Treze

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1° pessoa

Não consigo se quer me mover enquanto observo eles flutuarem em minha direção e quando eles param a dois passos de mim preciso jogar minha cabeça para trás para poder ver seus rostos direito. "Olá, amore." Todos os três pronunciam juntos.

Eu pisco por um segundo e antes que tome consciência dos meus movimentos me jogo nos braços do rei que está mais perto, encosto o nariz no ombro de Aro soltando o ar que nem sabia que segurava. " Oi." Inspiro o cheiro de Aro. Aro cheirava a flores, mato, terra e madeira, cheirava a natureza. É reconfortante, me traz paz.

Deito a cabeça ali e olho para Caius por poucos segundos, meu olhar caindo para a sua mão que eu pego delicadamente. Suspirando me forço a largar o corpo largo de Aro soltando a mão de Caius no processo. Dou um passo para trás e ando na diagonal indo ao encontro do meu companheiro desamparado buscando o confortar e me confortar, acabar com a saudade que habita em nós. Passo os braços embaixo dos seus e deito a cabeça em seu ombro como tinha feito com Aro, porém com o meu rosto virado para o seu pescoço o que me proporciona uma visão privilegiada de seu lindo rosto. Com isso, dou um beijo em sua bochecha antes de me afastar.

"Já terminou?" Caius pergunta. "Espera ai" digo enquanto me agacho e coloco o último pedaço da torta de mirtilo na boca. Eu me levanto olhando para eles e pronuncio "hum rum". Levo a mão à frente da boca para esconder o canto dos lábios sujos abaixando logo após passar a língua no local.

"Ainda te devemos aquele passeio" Aro esclarece suas intenções comigo. " Claro. Chegaram bem a tempo, ao contrário Nessie e eu iríamos virar exploradoras." Eu brinco com eles com algo que realmente aconteceria nos próximos minutos.

Nós quatro começamos a andar nos afastando da família Cullen.

"Tem tanta comida aqui que se continuar do jeito que estou vou passar mal até a noite." Comento na esperança de fazê-los rirem do meu descontrole, o que não acontece. Os três me olham preocupados. Mas realmente estou extremamente cheia, tanto que qualquer movimento dói.

"Relaxem. É só que é tudo novidade, sabe. Tem muita variedade aqui." Eu tento tranquiliza-los.

" Não é só novidade, Mia, é a falta de alimentação de antes. Você está agindo como um cachorro que ficou um ou dois dias sem comer alguma vez na vida, come além da conta por medo de não ter no dia seguinte e eu te asseguro, não vai acontecer!" Marcos coloca em palavras um de meus medos inconscientes, do qual não tinha contado para ninguém daqui.

" O problema não é você engordar, longe disso, mas sim você perder o controle, a comida virar um refúgio e você desenvolver um compulsão alimentar." Aro expõem o receio deles e Caius termina " Não queremos te ver doente, meu amor e doenças psicológicas são as piores de se curar."

Eu mordo o lábio inferior e olho para a grama "Vamos diminuir suas opções." Algum deles fala. "Tá."

"Ando pensando no violão, o som me agrada." Para mudar o assunto e espantar os pensamentos que começavam a me tirar a atenção coloco em pauta um desejo que venho sentindo nos últimos dias.

Imagens dos meus dedos passando pelas cordas de náilon ocupavam os meus pensamentos, eu conseguia sentir o peso do instrumento no meu colo, sentia as cordas afundando nos meus dedos da mão esquerda enquanto eu os posicionava nas casas e meu braço direito abraçando o corpo do violão. O som ecoava nos meus ouvidos sem nem ao menos existir e eu me imaginava tocando tão bem quanto Aro.

"Era isso que eu estava esperando, la mia bellezza" Aro sorri para mim e seu sorriso me desconcerta.

"Música fará parte das minhas aulas?" Eu pergunto.

The Kings Volturi- A Companheira Where stories live. Discover now