Capítulo 1 - Primeiro Olhar

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Palloma acordou com a claridade do sol invadindo a janela e chegando até seu rosto, tateou a cama e sentiu o travesseiro, pôs ele no rosto antes que abrisse seus olhos e sentisse os mesmos queimando por causa do sol. Levantou-se vagarosamente da cama, ainda um pouco inconsciente. Caminhou lentamente até a cozinha, que não era longe, pois morava em um apartamento bem pequeno, mas não precisava de um maior, afinal, morava sozinha. Bebeu um copo de água. Não daria tempo de tomar café da manhã.

Após 15 minutos, saiu enrolada na toalha depois de um banho rápido, viu que o relógio em cima do criado-mudo ao lado da cama marcava 09:23, precisa se apressar.

Vestiu uma roupa simples, uma calça jeans escura que marcava bem suas pernas, uma blusinha branca simples e um all star vermelho, iria procurar um trabalho em um restaurante, estava marcado às 10:30. Fez tudo o que precisava, trancou a porta do apartamento e foi até o ponto de ônibus, que ficava apenas à duas ruas depois do apartamento. Palloma entrou no ônibus e estava um pouco cheio, sentou-se ao lado de um homem que aparentava ter seus 40 e poucos anos. Passou-se uns minutos e estava na hora de descer, ela puxou a corda. Olhou o relógio que ficava no pulso do homem, marcava exatamente 10:20. Após descer do ônibus, tratou de apressar os passos. O restaurante ficava a 3 quarteirões de distância.

Chegou em frente ao restaurante, respirou até recuperar o ar e entrou. Indo até a recepção do restaurante, viu na parede um relógio, marcava 10:32. Uma mulher que devia ter seus 30 anos a olhou, esperando que falasse algo. Ela era de uma estatura mediana, cabelos castanhos, um corpo bem, conservado podemos dizer pra uma mulher de sua idade.

- Estou procurando o senhor Paulo, irei fazer uma entrevista de emprego. Sabe onde ele se encontra? - A mulher sorriu.

- Ah sim, senhorita Palloma, não é?

- Sim.

- Prazer, meu nome é Luciana. - sorriu gentilmente e estendeu-lhe a mão.

- Prazer. - disse Palloma que por sua vez sorriu, retribuindo o cumprimento.

- Me acompanhe por favor.

Palloma seguiu Luciana até uma sala que se localizava no andar de cima do restaurante, nos fundos. Ela bateu na porta, e colocou a cabeça para dentro.

- Licença senhor Paulo, só queria avisar que a senhorita Palloma já chegou para fazer a entrevista.

- Sim, pode mandar ela entrar Luciana, e obrigado. - respondeu. Pediu-lhe licença mais uma vez, fechou a porta e virou-se.

- Boa sorte, garotinha. - ela disse, sorriu e foi descendo as escadas para voltar ao trabalho.

Palloma bateu na porta, ouviu um ''entre'', abriu, entrou e fechou a mesma. Caminhou devagar até a mesa do Paulo. Paulo era um homem que devia ter seus 1,75 de altura, cabelos grisalhos, um homem elegante e deveria ter seus 50 e poucos anos. Palloma conheceu ele através de seu pai, e sem seu pai saber, pediu para fazer uma entrevista de emprego em seu restaurante. Chegou em frente à mesa, e ainda em pé o cumprimentou.

- Bom dia, senhor Paulo. - disse e estendeu-lhe a mão como cumprimento. Ele se levantou da cadeira, sorriu e a cumprimentou.

- Bom dia, senhorita Palloma. Sente-se.

Sentou-se na cadeira, olhando atentamente esperando que ele começasse com as perguntas logo, Palloma estava um pouco nervosa.

- Te dei essa oportunidade de fazer essa entrevista, mas antes queria saber o porque que você quer um emprego. Seus pais não te bancam, Palloma?

