Um

3.4K 177 16
                                    

Era 11:00 da manhã e meu pai me chamava. Sai para o jardim onde me foi dito para encontrá-lo. Sua casa é localizada em uma clareira no interior da Roma, então poderíamos fazer o que quisessemos que ninguém veria.

"Mia querida, a quem você pertence?" Isso acontecia todos os dias, ele me fazia dizer que eu era dele e que devia obedecer a ele não importa as circunstâncias.

"Eu pertenço ao senhor, papai, somente ao senhor." Uma citação falsa se for prestar atenção no meu tom e na minha expressão, nada, é isso que eu demonstro,simplesmente nada.

"Peça, minha aberração, peça ao seu pai" Engoli em seco. Sabia o que aconteceria a seguir, a mesma coisa acontecia todos os dias desde que eu aparentava ter três anos de idade.

"Beba de mim, papai. Se alimente do meu sangue, por favor" Seu rosto que antes era animado passou a expressar raiva, ele estava fervendo de raiva.

"Não se esqueceu de nada? Ajoelhe, vadia, implore pela minha atenção" Ajoelho aos seus pés e implorei mais uma vez com as mãos juntas "Beba de mim papai, por favor, por favor"

Ele sorri como um maníaco, pega meu braço o apertando e puxa para cima com força. 'Bem, mais um hematoma para conta.'

Com passe livre para o meu pescoço, já que eu sempre tenho que manter meu cabelo preso, ele avança em mim com suas pressas altamente dolorosas perfurando meu pescoço, que exibia suas marcas eternizadas das mordidas anteriores, obviamente sempre escolhendo a área pela qual ele tem mais acesso a minha artéria.

Um suspiro doloroso escapa pelos meus lábios ao mesmo tempo que uma lágrima rola pela minha buchecha.

Por mais tempo que passe eu simplesmente não consigo me acostumar com a dor, mas ainda assim, não choro mais como antes.

Cinco minutos se passaram com meu pai bebendo do meu sangue lentamente prolongando a minha tortura diária até que finalmente ele resolve que por hoje é o suficiente, pelo menos é o que eu espero.

Ele passa língua pela ferida recém formanda e se afasta de mim lambendo os lábios sem deixar nenhuma gota de meu sangue para atrás.

"Me cause dor, Mia" Essa é a melhor parte do meu dia, usar os dons que causam algum tipo de dor que eu coletei de algum vampiro qualquer nesse monstro. Não que eu seja ruim, longe disso, é só que é a única maneira que tenho de me vingar pelas coisas que ele me faz, mesmo que seja uma ordem dele.

Chego mais perto de James tocando o seu braço enviando um choque para o mesmo, mais nunca com a carga total. Vai que eu precise me defender dele algum dia.

Ele cai no chão se contorcendo com os olhos revirados "CHEGA" Ele grita.

Com muita dificuldade eu o solto e corro um pouco para longe. Ele respira fundo- não que ele realmente precise- se levanta e olha para mim deixando transparecer seu falso desinteresse.

"Parede de fogo, agora"

Eu imagino o fogo na minha mão e pequenas chamas começam a sair dela, mentalizo a parede e esta começa a se levantar na minha frente, fogo por toda ela.

"Nós cerque" Eu faço. "Suficiente" A parede é desmanchada e o fogo volta para mim.

"Agora levite a árvore, querida" estico o braço para qualquer árvore e com a mão aberta vou levantando o braço em direção ao sol levando a árvore junto, já esta se encontra a sete metros de altura.

"Já chega por hoje" Eu desço a árvore lentamente para lugar dela.

Um dos poderes que peguei é Vida e Morte então o uso para que a árvore continue viva.

"Vá se cobrir! Estaremos saindo em busca de novos dons em trinta minutos."

"Sim, senhor" Me viro e corro para dentro, porém sou parada por outro chamado de meu pai

"Mia"

"Sim, papai?"

"Por que você não tem mãe?" Ele está fazendo de novo.

"Porque eu a matei, papai" Meus olhos se enchem de lágrimas

"E o que você merece por isso, sua assassinazinha?" Lágrimas escorrem.

"Eu mereço morrer...!" Aquele sorriso psicopata, ele adora me ver vulnerável!

"E por que ainda está viva, minha querida?"

"Porque o senhor cuida de mim"

"Agradeça, vadia!" Fecho os olhos e mordo o lábio inferior.

"Obrigada, papai, por me amar, me manter, alimentar, me deixar sub um teto. Obrigada por cuidar de mim, eu só tenho a agradecer ao senhor, o senhor terá minha eterna devoção e se um dia precisar eu morrerei para te salvar."

"Peça" Engoli em seco mais uma vez naquele dia.

"Eu sou horrível e devo ser punida na pior maneira, então, por favor, me puna papai?" Meu choro se intensifica  e um soluço alto ecoa pela clareira. Ele me abraça.

"Shii, se assim você quer, minha garotinha má, papai te punirá quando voltarmos de viagem, sim?" Aceno que sim com a cabeça.

"Agora vá, restam 20 minutos para você"

E assim finalmente corro para dentro de casa me afastando daquele homem.

                                              833 palavras

The Kings Volturi- A Companheira Where stories live. Discover now