Capítulo 22 - Palavras Correspondidas

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Às 6:33 da manhã, o celular de Vanessa começou a tocar fazendo as duas acordarem. Palloma apoiou-se na cama apenas com seus cotovelos, ainda sonolenta e olhou a morena se levantar da cama e ir correndo até a poltrona onde estavam suas roupas, a procura de seu celular. Logo o encontrou e atendeu-o rapidamente.

- Alô?

- Vanessa?

- Oi, Sofia.

- Você ta aonde? Desde ontem que não da notícia, idiota. Fiquei preocupada. - Vanessa riu.

- Até parece que se importa.

- Fala.

- Na casa da Palloma.

- O que? - Vanessa escutou a amiga gritando do outro lado da linha.

- Isso que você ouviu.

- Como assim? Meu Deus!

- Deixa de ser exagerada, pra que isso tudo? - disse e riu.

- Idiota. Eu tava esperando você chegar pra ir te deixar no hospital.

- Hum... Eu dou um jeito de ir hoje, relaxa.

- Ta bom, cuidado vocês duas!

- Cala a boca. - a morena disse e as duas riram.

- Até mais tarde.

- Até.

Assim que Vanessa encerrou a ligação, virou-se ficando de frente para Palloma e olhando a mesma, que ainda olhava a morena do mesmo jeito que antes. Palloma logo sorriu para a outra que imediatamente retribuiu sem nenhum esforço, estava realmente se sentindo bem.

- Bom dia, meu amor. - disse, caindo na cama novamente.

- Bom dia... Você não tem que trabalhar?

- Ainda tenho um tempo.

- É, eu tenho que ir trabalhar também. - disse se sentando na cama novamente. Palloma virou-se para olhá-la.

- Eu vou te deixar. É melhor começarmos a nos arrumar logo, né?

- É.

- É, eu vou tomar banho primeiro, rapidinho. - Palloma disse enquanto dava um beijo na bochecha de Vanessa e saía em disparada em direção ao banheiro.

Assim que saiu do banheiro, poucos minutos depois, viu que Vanessa já não estava mais em seu quarto. Vestiu a roupa que sempre vestia para trabalhar, terminou de ser arrumar rapidamente e foi caminhando até a cozinha. A encontrou de costas, colocando algumas coisas na mesa que ficava no centro da cozinha. Vanessa sentiu que a outra estava presente e virou-se para olhá-la.

- Modéstia parte, eu sei cozinhar. - disse, esbanjando um sorriso para Palloma e logo depois olhando a mesa que estava recheada de comida feita por Vanessa.

- Vamos ver se saber mesmo. - respondeu-a. sentando-se em frente a mesa começando a se servir. Logo colocou a comida na boca e a outra ficou olhando-a esperando resposta. - Hum...

- E aí?

- Já da pra casar. - disse e riu.

- Eu sei que cozinho bem, querida.

- Sabe também que é muito modesta.

- Sempre. - riram.

Terminaram logo de comer e Palloma tratou de apressar Vanessa para ela ir tomar seu banho, enquanto arrumava tudo em cima da pia. Quando chegasse do trabalho iria lavar tudo. Pouco tempo depois, as duas saíam do apartamento de Palloma e logo se dirigiam até a garagem do prédio. Rapidamente chegaram em frente ao hospital onde Vanessa trabalhava. Palloma estacionou seu carro e virou-se para a morena.

- Então, bom trabalho...

- Obrigada.

- É, Vanessa.

- Hum?

- Eu gostei muito de ontem. - disse e sorriu sem jeito, passando a mão em seus próprios cabelos. Vanessa deu um sorriso exagerado.

- Eu também, muito. - respondeu Palloma olhando-a. A mesma se aproximou e a beijou lentamente.

Minutos depois, Vanessa afastou a outra com muita dificuldade, pois Palloma não a soltava e nem ela mesma queria parar.

- Eu tenho que ir, não posso me atrasar. - disse mordendo os lábios. Palloma apenas assentiu a cabeça ainda um pouco desorientada. - Depois a gente se fala.

- Bom trabalho.

- Pra você também. - sorriram. Sem mais nada pra ser falado, Vanessa saiu de dentro do carro e adentrou no hospital rapidamente.

Palloma narrando.

Assim que deixei Vanessa em seu trabalho, fui direto para o meu. Adentrei no restaurante e logo avistei a Luciana em seu lugar de sempre. Me dirigi até ela e a cumprimentei dando um beijo em seu rosto e um sorriso um pouco exagerado.

- Bom dia, Lu.

- Bom dia, garotinha.

- E aí? Como é que ta?

- To bem, a senhorita?

- Melhor impossível. Deixa eu ir trabalhar que hoje eu to animada. - disse e saí em direção aos fundos do restaurante, ainda deu para ouvir a risada da Luciana no caixa.

Passei a tarde inteira trabalhando, indo e vindo. Da cozinha para as mesas e vice-versa. As vezes parava para descansar até ver outro cliente entrando no restaurante e que ainda não havia sido atendido.

Durante todo o trabalho fiquei pensando nela. Ontem. Foi mais perfeito do que a primeira vez. Ela tava no meu apartamento, ela tava na minha cama, ela tava nos meus braços, e ela tava muito mais do que ciente do que a gente havia feito. Ela disse que tinha gostado! Assim como eu! Ela realmente tava mexendo comigo.

Quando o restaurante estava com pouco movimento, sentei-me em uma das mesas e logo peguei meu celular. Não tinha nada dela. Fiquei um pouco um segura, mas resolvi mandar alguma coisa. Se ela não fala, quem fala sou eu! Não sabia muito bem o que iria colocar, fiquei pensando por um tempo, até que finalmente mandei uma mensagem de texto para ela.

''Desde que comecei a trabalhar você não sai da minha cabeça. Quer dizer, desde que te deixei no hospital. Não parei de pensar em você nem por um minuto sequer. Eu sei que eu já disse, mas... Eu realmente gostei, não só de ontem, das outras vezes também. E se por acaso você quiser/aceitar... Quero te ver de novo. Me responde quando puder, beijo.''

Fim de narração de Palloma.

Vanessa estava do lado de fora do hospital, tomando um ar enquanto não havia ninguém para atender. Estava com uma colega de trabalho sentada em um bando quando sentiu seu celular tremer em seu bolso. Logo retirou o mesmo e viu que havia chegado alguma mensagem. De Palloma. Leu a mensagem. Balançou a cabeça negativamente dando um riso baixo para si mesma. Respondeu-a na mesma hora com uma mensagem também.

''Você até que consegue ser fofa as vezes. Claro que aceito. Tenho que voltar ao trabalho, beijo.''

Assim que Palloma leu a mensagem que a morena havia lhe enviado, sorriu bobamente.

- Já sei o que vou fazer. - disse para si mesma.

Olhou o relógio do restaurante que ficava na parede e reparou que seu horário já havia terminado. Tirou seu avental rapidamente e carregou o mesmo até aos fundos do restaurante, onde sempre o deixava. Saiu andando apressadamente, despediu-se dos funcionários apenas com um aceno de mão e correu para seu carro. Colocou o mesmo em movimento, logo estaria no lugar desejado.

Branca Como A NeveWhere stories live. Discover now