- Sim, mas já que eu moro sozinha, acho que meus pais não precisam mais ter gastos comigo em relação a casa, entende? Já terminei o colegial, no momento não quero fazer faculdade, porque não sei o que quero, então resolvi procurar emprego, quero livrar meus pais disso e também quero ter meu próprio dinheiro.

- Entendo, seus pais tem sorte por isso. - ela sorriu como agradecimento. - Muito bem, vamos começar. Você já teve alguma experiência com trabalho?

- Não.

- Ok, o que pretende fazer aqui? Digo, tem alguma preferência?

- Não senhor, qualquer coisa pra mim está ótimo.

- Vejamos, você é comunicativa, não é?

- Sim, sim. - sorriu.

- O que acha de atendente de mesas? - perguntou olhando-a atenciosamente.

- Pra mim está ótimo. - ele sorriu. Depois foram mais ou menos uns 15 minutos só de perguntas voltadas para o trabalho.

- Vou te dar uma trégua por consideração à você. Você vai voltar para casa e voltar aqui amanhã às 16:00 e fazer um teste, se você se der bem, eu te contrato, tudo bem? - Palloma estava séria, mas por dentro pulando de alegria.

- Sim senhor, vou estar aqui às 16:00, em ponto.

- Estou confiando. - sorriu. - Agora pode ir, estarei te esperando aqui. Quando chegar amanhã, procure a Luciana e ela te ajudará no serviço, ok?

- Ok, muito obrigada. - levantou-se, se despediu do Paulo e se retirou da sala.

Estava saindo do corredor pulando, dando gritinhos baixinhos, histéricos, quando a porta do Paulo se abriu. Virou-se corada e viu ele rindo olhando-a.

- Descul... me desculpe. - ficou olhando-o envergonhada. Ele riu novamente.

- Relaxa, Palloma, eu entendo. - acenou e entrou na sala rindo. ''Ele era um cara legal.'', pensou.

Desceu as escadas, estava indo em direção a saída quando ouviu a Luciana chamando-a, foi até ela.

- E aí, conseguiu o emprego garotinha?

- Amanhã eu vou fazer o teste, às 16:00 e você vai me ajudar. - respondeu e riu.

- Deixa comigo. - ela disse e sorriu gentilmente. Palloma se despediu e foi saindo.

Palloma narrando.

Estava no caminho da saída do restaurante quando esbarro em alguém e faço ela derrubar alguns livros no chão e espalhar alguns papéis, parecia materiais de escola.

- Olha a merda que tu fez garota! - ouvi, era uma menina, que inclusive foi muito grosseira.

Me agachei e juntei seus livros e papéis rapidamente, me levantei e quando ia começar a reclamar por causa de sua grosseria, paralisei quando vi aquele rosto.

''Nunca tinha visto uma mulher tão linda assim. Mulher não, era uma garota, com um toque de mulher, era isso que ela era. Ela possuía uma estatura mediana, não tão alta
e nem tão baixa. De pele clara, digamos que, branca como a neve. Rosto lindo, com traços marcantes e ao mesmo tempo angelical. Olhos verdes profundos, lábios rosados, boca carnuda e bem desenhada, assim como seu nariz. Belos cabelos negros, delicados, que batia em sua cintura, completamente escorridos. Tinha um corpo que parecia que foi desenhado por deuses, cada curva de seu corpo era bem marcada, chamava atenção, ela era linda.''

Estava vestida com uma calça jeans azul marinho, uma baby look vermelha justa, e uma sapatilha de cor preta. Estava levemente maquiada e tinha algumas pulseiras em seu braço. Estava simples e linda.

Quando saí de transe, vi que ela estava parada olhando para mim séria, estava com uma expressão raivosa.

- O que foi? Além de desastrada é lenta?

- Não viu que eu apanhei suas coisas não? Além de ignorante é cega? - encarei-a.

- Não fez menos do que sua obrigação, foi culpa sua.

- Você que não olha pra frente.

- Pelo visto você também, porque não me viu, não é?

- Ah, por favor! Deixa de ser estúpida, garota.

Branca Como A NeveWhere stories live. Discover now