Epílogo

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Savannah entrou no quarto onde as irmãs esperavam, erguendo o vestido na altura dos quadris para que a bainha não ficasse presa na porta. Sina ofegou, cobrindo a boca com as mãos e sentindo as lágrimas arderem em seus olhos.

A irmã estava linda. Como toda noiva deveria estar no dia do casamento.

As lágrimas quentes e salgadas escorreram, borrando a maquiagem de Sina — aplicada com habilidade naquela manhã pela maquiadora que Savannah havia contratado. Em silêncio, Heyoon entregou um lencinho branco a Sina, que o levou até as bochechas e as enxugou.

— Você está incrível — Sofya falou, com um grande sorriso. — O Josh vai surtar quando te vir.

— Você está maravilhosa — Heyoon concordou, sorrindo para a irmã mais nova. — E esse vestido é tão lindo quanto eu me lembro.

Ela estava usando o vestido branco que havia experimentado diante delas meses antes, quando as irmãs acompanharam por vídeo sua busca por um vestido de noiva em uma butique de Beverly Hills. As flores de tecido branco aplicadas ao material do corpete combinavam com as flores que o cabeleireiro de Savannah havia colocado em seu cabelo. Savannah queria manter as coisas simples — vestido, flores e gravatas usadas pelos padrinhos, tudo branco. A única cor estava no vestido das irmãs e da sobrinha. Heyoon, Sina e Sofya estavam usando um tom bem claro de rosa, enquanto o vestido de Sammy era um pouco mais escuro, e, ao contrário dos vestidos justos que modelavam o corpo das três, o dela era volumoso, as anáguas o preenchendo de forma que ela parecia pertencer ao set de filmagens de E o vento levou.

Claro, ela estava no céu.

— Onde a Sammy está? — Savannah perguntou, olhando em volta, como se pudesse ler a mente de Sina.

— Foi ao banheiro. — Sina franziu o nariz. — Tive que ajudá-la, é claro, mas em seguida ela me enxotou e disse que queria se enfeitar e se admirar, palavras dela, na frente do espelho por um tempo.

Savannah disfarçou um sorriso.

— Bem, ela ficou linda.É a daminha perfeita.

Sina arqueou as sobrancelhas.

— Espero que sim. — Olhou para a mesa cheia de flores, os buquês que havia feito na manhã anterior, antes mesmo que as irmãs saíssem da cama. — Está pronta para as suas flores? — perguntou a Savannah.

A irmã assentiu.

Com cuidado, Sina levantou o buquê, sentindo a garganta apertar. Certamente não iria explodir em lágrimas de novo, ia?

Desde que chegaram ao Reino Unido, dois dias antes, já devia ter chorado um rio.

Primeiro ao reencontrar o pai — apesar de sua fragilidade — e depois ao mostrar a Sammy a cidade em que nascera. E agora estavam todos nas Terras Altas da Escócia, passando um tempo no lugar que Heyoon chamava de lar, e estava emocionada demais.

Chorando um lago.

— Ficou incrível — Savannah falou baixinho quando Sina colocou as flores em suas mãos. Rosas brancas foram misturadas com papoulas da mesma cor, os centros negros adicionando profundidade ao arranjo. No meio, Sina os atou com mosquitinho branco, que simbolizava o amor eterno e imortal. — Não consigo acreditar como você é talentosa.

Sina sorriu sem jeito para a irmã, determinada a não roubar os holofotes com suas emoções. De qualquer jeito, precisava se manter sob controle, caso contrário acabaria chorando durante a cerimônia e isso seria péssimo.

Uma batida soou na porta, depois o vigário a abriu e enfiou a cabeça na fresta, o sol cintilando na janela atrás delas. Ele estava vestido com uma túnica preta, uma sobrepeliz branca por cima e um cachecol comprido. Havia um grande sorriso em seu rosto — desde o começo, ele estava entusiasmado com o casamento, prometendo que faria o melhor para mantê-lo o mais discreto possível. Estendeu a mão para Savannah, dizendo que ela estava adorável.

Uma luz no Outono - Adaptation NoartWhere stories live. Discover now