Uma luz no Outono - Adaptation Noart

Capitulo 13

— Seu vizinho é gostoso — Savannah falou enquanto as duas caminhavam pelo bosque nos fundos da casa.

Sina revirou os olhos. Deliberadamente afastou a irmã da casa na árvore que Noah quase havia terminado, embora o barulho da serra elétrica ainda ecoasse pela vegetação.

— Falou a garota com o noivo astro de cinema. E você não devia estar olhando. — As palavras saíram mais ásperas do que Sina pretendia. Savannah ergueu as sobrancelhas, olhando para a irmã com desconfiança.

— Você não está com ciúme, né?

— Não. — A resposta de Sina foi quase instantânea. — Ele é só um vizinho. E eu preferiria que você não o comesse com os olhos. — Sua boca ficou seca quando se lembrou do beijo que trocaram na outra noite. Ela não tivera chance de falar com ele desde então;

Estava trabalhando em uma grande encomenda na floricultura.

Talvez fosse melhor assim, pois ainda não tinha ideia de como deveria lidar com seus sentimentos.

— Ei, olhar não tira pedaço. — Subiram no tronco coberto de musgo. — E você devia aproveitar. Não é comum ter um vizinho desse tipo. Especialmente alguém que seja tão bom com crianças.

— Você só está noiva há alguns meses. O brilho do Josh já acabou? — Sina tentou voltar a conversa para Savannah. Não estava gostando de ser questionada.

O sorriso da irmã iluminou seu rosto.

— Claro que não. Ele ainda é adorável e, para ser honesta, faz seu vizinho parecer um troll. Mas mendigas não podem escolher. — Ela piscou para Sina para mostrar que a estava provocando. — Agora, sério, o que há entre vocês? Quando deixamos a Sammy na escola hoje de manhã, ele não conseguia tirar os olhos de você.

Savannah havia chegado a Maryland na noite anterior, tendo pegado um voo um dia antes. Ela tinha deixado Josh em Washington, onde ele deveria se encontrar com repórteres. Josh se juntaria a elas naquela noite e os quatro se espremeriam no minúsculo bangalô de Sina. Ela não podia deixar de pensar em quanto eles achariam o lugar sem graça depois de viver a vida de astro de cinema.

— Tem certeza que não ficariam mais felizes em um hotel na cidade? — Sina perguntou de novo. — O Josh talvez ficasse mais confortável lá.

Savannah parou, se recostando a um velho carvalho.

— Está tentando mudar de assunto? — perguntou.

— Sim. — Sina não queria falar sobre Noah. Não queria pensar nele. Toda vez que se lembrava daquele beijo, se sentia corada como uma garota de dezesseis anos se apaixonando pela primeira vez.

— Bem, para responder à sua pergunta, viemos para ver você e a Sammy, não para passar a noite em algum hotel chique. E, se precisarmos dormir no chão do porão, ficaremos felizes em fazer isso. — Savannah sorriu para Sina. — E, quanto a mudar de assunto, não vai acontecer. Vi o jeito que você estava olhando para ele também.

— Não há nada acontecendo entre nós.

— Mas você quer que aconteça?

Chegaram ao riacho no fundo da encosta arborizada. A água borbulhava e corria enquanto atravessava as árvores, indo para o rio Chesapeake, do outro lado da cidade. Elas caminharam pela margem, as botas afundando na lama macia.

— Não sei o que eu quero. Estou no meio de um divórcio doloroso, tentando proteger a Sammy das consequências. O Noah pode ser o homem mais bonito que eu já vi, mas o momento é totalmente errado.

— Mas fora isso? — Savannah começou a rir. — Vamos lá, nós duas sabemos que, quando o amor bate, não há nada que você possa fazer para controlá-lo. Estou vivendo e respirando as evidências disso.