Capítulo Vinte e Cinco

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Observo o sorriso de deboche da Natalya, estou intrigada por ela ter pintado os cabelos da mesma cor que os meus

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Observo o sorriso de deboche da Natalya, estou intrigada por ela ter pintado os cabelos da mesma cor que os meus.

De repente me lembro da discussão minha com o Dom no nosso primeiro dia de casados e me dou conta de quem foi ela a responsável por termos sido drogados.

— Que coincidência encontra-la aqui Ecatherine. — A minha mãe fala chamando a minha até.

Olho para o rosto das pessoas que partilham do mesmo sangue que eu, não os via faz um pouco mais de um mês. Mas nada mudou, ainda consigo sentir o ódio e o desprezo que eles sentem por mim.

— Não é coincidência nenhuma, pois essa casa também é dela  Mas estou intrigada com o motivo de virem a minha casa sem serem convidados. — A vovó lhe responde.

— Precisamos falar com você sobre negócios. — O meu pai fala para a vovó.

— Marcasse um horário com a minha assistente e fosse na empresa, sabem muito bem que nenhum de vocês é bem vindo a minha casa. — Ela lhe responde.

— Que coisa horrível de se dizer mamãe, também somos sua família. — A minha mãe lhe diz.

— Não seja sínica Natacha, você, seu marido e essa descarada que chama de filha não sabe o significado da palavra família. — A vovó lhe responde deixando um silêncio constrangedor.

A Abi se levanta da poltrona que estava sentada e vem até mim, segura a minha mão e me ajuda a levantar.

— Vamos para o seu quarto? — Ela me pergunta e apenas aceno em concordância.

Eu queria muito confrontar a Natalya e tirar dela a verdade, mas não seria hoje pós não estou em condições nesse momento.

Me levanto e saio junto com a Abi, fomos até uma das suítes do térreo e entramos. Estava grata por meu quarto ser mais acessível, seria horrível subir e descer os três lances de escadas sozinha.

— O que será que eles vieram fazer aqui? — Pergunto para a Abi.

— A tia Natacha quer que a vovó dê ações da nossa empresa para eles, o Dimitri fez um mal investimento e estão em apuros. — Ela me responde.

— Mas eles não podem querer nada da corretora, é sua herança. — Lhe digo.

— Eu sei, oitenta por cento das ações da empresa são minhas e o restante é da vovó. Ela quer se aposentar, por isso está me treinando para assumir o lugar dela. — Ela me responde.

— Não sabia que eles estão passando por problemas financeiros. — Lhe digo.

— O Dimitri deu mais de oitenta por cento das ações da empresa dele para Natalya, e deixou que o Sean administrasse para ela. Ele desviou dinheiro e investiu em outras empresas, inclusive na principal concorrente deles. O resultado disso foi quase te-los levado a falência, desde então o seu pai está desesperado atrás da vovó, procurando uma injeção de capital. — Ela me responde.

— Então o arrogante trio Petrova já não é mais tão poderoso? — Lhe pergunto.

— Exatamente, a vovó me falou que é questão de poucos meses até o Dimitri ter que fechar as portas da empresa. E com o Sean preso as coisas só complicam para eles, pois o valor que ele roubou não será reposto tão cedo. Ao menos não até que toda a investigação, processo e o julgamento seja concluído e ninguém irá querer investir em uma empresa onde um funcionário do alto escalão desviou dinheiro. — Ela me responde.

— Não sabia que ele estava trabalhando na empresa do Dimitri. — Lhe digo.

— Ele trabalhava lá a meses, acredito que fizeram tudo as escondidas de você. — Ela responde e aceno em concordância.

— Vou ir lá dá uma ajudinha para a vovó, não que ela precise de mim para escurraça-los. E você trate de descansar, o Dom quando me ligou deixou bem claro as recomendações a cerca de sua saúde. — Ela diz e sai em seguida.

Pego meu livro de direito penal para ler um pouco sobre a última matéria que estudei, retiro meus chinelos, me sento na cama e encosto minhas costas na cabeceira.

Coloco meus óculos de leitura e me concentro no que preciso aprender, sublinhando as partes que são mais relevantes e gravando áudios de tudo que vou aprendendo pois será muito útil na hora de estudar para as avaliações.

A porta do quarto se abre me chamando a minha atenção, olho e me deparo com a Natalya me encarando com seu ar arrogante  de sempre.

— Soube que você perdeu o baço após a agressão que sofreu e fiz algumas pesquisas. Você sabia que de seis em cada dez pacientes morrem após perder esse órgão tão importante? — Ela me pergunta e começa a rir.

— O que você quer aqui Natalya? — Lhe respondo com outra pergunta.

— Sabia que ver essa sua cara de moribunda, quase me faz ter  pena de você  Cath. Tadinha, foi rejeitada pelos pais, traída pelo noivo e agora está doente e será um peso na vida do marido no tempo que ainda lhe resta é claro. — Ela me responde.

— É você que me dá pena Natalya, se acha um presente do céu mas no fundo é um nada, uma ninguém. É vazia e oca, eu diria até podre, é invejosa e não se contenta com a felicidade dos outros por que é uma infeliz. — Lhe digo.

— Acha que seu marido irá ficar com você por muito tempo irmãzinha? Um homem como ele gosta de mulheres experientes e que saiba satisfazê-la e não de um virgenzinha traumatizada, logo, logo ele se cansará de você e será meu assim como o Sean foi. — Ela me pergunta e sorrio.

— E você como sempre está querendo o que é meu, e outra vez almejando ser a amante, afinal esse é o único lugar que uma vagabunda como você merece. — Lhe respondo.

— São das vagabundas que homens como ele gostam, de mulheres como eu que aceitam fazer tudo em cima de uma cama. Coisas que você fugiria correndo e gritando, como a menininha assustada que é. — Ela diz.

— Mas saiba que é dessa menininha assustada que ele gosta, é essa menina assustada que o satisfaz. — Lhe respondo.

— Vou fingir que acredito, mas só por pena de você. — Ela diz e se vira para sair.

— A propósito Natalya, obrigado por ter colocado a droga na minha bebida, sei que a sua intenção era me matar mas acabou me dando o melhor presente da minha vida. — Lhe respondo.

— Não sei do que você está falando. — Ela diz  mas vejo que está mentindo.

— Eu queria saber como você conseguiu colocar eu e o Dom naquele quarto de hotel e encenar que havíamos dormido juntos? — Lhe pergunto.

— Isso não é da sua conta. — Ela me responde.

— Tentativa de assassinato é um crime muito grave Natalya. — Lhe digo.

— Sim eu sou a responsável pela droga em sua bebida, e daí? Vá em frente, me denuncie então, mas você jamais irá conseguir provar nada. — Ela me responde e sai em seguida.

Me sento em minha cama, pego meu celular e ouço a gravação da Natalya confessando em alto e bom tom que ela foi a responsável pelas drogas na minha bebida.

ImpiedosoWhere stories live. Discover now