Capítulo 29

29 4 0
                                    

Maria Eduarda

Depois da minha conversa com Jacob sobre arranjar um emprego, e das aulas de segunda, eu voltei para meu dormitório e digitei meu currículo, e fui imprimir na biblioteca da escola.

Na terça depois das aulas, distribui em todos os lugares com o letreiro, help wanted, lanchontes, lojas de conveniência, lojas de roupas, restaurantes, até deixei em um bar. Em menos de dois dias recebi um e-mail de aceitação do meu currículo.

Barbie's Lunch Bar. Observei o letreiro do local quando adentrei na lanchonete. Tinha um ambiente simples e cheirava a pequeno almoço americano. 

Caminhei até ao balcão onde sou atendida por uma garota que parece ter a minha faixa etária. Ela é negra, com cabelos cacheados e olhos claros, é magra e tem aparelho nos dentes, pois exibe um belo sorriso para mim.

Barbie's Lunch Bar. Qual será o seu pedido de hoje? — ela diz um discurso ensaiado, pegando seu bloco de notas.

— Oi, meu nome é Maria Eduarda, vim para a vaga de garçonete. — digo arranjando a alça da minha mochila.

— Garçonete? Ahm, estou lembrando, minha mãe deve ter aceite alguém. Um momento. Mamãe! — ela diz a última parte gritando e virá para mim como se não tivesse gritado com todo o ar que tinha nos pulmões. — Meu nome é Emma. — ela estica sua mão e eu aperto.

— Prazer Emma! Pode me chamar de Duda. — recolho minha mão a deixando na alça de minha mochila de novo.

— Seu nome é, diferente. E seu sotaque também. — Emma fala com a mão no queixo.

— Eu não sou daqui, sou brasileira e bolsista na Eastside High School. — explico para ela.

— Uau! Quem me dera estudar lá. — se ela soubesse o palco de víboras que aquilo é.

As portas atrás de Emma são abertas, revelando uma versão mais velha de si. Com alguns fios de cabelo branco e expressão cansada, corpo volumoso, um pano limpando as mãos, e um lápis segurando o coque. A mulher sai sorridente na minha direcção.

— Oi. Deve ser Maria Eduarda. Me chamo Barbara, sou a dona da lanchonete. — ela estica sua mão e eu aperto.

— Prazer dona Barbara. — ela sorri para mim.

— Me chame de Barbara. Podemos conversar ali. — ela aponta para uma mesa no fundo da lanchonete e ouvimos o sino que está pendurado na porta tilintar, anunciando um novo cliente. — Vai atender, por favor, Emma,. — ela se dirige a filha que pega o bloco que notas e se dirige até a mesa do cliente que entrou.


Me dirijo até a mesa que ela apontou, me sentando de frente para ela.

Ela se senta com um sorriso, e mesmo com a simpatia dela, me sinto nervosa. Esfrego as minhas mãos depois da mesa numa tentativa de me acalmar.

— Então, Duda nem? Você tem experiência trabalhando em lanchonetes? — ela pergunta agora com um ar profissional.

— Não senhora. Trabalhei uma vez em uma lojinha no Brasil antes de vir para aqui, mas eu nunca trabalhei em lanchonetes. — sou sincera. — Mas, eu limpo, lavo loiça, se quiser até cozinho, sou ágil e preciso muito desse emprego. — digo nervosa.

Mar de mel | ✓حيث تعيش القصص. اكتشف الآن