Capítulo 24 - Mente Atordoada

10.2K 665 49
                                    

Após algumas horas, Palloma e Vanessa estavam sentadas no sofá da sala, abraçadas, quando a porta se abriu e as duas avistaram Sofia adentrando na casa.

- Oi, amiga. - disse Vanessa soltando-se de Palloma e indo em direção a ela.

- Oi. - respondeu-a, olhando para a outra que ainda encontrava-se sentada no sofá.

- Chegou essa hora por que? Você não costuma chegar uma hora dessa.

- Ah, eu saí com a Larissa. - disse sem jeito.

- O que? Por que você saiu com ela? - perguntou Vanessa irritada.

- Ela apareceu lá na agência me chamando pra ir comer com ela e eu fui, só.

- Você ficou com ela, não foi?

- Fiquei...

- Que merda, Sofia! Ela te traiu, cara! Esqueceu? - indagou Vanessa com um tom de voz mais alto do que o normal.

- Mas ela mudou!

- Não, ela não mudou, é coisa da sua cabeça!

- Não é.

- É sim, se toca!

- Me deixa em paz, Vanessa. Eu sei muito bem o que eu faço da minha vida. - gritou e subiu as escadas rapidamente e logo deixando as outras duas lá embaixo ouvir a porta batendo vindo do primeiro andar.

Vanessa ficou parada em pé, olhando para a porta do quarto que já havia sido fechada, estava boquiaberta. Palloma logo levantou-se do sofá e foi em direção a morena, a abraçando.

- Eu só quero ajudar. Ela sabe que essa menina não presta, eu não quero que ela sofra de novo. - disse, olhando para Palloma, que por sua vez não emitiu som algum, apenas a abraçou mais forte, dando um beijo em sua cabeça em seguida. - Ela não vê que essa menina só ta usando ela de novo.

- Você vai conversar com ela?

- Eu? Não. Já avisei. Quando a Sofia bota algo na cabeça ninguém tira. Não vou mais insistir.

- Mas ela é sua amiga.

- Sim, eu avisei, não foi? Quando ela vier chorando eu vou ta aqui.

- Entendi... Acho que já vou embora.

- Por que?

- Preciso trabalhar amanhã...

- Ah...

- Quer vir comigo? Eu te levo pro trabalho.

- Não, não. Vou ver se pelo menos ela fala comigo.

- Ta bom, então eu vou indo. - disse, virando-se para a porta e caminhando até ela, acompanhada da morena.

Vanessa abriu a porta para que Palloma pudesse passar e a mesma o fez. Caminharam até o carro que ficara estacionado em frente a casa.

- Não tira ele. - disse Palloma segurando de leve a corrente que estava no pescoço da morena que apenas assentiu com a cabeça, sorrindo. - Posso te buscar no trabalho amanhã?

- Por que?

- Quero te levar à um lugar.

- Qual?

- Amanhã você vai ver. - disse sorrindo e puxando a morena para um abraço. Despediu-se da mesma com um beijo e logo entrou em seu carro e dirigira até seu apartamento.

Palloma

Assim que cheguei em casa, fui diretamente para o banho. Estava completamente feliz, fazia um bom tempo que não me sentia assim tão bem, ainda mais hoje, quando Vanessa aceitou minha proposta. Pouco tempo depois estava saindo do banheiro e indo até a cama dormir, afinal, tinha trabalho no dia seguinte. Sentei-me na cama e escutei meu celular tocar, era uma mensagem. Procurei rapidamente meu celular que estava embolado nos lençóis da cama, logo achei-o. Sorri exageradamente, devia ser uma mensagem da Vanessa.

Fim de narração de Palloma.

''Eu te vi com ela. Ela de novo. Você não se cansou dela ainda... Por quê? Não desgruda mais dela, não é? Não tem problema, eu que vou fazer ela desgrudar de você. De qualquer jeito.''

Palloma leu e releu a mensagem várias vezes, por vários minutos. O número era desconhecido, porém ela já imaginava quem era. Balançou a cabeça negativamente, bufando impaciente.

