Nove

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O intuito da história era ser uma fic sobre os Reis Volturi e sua companheira infantilista, porém eu tinha medo dos julgamentos, mas como é história é minha eu vou escrever sobre isso.
O infantilismo é uma condição psicológica que leva a pessoa a agir como criança, ela pode nascer com o transtorno ou adquirí-lo com o tempo por conta de traumas.
O relacionamento dd/lg, como é chamado, não tem nada a ver com pedófila, este seria o age play.
Mia pode passar a usar utensílios de bebê e chamar os reis de papai, então não achem estranho quando isso acontecer.

Boa leitura.

A garota loira que havia me chamado a algumas horas antes era quem também trazia meus remédios e água em uma bandeja. Ela os põem na mesa e se afasta um pouco de nós, eu sigo os seus movimentos com o olhar e levanto uma das sobrancelhas, ela entende minha pergunta silenciosa " sou Jane, minha senhora" ela faz uma reverência levemente exagerada " Pelo amor de Deus, tenho 5 anos, não sou uma senhora e pare com essa de Rainha, sou apenas Mia." Jane se surpreende e corre os olhos desesperadamente entre o rosto dos reis. 'O que é? Não falei nada demais.' " Mia, minha queria, isso não seria nada respeitoso, em breve você será Rainha, afinal és nossa companheira" a voz de Aro ecoa pela sala. Me viro para homens atrás de mim mais uma vez com a sobrancelha erguida, desta vez em desafio " Se eu sou uma Rainha então eu dou ordens, certo?" Caius me interrompe " Não! De jeito nenhum" retorno o olhar para Jane "Esta é uma ordem!" Caius é quem protesta novamente "Ordem negada. Jane está dispensada, vá." olho nos olhos de cada um deles com rosto duro, e digo " Mal começamos e já estão querendo passar por cima de mim? É a minha escolha e eu não vou mudar de idéia. Espero que cumpram a minha ordem, Jane" todos suspiram em choque, acho que não esperavam essa atitude de mim, Marcus encerra o assunto "Deixem ela! Pode ir Jane".

A garota sai nos deixando sozinhos novamente. Pego um dos comprimidos "São comprimidos para dor e vitaminas" Marcus que agora está ao meu lado estende a mão e acaricia minha buchecha, eu inclino a cabeça e nós fazemos contato visual " Vão fazer minha dor passar?" A essa hora essas dores já estão ficando insuportáveis. "Sim, eles vão." Eu tomo um por um. No começo foi difícil, eu nunca tomei remédio nenhum, mas depois eu peguei o jeito.

"Queríamos te levar para conhecer os jardins mas isso te forçaria, então o que acha de olha-los pela janela dessa vez, cara mia?" Aro propõem. Eu sorrio e balanço a cabeça em afirmação. Chego mais perto de Marcos querendo mais do seu contato, nunca tinha sentido algo tão bom antes.

Aos poucos sinto minha mente mudar, é como se eu voltasse a ser uma criança pequena, isso já aconteceu outras vezes mas eu conseguia controlar, eu tinha que controlar, mas agora eu me sinto tão segura e amada por esses três que por mais que eu tente, não consigo. Eu aceno para Aro e estendo os braços para Marcus, quero que ele me pegue, ele segura minha cintura e me ergue, eu enrolo as pernas e braços ao redor dele, deito a cabeça na curva do seu pescoço e fecho os olhos. Enquanto corríamos os três ronronavam baixinho para mim, algo como ruídos de gato e eu me sinto regredir ainda mais.

Paramos e Caius abre uma porta, nós entramos e logo reconheço o meu quarto. Sou colocada na grade de segurança da sacada e Marcos me afasta para dar espaço a um Caius agoniado e impaciente, ele me vira para que possa ver o jardim e agarra minha cintura com medo de que eu caia, grandes chances de acontecer, e eu encosto em seu peito quase sumindo de tão pequena. Dois minutos se passam em silêncio comigo pensando em Aro, ele foi o único que não teve contato físico comigo até agora, toda vez que eu tento troca-lo, ou ele tenta, ele recua com medo, medo de que? Eu não vou machuca-lo. Isto estava começando a me magoar.

