Capítulo 23 - Símbolos

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Vanessa, assim que terminou seu horário de trabalho, saiu correndo em direção ao ponto de ônibus mais próximo ao hospital, onde sempre pegava para ir embora. Estava desesperada para chegar em casa, queria descansar. Não demorou muito e logo estava em casa. Subiu as escadas rapidamente em direção ao seu quarto. Poucos minutos depois, estava adentrando o banheiro.

''Será que ela gosta de mim? Ela ta sendo tão carinhosa e fofa comigo... Será que eu to fazendo ela sentir algo diferente? Essa menina ta me deixando confusa... Mas, será que eu to gostando também?'' a morena pensou.

Várias coisas se passaram pela sua cabeça durante seu banho demorado e relaxante. Antes de sair do banheiro, enrolou-se no roupão branco e com uma toalha da mesma cor, enrolada na cabeça para secar um pouco seu cabelo que ela lavara. Desceu vagarosamente as escadas, indo em direção a cozinha, onde encontrou o fogão que já a esperava para ser usado. A morena pegou um pacote de macarrão e colocou-o na panela com água e sal, acendeu o fogo e logo colocou a panela. Logo retirava de dentro da geladeira tudo o que precisava para fazer o molho e temperar a comida que aprontava. Logo o macarrão estava pronto. Colocou-o em uma travessa, depois queijo mussarela em cima. Colocou a travessa no forno e ligou o mesmo em temperatura alta para que pudesse ficar pronto logo. Minutos depois, ouviu a campainha da casa tocar.

Palloma narrando.

Quando parei em frente a casa de Vanessa já escurecera. Saí do carro sem pressa alguma, estava ansiosa. Caminhei em passos lentos até a porta da entrada. As luzes estavam acesas, era sinal de que tinha alguém em casa. Me aproximei da porta e apertei a campainha que fica ao lado da mesma. Afastei-me e coloquei minhas mãos nos bolsos atrás da calça, torcendo que fosse ela que abrisse aquela porta. Poucos segundos depois, escutei a chave da porta girando. A porta abriu apenas uma brecha, mas deu para ver que era ela. Ela estava com roupa de banho e com uma toalha na cabeça, linda. Sorri.

Fim de narração de Palloma.

- Oi... - Palloma disse inclinando um pouco a cabeça, sem jeito. - Queria falar com você. Desculpa não ter avisado, é que não deu tempo.

- Por que não daria tempo?

- Então... Eu tava ocupada.

- Hum... Pode entrar. - Vanessa disse abrindo mais a porta e dando espaço para que a outra pudesse adentrar a casa. Logo fechou a porta e virou-se de frente para Palloma. - Não esperava que viesse aqui.

- A intenção era essa. - disse dando um sorriso sem mostrar os dentes.

- E o que foi? Aconteceu alguma coisa?

- Não... - Palloma disse com os olhos em direção aos seios de Vanessa que estava um pouco amostra. A mesma percebeu e cobriu-se mais.

- Então, eu vou me vestir rapidinho, já venho. - disse dando um sorriso sem graça e subindo as escadas rapidamente.

Assim que viu a morena entrando em seu quarto no andar de cima, Palloma jogou-se no sofá. Passou a mão por seu bolso e sentiu a caixinha que colocara ali, sorriu. Logo viu a outra descendo as escadas, estava vestida apenas com um short simples de ficar em casa e uma blusa folgada, estava descalça. Vanessa saiu em direção a cozinha.

- Vem, Palloma. To fazendo comida. - disse chamando-a. Palloma rapidamente ficou em pé.

- É... Vanessa, vem cá, por favor. - assim que disse, Vanessa voltou o caminho que havia feito e parou em frente a outra e ficou a olhando, esperando resposta. - Eu disse que vim aqui pra falar com você...

- Sim.

- Então vem cá. - disse e puxou a mão de Vanessa, fazendo-as sentarem no sofá. Ainda com a mão segurando a da morena, Palloma respirou fundo e a olhou. - Eu não sei bem como começar...