- Bruna. - disse para si mesma.

Não respondeu a mensagem que ela havia lhe enviado, Palloma não ligava para o que ela dizia, nem mesmo acreditava que ela fosse fazer algo.

Adormeceu com a morena em seu pensamento. No dia seguinte, quando levantava-se para arrumar-se para o trabalho, ela ainda habitava em sua mente. Os pensamentos de Palloma ultimamente eram todos voltados para Vanessa. A única preocupação que tinha era qual dia e hora em que a veria novamente. De preferência o mais rápido possível. Quando estava para sair de casa, levava consigo seu celular na mão. Antes de ligar seu carro para ir em direção ao restaurante, mandou uma mensagem para ela.

''Bom dia, minha pequena. Espero que tenha dormido bem, assim como eu. Bom trabalho pra ti. Não esquece, eu vou te buscar hoje. To ansiosa pra te ver de novo. Até mais tarde, se cuida, viu?!''

No caminho para o restaurante, Palloma lembrou-se da mensagem que Bruna havia lhe enviado. Pensou bem. Agora estava insegura. E se ela realmente fizesse algo que poderia estragar o que ela tinha com Vanessa? Algo que nem mesmo começou? Mil perguntas e nenhuma respondida. ''E se?'' essa pergunta era a que mais rondava em sua cabeça.

Logo percebeu que chegara ao trabalho. Balançou a cabeça, tentando espantar seus pensamentos ruins e caminhou até ao restaurante lentamente. Cumprimentou Luciana, um pouco desanimada, o que fez com que a mesma percebesse que algo estava errado. Luciana preferiu ficar calada, não iria perguntar o que havia no momento, pra ela, Palloma precisava de um pouco de espaço.

Passou o dia concentrada no trabalho, indo e vindo. Em momento nenhum parou para conversar, assim que via um novo cliente, ia correndo até o mesmo. Palloma queria ocupar sua cabeça com seu trabalho, só com o trabalho no momento. Sabia que se voltasse a pensar nas outras coisas, iria se lembrar da mensagem, iria ficar com medo de que ela realmente fizesse algo, e medo era algo que Palloma lutava com todas suas forças para não ter.

Seu dia foi longo, muito longo. Olhava para o relógio, mas para ela um minuto queria dizer uma hora ou mais. Queria sair dali, queria ver ela de novo. Abraçar ela mais uma vez e ter a certeza de que estava tudo bem, com ela. Pelo menos com ela. Como da água pro vinho, Palloma havia ficado atordoada. O dia anterior foi completamente perfeito, estava nas nuvens, e no fim, no inferno.

Olhou novamente para o relógio e faltava apenas dez minutos para que seu horário acabasse. Caminhou rapidamente até Luciana.

- Lu, posso sair mais cedo hoje? - Luciana olhou para o relógio e viu que horas marcava.

- Pode, reparei que você não ta muito bem hoje... Pode ir, não se preocupa. E como hoje é sexta, até segunda. Espero que esteja bem quando voltar.

- Vou ta sim. - disse sorrindo.

Ligou o carro e rapidamente dirigiu até o hospital em que Vanessa trabalhara. Estacionou em uma das últimas vagas que restavam em frente ao mesmo. Desceu do carro e ficou em frente a entrada do hospital. Pegou seu celular e logo discou o número de Vanessa, que logo atendeu e lhe disse que logo sairia. Sentou-se em um dos bancos encostados nas paredes da entrada. Palloma olhava o movimento da rua, quando sentiu alguém sentando-se ao seu lado. Sorriu.

- E aí, tudo bem? - perguntou-lhe sorrindo.

- Agora, ta tudo perfeito. - Palloma respondeu-a, logo puxando a morena para um abraço e um beijo discreto em seu pescoço. Logo se levantou, puxando Vanessa pela mão. - Vamos?

- Vamos. Mas pra onde? Você ainda não me disse.

- Surpresa. Mas acho que vai gostar. Vem. - disse, caminhando com a mão na cintura de Vanessa, indo em direção ao carro.

Branca Como A NeveWhere stories live. Discover now