Eu me inclino para frente, Caius automaticamente me aparta mais, estendo o braço para o leste apontando para um espaço enorme das mesmas flores " Olhem aquelas flores amontoadas em um círculo azul, o modo que elas crescem é lindo." Os três olham para onde eu aponto e sorriem " São hortências. Você conhece algum tipo de flor, meu raio de sol?" Aro pergunta. Eu balanço a cabeça indicando que não e ele volta a falar " Várias flores tem mais de uma cor e isso acontece com as hortências também. Em outros lugares do jardim nós temos hortências cor de rosa, amarelas, brancas e roxas.

Aquelas são rosas, além das vermelhas que são as mais conhecidas temos a preta que é rara;
Essas são tulipas, temos rosa e amarelas mas também tem roxo, brancas e vermelhas;
Lírios, margaridas, e girassóis; " a cada palavra eu ficava mais encantada mas não tive tempo para me recuperar de todo esse encanto, Caius me ensina uma nova palavra e eu só posso forçar um espaço para ansiedade e curiosidade em minha mente, eu queria saber o que era aquilo.

" Temos uma orta no lado norte, quando você melhorar nós te levaremos para conhecer."

Jogo a cabeça para trás para que possa olhar diretamente para seus olhos "o que é uma orta?" Os reis parecem sempre admirados com minha inocência e dispostos a ensinar suas coisas.

"É tudo aquilo que é dado pela ela natureza e os humanos podem ingerir. Frutas, verduras, legumes..." Marcos me explica.

"Com o tempo a eternidade pode ficar bem entediante e é por isso que temos um jardim tão amplo, os guardas costumam usar a jardinagem como distração, mas a orta acabava ficando para os humanos que trabalham no castelo, agora podemos dizer que ela serve de alguma coisa para os Volturi." Aro parece não estar mais aqui enquanto fala, após terminar ele olha para mim e sorri não pude evitar retribuir o gesto.

"Está na hora do jantar, principessa! Quer comer aqui ou na cozinha?" Ai está o apelido de novo, não sei o significado mas o adoro tanto.

"Quero conhecer a cozinha!" Eu exclamo.

*Quebra de tempo*

Um dos reis abre a porta da cozinha, eu realmente não me importo com quem foi, o sono começava ame dominar cedo demais, resultado de noites mal dormidas. No momento eu me encontrava aconchegada nos braços de Caius ele me carregava no estilo de noiva e eu mantinha a cabeça recostada em seu peito como tenho feito a tarde toda, dessa vez por outro motivo, eu tentava não pegar no sono.

"O que você gostaria para o jantar, cara mia?" Aro pergunta. O que direi? Eu realmente não tenho nada em mente, esperava que fosse os restos do almoço. Vendo meu desconforto ele volta a dizer "Que tal meu prato favorito de quando humano?"

Caius escolhe a cadeira que me daria a melhor visão de Aro que se encontrava atrás do balcão, Caius e Marcos sentados de ambos os meus lados.

"O que James lhe ensinou por todo esse tempo Mia?" Marcos perguntou.

"A controlar meu dons" a lembrança de seus métodos de ensino brigando com o sentimento bom que senti durante todo o dia começava a ganhar destaque em meu coração.

" Ele não te ensinou a ler, escrever, matemática, geografia, nada?" Os Reis ficam cada vez mais indignados a cada palavra que sai da boca de Marcos e a forma que eu me mostro cada vez mais confusa.

"Não faço ideia do que são"

"Quer aprender, Mia?" Caius me pergunta, mas eu não acho que minha resposta vá valer de alguma coisa.

"Quero!" Uma resposta positiva os deixaria felizes, não é? Foi como o esperado, meus reis exibiam sorrisos grandes e orgulhosos direcionados a mim.

" Vamos organizar os horários e decidir quem será seu professor em cada matéria, o conhecimento é importante cara mia e seu interesse em aprender me alegra." Aro contorna a bancada, caminha até a mesa e coloca o prato na minha frente " coma, querida.".

Enquanto eu comia os reis brincavam entre si e eu olhava a sua interação e assistia o por do sol da imensa janela da cozinha.

Posso eu, enfim, ter encontrado o meu lugar?

The Kings Volturi- A Companheira Where stories live. Discover now