Capítulo 33- Capítulo Bônus

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Narrado por uma pessoa diferente de Duda e Jake

Sônia Soares

A situação do meu marido vem se agravando, não ficamos mais que duas semanas sem ter que ir ao hospital.

Meu marido sofre com pressão alta e graças a isso teve um AVC mês passado.

Ainda não sei como contar a minha filha que o seu pai neste momento está em estado grave sem movimentar a parte esquerda do corpo.

Meu marido é um homem forte e batalhador desde que conheci ele naquela roça.

Eu passava por lá todos os dias voltando da escola, e foi quando eu reparei nele, era um novo empregado do fazendeiro.

Pele bronzeada e braços musculosos, 1,90 de altura e um sorriso galanteador, olhos cor de mel e cabelo quase loiro. Seus olhos despertaram um interesse em mim.

Mas o que eu, uma garota de 16 anos via em um homem trabalhador?

Sempre que eu passava, José levantava a mão para me cumprimentar e sempre com seu sorriso perfeito, eu retribuía o aceno, sempre tímida.

José passou a ser assunto entre todas as garotas que viviam perto de minha casa.

Deveras, ele era muito bonito e atraente e super educado com todos.

Ficamos nesse clima de acenos e sorrisos até que um dia, eu saí de casa de noite enquanto meus avôs dormiam para observar a lua perto de uma lagoa. Me sentei na beirada com as pernas do lado direito do meu corpo, olhando para o céu.

— Você também gosta da lua? — a voz masculina me assustou e eu me virei para ver.

E lá estava ele com seu calção surrado e sua camisa de flanela xadrez, um par de chinelos cansados, olhando para mim com um sorriso no rosto e seus olhos reluzentes com a luz da lua.

Sim. — respondi eu tímida.

— Eu reparo em você, quando volta da escola. — José se senta do meu lado. — José Soares, prazer e você?

— Sônia Oliveira. — digo, tentando ao máximo desviar o olhar dele.

— Você é muito bonita Sônia! — José diz me fazendo ruborizar, seu sotaque acentuado de um nordestino.

— Obrigada. — ponho uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, como sempre faço quando estou nervosa.

— A lua está bonita hoje não está? — ele diz focando seus olhos na lua cheia no alto.

— Sim, muito linda! — digo sincera.

Depois daquela noite passei a ir a lagoa com mais frequência.

Sempre me encontra com ele e perdi a timidez e passamos a conversar.

José tinha 21 anos e veio do Sertão para ter uma nova vida, depois que fez 18 anos.

Depois de semanas, José finalmente tomou coragem e me beijou.

Não tive outra reacção a não ser surpresa. Mas havia gostado de experienciar o beijo pela primeira vez na vida.

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