Capítulo 27 - Amor. Importância.

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Conseguiu um espaço debaixo dos braços do homem e passou por lá. Saiu correndo em direção aos quartos, estava cada vez mais próxima, estava colocando a mão em um quarto para ver se sua mãe se localizava no mesmo quando sentiu dois homens a segurando e levando para fora do hospital.

Continuava a gritar, cada vez mais alto, chorando, seu rosto estava vermelho de raiva misturado com desespero. A recepcionista agora os acompanhava, olhando para Palloma com pena, como se estivesse sido tocada por vê-la naquele estado que se encontrava, por vê-la desesperada como ninguém no local em que estava.

Palloma escutou os conselhos da recepcionista e parou de tentar entrar nos quartos que nem louca. Respirou fundo, ficou em silêncio até sua respiração voltar ao normal. Finalmente disse:

- Minha mãe.

- Ta internada aqui, não é? - a recepcionista perguntou-a.

- Meu pai também ta, mas ele ta bem. Me ligaram e disseram que ele ta bem, mas a minha mãe não. - Palloma a respondeu com seus olhos mexendo-se inquietamente. Continuava nervosa.

- Senhor e senhora Albuquerque, não é? Foi eu que liguei.

- Onde eles estão? - Palloma perguntou, levantando-se do banco que havia se sentado minutos atrás e olhando diretamente para a recepcionista que estava a sua frente.

- Me acompanhe. - respondeu, levantando-se e caminhando junto com Palloma logo atrás até a recepção principal do hospital. A recepcionista passou por uma portinha que dividia a recepção e a área onde os clientes sentavam e logo posicionou-se na frente do computador. Foi aí que Palloma reparou no crachá que estava preso ao seu uniforme com seu nome escrito.

- Silvia, não é? - perguntou sem jeito olhando para ela.

- Sim. - disse, dando um sorriso e logo voltando o olhar para o computador novamente. - Hum... Seu pai, acho que pode receber visitas. - disse e pegou um telefone que ficava logo ao lado do computador. Discou um número e esperou um pouco. - Doutor Marcos, telefonei porque to acompanhada da filha do casal Albuquerque, ela queria ter notícias e, se possível, falar com o pai.

- Daqui a pouco apareço aí na recepção pra falar com ela, peça para que ela aguarde, por favor. - disse o médico do outro lado da linha e logo terminaram a ligação.

- Ele pediu pra que a senhorita aguarde.

- Pode chamar de Palloma. - disse em um sorriso pequeno, dirigindo-se para uma das cadeiras vazias da recepção.

Palloma se sentou na cadeira e apoiou seus cotovelos em suas pernas, deixando que suas mãos cobrisse seu rosto inteiro. Respirou fundo mais uma vez, continuava nervosa, preocupada, ansiosa. Queria que recebesse logo a notícia que sua mãe estava bem. Virou o rosto para olhar o corredor novamente, quando viu que um médico vinha em direção a recepção. Levantou-se e caminhou rapidamente até ele.

- Você é o Marcos, não é? Aonde ta meu pai? E minha mãe? Eu quero saber onde ta minha mãe. Como ela ta? Ela ta em perigo? - perguntou tudo de uma vez, se atropelando nas palavras, olhando para o médico atordoada.

- Calma, senhorita. Palloma, não é? Bom, sua mãe ta sendo supervisionada, ta respirando com ajuda de aparelhos. Ta tudo sob o controle. Se tudo ocorrer do jeito que esperamos, ela vai se recuperar logo e voltará pra casa. Seu pai, ele ta bem. Ele ta apenas internado ainda porque nós ainda estamos fazendo uns exames que são extremamente necessário, para que possamos passar algumas recomendações pra ele antes que ele saia do hospital.

- Posso vê-lo, pelo menos?

- Claro. Me acompanhe.

Adentraram no corredor. O médico foi caminhando na frente de Palloma, os dois em silêncio, até ele parar em frente a penúltima porta branca, do lado esquerdo do corredor. Virou-se para Palloma.

- Tente se acalmar. Seu pai pode se abalar vendo você assim, no momento não é bom isso. - disse, com calma. Palloma apenas assentiu com a cabeça.

O médico deu duas batidas na porta com sua mão, abriu a mesma e colocou apenas a cabeça para dentro do quarto. Avisou ao senhor Albuquerque que sua filha logo entraria e voltou a fechar a porta.

- Tente não enchê-lo de perguntas. Talvez ele ainda esteja em choque com o acidente. - disse e se retirou do corredor.

Palloma bateu na porta e logo adentrou no quarto, indo em direção a cama que seu pai estava deitado, a olhando com um sorriso no rosto. Ao vê-lo, automaticamente um sorriso se abriu em seu rosto. Ainda preocupada com sua mãe, porém, sabia que tinha seu pai ali com ela. Seu pai.

- E aí? Como que você ta, coroa?

- To bem, minha filha. Só to preocupado com sua mãe. - disse, franzindo a testa. Sua expressão refletia medo, insegurança.

- Vai dar tudo certo. Pai, como isso aconteceu?

Após algumas horas fazendo companhia ao seu pai, Palloma despediu-se do mesmo, dando um beijo em sua testa. Disse que no dia seguinte, de manhã, iria vê-lo e esperar para levá-lo para casa. E se possível, com esperança de receber a notícia de que sua mãe estaria melhor.

Saiu do hospital e foi até seu carro, entrou no mesmo e logo o colocou em movimento. Agora dirigia mais calma, completamente exausta, sua mente estava cansada. Mesmo com toda sua preocupação, com todo seu medo, angústia, insegurança, sentia que necessitava descansar, afinal, tinha passado a noite inteira fora de casa, e o relógio avisava que a madrugada já tinha chegado já fazia algum tempo.

Chegou em seu apartamento, depois de estacionar seu carro, caminhou lentamente, arrastando os pés, até o elevador. Logo chegou ao seu andar e adentrava em seu apartamento. Foi só naquele momento em que percebeu que tinha deixado sua porta destrancada.

- O que o desespero não faz... - falou para si mesma.

Caminhou até seu quarto e viu que seu celular continuava lá, jogado no chão, ao lado da cama. Viu que o mesmo piscava, uma luz vermelha. Pegou-o do chão e viu. Havia sete ligações perdidas e quatro mensagens de texto. Todas de Vanessa.

''Chegou em casa? Tava esperando você mandar algo, mas demorou... Então...''

''Já dormiu, então? Não me responde... To ficando preocupada.''

''Mas você não costuma dormir essa hora, Palloma. Faz pouco tempo que você saiu daqui...''

'' Me responde, me atende!''

Palloma sentou-se na cama, com o celular em suas mãos. Pensou. Discou o número de Vanessa e esperou que ela atendesse. Depois de quinze segundos esperando, finalmente atendeu-a.

- Palloma? Por que não me atendeu? Por que não me respondeu? O que aconteceu? Onde você ta? - Vanessa perguntava com seu tom de voz alto, dava pra perceber que estava extremamente nervosa.

- Calma... Eu tava no hospital. Sai as pressas, só vi agora que você tinha me ligado e mandado mensagem. Desculpa.

- O que? Hospital? - a morena gritou do outro lado da linha.

- Meus pais, Vanessa... Eu to bem.

- To indo pro seu apartamento agora.

- Não, já ta tarde, já disse que to bem. Desculpa ter ligado essa hora, liguei logo pra você não ficar tão preocupada.

- Eu não tava dormindo. E eu to indo. - disse e encerrou a chamada, deixando Palloma sem ter como impedi-la de ir.

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Branca Como A NeveWhere stories live. Discover now