Capitulo 23

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A euforia de Sina por finalmente ter enfrentado Thomas durou toda a sua volta para casa. Ela encostou o carro na calçada de cascalho e estacionou, inclinando a cabeça no encosto do banco, fechando os olhos enquanto respirava fundo.

Realmente tinha acabado de fazer isso?

Sim, parecia que tinha. Ela reagiu, tirando o controle de Thomas, se recusando a continuar em silêncio. Abrindo os olhos, teve um vislumbre de si mesma no reflexo do espelho e não pôde deixar de sorrir.

Olhando para ela estava uma mulher fodona que não ia mais engolir sapo.

Ela era mais forte que isso.

Estava cansada de ouvir dizerem o que ela devia fazer. Em algum momento nas últimas semanas, tinha parado de ter medo de Thomas e do que ele poderia decidir. Havia percebido algo importante: ele só poderia machucá-la se ela permitisse. E, nesse ponto, ela tinha todo o poder.

Ela olhou para a casa de Noah e seu sorriso se alargou. Ele podia não saber, mas sua nova força tinha muito a ver com ele.

Teria enfrentado Thomas sem ele? Talvez, mas não teria se sentido tão bem com isso. O mais leve pó de neve havia caído durante a noite, fazendo o chão brilhar como um tapete de diamantes. Teria derretido antes do fim das aulas, deixando apenas algumas poças para trás, mas naquele momento fazia tudo parecer mágico.

No entanto, ela não podia ficar ali o dia todo. Tinha coisas a fazer — uma troca rápida de roupa e depois iria para a loja, onde a pobre Sabina estava cuidando de tudo. Teria algumas horas de trabalho antes que precisasse pegar Sammy na escola. Não havia tempo para pensar nisso agora. Talvez ela comprasse uma garrafa de espumante a caminho de casa e convidasse Noah para celebrar mais tarde. Eles poderiam brindar à sua nova liberdade e desfrutar da companhia um do outro.

Tirando as chaves da ignição, se virou para abrir a porta quando um lampejo do sol de inverno passou pelos seus olhos. Vinha do carro atrás do seu. Aquele que estava estacionando na entrada da garagem para bloqueá-la.

O carro de Thomas.

Ele seguiu com o sedã preto até que o para-lama estivesse tocando a traseira do seu pequeno Ford.

Ele estava tentando intimidá-la? Seu coração acelerou. Abrindo a porta com a mão trêmula, colocou os pés na calçada, o salto fino dos sapatos deslizando na superfície escorregadia.

Quase imediatamente, Thomas abriu a porta também, seus pés esmagando o cascalho enquanto cobria a distância entre eles.

Parecia tão furioso quanto no escritório da advogada.

— Precisamos conversar. — Ele agarrou seu braço. Os dedos se fecharam com facilidade ao redor do pulso fino.

— Não temos nada para falar. — Ela puxou o braço para trás. — Se quiser alguma coisa de mim, pode passar para a minha advogada. — Caminhou com cuidado para a casa, tentando se manter em pé com seus melhores sapatos. O que estava pensando ao calçá-los nas condições de hoje? Outra maneira de mostrar que estava ótima sem ele. Podia se vestir bem, e não era mais para ele.

Era por ela.

— Temos muito a conversar. — Ele estava logo atrás dela, seus passos acompanhando-a. — Quando você ia me contar que está dormindo com aquele idiota?

— Que tal nunca? — ela respondeu. — Estamos quase divorciados, Thomas. Com quem eu passo meu tempo não tem nada a ver com você. Quanto mais cedo você colocar isso na cabeça, melhor.

— Tem tudo a ver comigo.

Ela virou a cabeça para encará-lo. Embora seus saltos tivessem acrescentado alguns centímetros, ele ainda era mais alto que ela. Intimidante pra caramba. Mas ela não o deixaria saber disso de jeito algum.

Uma luz no Outono - Adaptation NoartWhere stories live. Discover now