Capítulo 17 - Sorrisos

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Balançou a cabeça e encostou a porta do banheiro. Se despiu e entrou embaixo do chuveiro.

Palloma acordou com o barulho de água caindo. Virou-se ainda inconsciente, foi abrindo os olhos lentamente e quando sua visão acostumou com o ambiente, reparou que não estava em casa. Olhou para cama em que estava e viu os lençóis da mesma completamente bagunçados, lembrou-se. Sorriu lembrando da madrugada que teve com a morena. Viu a porta do banheiro se abrir e viu ela saindo enrolada na toalha.

- Bom dia. - a morena falou sorrindo para Palloma que retribuiu.

- Bom dia, linda.

- Vai tomar banho, só vou me vestir e ir preparar comida pra gente.

- Se veste aí primeiro, quero ver.

- Deixe de ser idiota Palloma, vai, anda. Corre pro banheiro, vai.

- Ai, deixa eu ver cara.

- Você já viu até demais. - Palloma sorriu maliciosamente para Vanessa que a olhou incrédula. - Vai, Palloma! - Vanessa disse a empurrando para dentro do banheiro. - Tem toalha aí dentro.

Palloma riu sozinha e rapidamente foi para debaixo do chuveiro. Depois de poucos minutos, saiu em direção ao quarto e viu que estava sozinha. Escutou o batido de panelas que vinha do andar debaixo. Vestiu a mesma roupa da noite anterior e desceu as escadas. Escutou o barulho de comida sendo feita, Palloma foi seguindo o som até chegar a cozinha e encontrar a morena de frente para o fogão e de costas para ela. Ficou em silêncio e sentou-se no banquinho, apoiou seus braços na mesa que estava à sua frente. Vanessa percebeu sua presença, porém permaneceu calada, estava concentrada demais em fazer a comida bem feita.

Pouco tempo depois, Vanessa colocou a comida em cima da mesa e organizou a mesma colocando os pratos, copos, talheres, panelas, etc. Sentou-se de frente para Palloma, que estava em silêncio, assim como a outra. Estavam comendo quando Palloma fez questão de quebrar o silêncio que habitava naquele cômodo da casa.

- E então... - apenas emitiu isso, o que fez com que Vanessa levantasse os olhos que estavam grudados em seu prato para olhá-la, finalmente.

- Oi?

- Não vai falar nada?

- Sobre o que?

- Ontem, a gente.

- É.. e-eu, eu não s... - a morena gaguejou.

- Você gostou? - Palloma perguntou a olhando.

- Você é bem direta, não é? - Vanessa perguntou dando uma risada pequena, estava sem graça.

- Responde. - Palloma a olhava atentamente esperando resposta.

- Sim. - Vanessa a olhou ligeiramente e envergonhada, levantou-se rapidamente da cadeira fugindo do olhar de Palloma, levando a louça para pia, ficando de costas para a outra novamente.

Palloma esbanjou um sorriu enorme automaticamente. Levantou-se da cadeira e foi em direção a morena. Parou atrás dela, olhando-a.

''Seus cabelos, seus braços, suas pernas... Até de costas ela é perfeita!'' Palloma pensou.

Aproximou-se lentamente da morena que já estava completamente tensa com sua proximidade. Palloma a abraçou por trás, colocando suas duas mãos na barriga de Vanessa, apertando-a mais contra si. Vanessa fechou os olhos apertando-os, tentando se controlar para não virar-se e agarrar Palloma novamente e levá-la para o andar de cima como fez na noite anterior.

''Essa menina ta me deixando louca.'' A morena disse em seus próprios pensamentos e logo depois respirou fundo.

Palloma beijou o pescoço da morena levemente, provocando-a. Vanessa virou-se de frente para a outra e ficou a olhando. Palloma sorriu para a morena e depositou um selinho em seus lábios. A morena retribuiu e olhou para o chão. Palloma segurou seu queixo fazendo com que Vanessa a olhasse novamente.

- Sobre mais cedo... - Palloma começou a falar, Vanessa a interrompeu.

- Eu sei, sobre ontem a culpa foi toda minha, eu que te levei pro quarto impulsivamente e eu sei que você não quer compromisso nenhum e que foi só uma noite de sexo, nada mais que isso, pode deixar, não precisa mais se explicar. - Vanessa saiu falando rapidamente, sem pausa alguma. Palloma a escutou e ficou completamente chocada, abriu a boca e fechou a mesma várias vezes sem emitir som algum. Depois de algum tempo conseguiu finalmente soltar sua voz.

- Não era isso que eu ia falar, Vanessa.

- Era o que então?

- Eu... Bom... Eu... Eu adorei. - Palloma falou totalmente sem graça olhando para a morena. Vanessa amava quando Palloma ficava sem jeito, quando a viu sem graça, a morena esbanjou um dos seus sorrisos mais lindos que já abrira em toda sua vida, o que fez com que Palloma se derretesse, caísse mais ainda aos pés de Vanessa.

- Desculpa ter falado tudo aquilo. - falou em um tom quase inaudível e abaixou a cabeça.

- Eu entendo. - Palloma sorriu para a morena. A mesma apertou a cintura da morena um pouco forte e logo após falou.

- Eu tenho que ir.

- Por que?

- Tenho trabalho hoje de tarde. Hoje é segunda, esqueceu? - assim que Palloma falou, Vanessa arregalou seus olhos, entrou em pânico.

- Puta que pariu, eu tenho que me arrumar e ir pro hospital. - disse alto, afastando-se de Palloma e organizando tudo que havia na mesa e colocando na pia.

- Ainda é de manhã, é cedo.

- Mesmo assim, tenho que me arrumar. Não posso ir molambenta para o hospital.

Palloma pegou seu chaveiro onde ficava a chave de seu carro e a chave da porta do seu apartamento tudo junto, que antes estava localizado em cima da mesa. Aproximou-se de Vanessa que estava indo e vindo da mesa até a pia, Palloma a puxou pelo braço fazendo-a dar atenção ao que estava a sua frente.

- Eu vou indo, ta? - Vanessa apenas assentiu com a cabeça. - Mais tarde posso te ligar?

- Pode.

Palloma sorriu e enlaçou a cintura da morena com seus braços, fazendo-a colar seu corpo no dela. As duas sorriam, como se já se conhecessem há tanto tempo, como se já tivessem ''se amando'' há tanto tempo. As duas aproximaram seus rostos em perfeita sincronia e beijaram-se. Beijo lento, sem nenhuma pressa. As línguas roçando lentamente, até parecia uma bela dança. Vanessa o parou com selinhos.

Foram caminhando em direção à porta da frente da casa da morena. A mesma abriu-a para que Palloma pudesse sair. Assim que saiu, virou-se novamente para Vanessa. Aproximou-se, fazendo como da última vez que ficaram assim em frente à porta em que estavam. Palloma deixou o rosto de Vanessa entre suas duas mãos.

Branca Como A NeveWhere stories live. Discover now