- Do começo. - Vanessa disse e riu, fazendo Palloma a olhar com um ar de ''idiota''. - Vai, fala.

- É que... Bom... - disse e travou.

- Vai amor, fala. - Vanessa disse carinhosamente.

''Ela me chamou de amor?'' Palloma pensou, enquanto sorria exageradamente.

- O que foi? - Vanessa perguntou olhando-a estranhando sua reação.

- Você me chamou de amor.

- Ah, vai, Palloma. Fala! - a morena disse enrubescida, fazendo a outra rir.

- Ta, ta. Então... - disse enquanto ainda segurava a mão da morena, alisando a mesma com carinho e delicadeza. - Eu tenho outra coisa pra te propor.

- Ih...

- Mas dessa vez é coisa séria, ow.

- Fala então.

- Eu gostei muito das vezes que a gente ficou, e... sabe, eu gosto da tua companhia, seu jeito... Pelo que você me disse, você também gostou, não é? Eu tava pensando, se você quiser... A gente poderia, sabe... Ter um relacionamento.

- Relacionamento?

- É... Não um sério, tipo... Ficando. Eu achei que nós duas poderíamos tentar...

- Do nada isso?

- Não é do nada, cara. Você sabe que não é.

- Eu não sei não.

- Por que?

- Você aí, você não quer nada sério. A gente fica e daqui a pouco tu enjoa. Tu não se apega, mas eu me apego... Então, acho que pode ser melhor a gente não ficar mais.

- Não. Claro que não. Até parece que você tem mais medo de relacionamento do que eu.

- Não, eu não tenho medo. É que... É você. Seu jeito de pegadora, dá medo.

- Amor, vamos tentar, vai. Eu não vou ficar com ninguém além de você, se você aceitar. Não vou ser babaca contigo.

- Hum... - Vanessa disse enquanto abaixava a cabeça. Palloma se aproximou mais da morena, deixando o rosto da mesma entre suas mãos.

- Por favor. - disse, olhando-a nos olhos. A morena apenas assentiu a cabeça, sem emitir som algum, deixando ser beijada por Palloma logo depois. - Linda. - disse, sorrindo para Vanessa. - Eu tenho um presente pra ti.

- Onde? - assim que Vanessa perguntou, Palloma pegou a caixinha que estava dentro de seu bolso fazia um tempo e a mostrou para a morena que olhou para a caixinha confusa. - O que é isso?

- Eu comprei hoje a tarde... Pra quando você aceitasse meu pedido eu te desse.

- Ah, então você sabia que eu ia aceitar? - perguntou, olhando para a outra irritada, que por sua vez riu.

- Não, mas eu tinha esperanças, né?

- Sei.

- Não vai abrir a caixinha?

- Abre você.

- Ta bom. - Palloma pegou a caixinha que estava na mão de Vanessa fazia poucos segundos e a abriu, mostrando o que tinha dentro dela logo em seguida.

Dentro da caixinha havia duas correntes, iguais. Havia também um pingente de uma menina. Vanessa olhou para as correntes de ouro dentro da caixa e logo olhou para Palloma que a olhava esperando que ela falasse algo.

- É... Por que comprou isso?

- Então. Como a gente ta ficando, não é algo sério, não é? Eu pensei em comprar isso, pra nós duas usarmos. Você usa só se quiser, sério.

- Mas, por que?

- Eu não sei... Sei lá. Quero ter uma ligação com você mesmo estando longe. Estar perto mesmo estando longe. E eu achei que essas correntes poderiam simbolizar, sabe? - disse sem jeito, inclinando um pouco a cabeça por causa da vergonha. Vanessa sorriu.

- Linda. - disse sorrindo, puxando Palloma pela nuca para lhe dar um beijo rápido e completamente, feliz.

Palloma retirou uma corrente da caixinha e fez Vanessa virar-se de costas para que ela pudesse colocá-lo em seu pescoço. Logo depois Vanessa fez o mesmo. Sorriam.

Vanessa finalmente lembrou-se.

- Merda, a comida! - gritou, enquanto corria em direção a cozinha.

Branca Como A NeveWhere stories live. Discover now