mexendo no celular. Alguns deles, tudo ao mesmo tempo.

Mas Noah não queria olhar para o celular. Também não queria mexer no laptop, embora estivesse guardado com segurança em sua bagagem de mão. Em vez disso, se apoiou no balcão e fez uma careta para seu próprio reflexo no espelho da parede, sem gostar do que via.

Suspirando, tomou um gole grande de cerveja. Depois outro. Em poucos minutos, a garrafa estava vazia. Ele a colocou de volta no balcão, usando o dedo para deslizá-la até o barman. O homem a pegou e a colocou na lata de lixo debaixo da bancada.

— Quer outra? — perguntou.

Noah olhou para o relógio. Faltava uma hora para embarcar. Ele se lembrava de um tempo — não muito distante — quando chegava para o check-in trinta minutos antes de o voo decolar. Isso não era possível agora, nesses dias de segurança estrita.

— Sim, claro. Me veja mais uma.

O barman pegou uma garrafa do refrigerador e abriu.

— Deseja algo mais?

— Não, obrigado, estou bem. — O pensamento de tentar comer alguma coisa fez sua garganta se fechar. Ele não conseguiu comer mais do que uma tigela de cereais durante o dia todo. Aquela confusão estava arruinando seu apetite.

— Vai viajar a negócios? — O garçom limpou o balcão com um pano amarelo macio. Noah não sabia por que, já que estava brilhando.

— Sim, algo do tipo. — Ergueu as sobrancelhas para o homem.

— Não precisa parecer tão feliz com isso. — O barman sorriu para ele. Noah se inclinou para a frente para verificar seu nome.

— Desculpe, Omar. Estou com muita coisa na cabeça.

— Eu sei. — Omar dobrou o pano e o escondeu embaixo do balcão. — Você tem aquele olhar no rosto.

— Que olhar? — Noah franziu a testa e se olhou novamente no espelho atrás do bar.

— Aquele. — O barman acenou para ele. — Não se preocupe, vejo muito disso.

— É mesmo? — A carranca de Noah se aprofundou. O que ele estava querendo dizer?

Um casal se sentou em duas cadeiras na extremidade do balcão.

Omar caminhou até eles para anotar o pedido e depois serviu duas taças de vinho tinto. Quando voltou, Noah havia terminado a segunda cerveja. Recusou a oferta de uma terceira.

Uma luz no Outono - Adaptation NoartWhere stories live. Discover now