O Aequi Kentron era um espetáculo a ser visto, uma imagem de paz e ordem. A cidadela em si era tão antiga quanto o tempo, rica em história e tradição, construída muito antes da Grande Guerra. Os tijolos de arenito eram feitos à mão, já gastos, mas ainda imaculados. Havia vasos de árvores, vinhas e flores ao longo da entrada. O pôr-do-sol pintava as paredes altas e o sorriso de Soko. Yibo riu dos olhos brilhantes com espanto de seu amigo.
O castelo-ilha com fosso foi construído de arenito com quatro pontes que se ligavam a cada terra como ventrículos a um coração. As paredes de arenito tinham como decoração merlon, canhoneiras e ameias ornamentais. Havia bandeiras e flâmulas para cada terra: preto para as Terras do Norte, branco para as Terras do Oeste, verde para as Terras do Leste e vermelho para as Terras do Sul.
Se os Grandes Reinos eram uma grande massa de quatro partes iguais, o Aequi Kentron era o alvo.
Yibo não tinha ido ao Aequi Kentron por muitos anos, embora não tivesse mudado nada. Enquanto ele e Soko cavalgavam sobre a Ponte das Terras do Norte e para Aequi Kentron, eles estavam oficialmente fora de seu país e em terreno neutro.
Um sino badalando anunciou sua chegada e três guardas vieram ao seu encontro. Cada um usava a rosa dos ventos estampada no peito e uma capa amarela; um segurava uma campainha, outro recuou com a cabeça baixa, o terceiro avançou para cumprimentá-los.— Bem-vindo, Rei das Terras do Norte. Sua presença é uma honra concedida a nós.
Yibo balançou a perna e desceu do cavalo, e Soko fez o mesmo. O terceiro guarda pegou os cavalos e o primeiro acenou com a mão para as grandes portas de madeira.
— Para seus aposentos, se você quiser. Depois de tal viagem, banhos e suprimentos foram preparados antes de sua chegada. Por aqui, para a ala norte. Os homens trarão seus pertences.
A própria jornada de sete dias tinha sido revigorante se Yibo fosse ser honesto. Sim, seu traseiro apreciaria passar um tempo sem encostar em uma sela, mas ver seu país - as cadeias de montanhas de picos íngremes e neve que davam lugar a colinas antes de se achatar em planícies relvadas; as aldeias, os habitantes da cidade acenando e aplaudindo de alegria ao ver seu rei - era algo que Yibo guardaria em suas memórias para sempre.
Passar sete dias e sete noites com Soko era como nos velhos tempos. Na adolescência, eles passavam as noites sob as estrelas, longe dos luxos do castelo, à caça de comida e acendendo fogueiras. Eles também tiveram que praticar pontaria e habilidades de sobrevivência, mas era isso que tornava tudo ainda mais divertido.
Eles passaram as duas primeiras noites em pousadas no caminho para o Aequi Kentron, precisando de um banho quente e de uma cama quente. Só um tolo desejando a morte cruzaria as montanhas no inverno e dormiria ao ar livre. Assim, embora as pousadas tivessem fornecido calor e abrigo e enchido suas barrigas com comida quente, também forneciam muitos vinhos de amora, que, por sua vez, forneciam dores de cabeça para o passeio matinal. Mas, à medida que se aproximavam de seu destino e saíam das montanhas, acharam o clima um pouco mais tolerante e optaram por um acampamento improvisado, escondido da estrada.
Yibo poderia dizer, sem dúvida, que foi uma das melhores semanas de sua vida. Ele pôde ignorar seu título e ser ele mesmo. Não um rei, nem alguém nascido para a grandeza, nem alguém escolhido pelo destino. Apenas um homem com seu melhor amigo, cavalgando pelo campo.
Mas agora eles estavam aqui, onde o destino o esperava, e ele não pôde deixar de se sentir um pouco melancólico.
— O quarto não é do seu agrado, meu senhor? — perguntou o guarda.
Ele os conduziu ao longo de um labirinto de corredores bem iluminados até a ala norte, subindo as escadas até seus aposentos bastante grandes. Eles estavam em uma sala comum com cadeiras de leitura em uma extremidade e uma mesa com pratos de carnes e frutas, duas câmaras de cama separadas, e um banheiro completo com uma banheira fumegante, como prometido. Isso o lembrou de casa.
— Eu gosto — respondeu Yibo, abrindo um sorriso educado. — Diga-me, os outros chegaram?
— Apenas um outro. — o guarda respondeu educadamente, sem oferecer nenhuma outra informação.
— Você sabe de meus compromissos? — Yibo foi adiante. — É esperado que eu encontre o Cônsul hoje?
O guarda baixou a cabeça.
— Haverá uma festa esta noite, para homenagear todos os estimados convidados. Ao pôr do sol, um convite formal será entregue com os detalhes, e um mensageiro virá para acompanhá-lo ao grande salão.
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Golden Eclipse ‧ Yizhan
Fanfiction"Um menino envolto em verde, com uma marca de nascença distinta em forma de árvore em seu pulso. Uma menina envolta em vermelho, marcada com as três linhas dos ventos do deserto. Um menino embrulhado em roupa branca, com a marca do koi em seu puls...