Capítulo 13

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A marca de nascença no pulso de Yibo ficou agitada com o amanhecer. Coçava e queimava como se ele e Xiao Zhan estivessem em quartos diferentes, mas estavam lado a lado. Ele pegou Xiao Zhan inspecionando a sua, esfregando-a suavemente, então ele sabia que ele também sentia.

— Ela está nos alertando do perigo? — Yibo se perguntou em voz alta. — Ou porque o eclipse se aproxima? Os céus estão mais dourados de novo. — ele terminou seu chá. — Ou talvez as duas queimem porque um de nós está ansioso? — Xiao Zhan olhou feio para ele e se levantou, prestes a se afastar, mas Yibo também se levantou e o parou. — Nosso plano vai funcionar. Não é o ideal, mas sem exército e arsenal, é o melhor plano que temos.

— Eu gostaria de sair — sussurrou Xiao Zhan.

O sol ainda não havia passado pelo horizonte e os guardas ainda estavam selando os cavalos, o café da manhã dos outros quase intocado. Ele olhou para Soko, que ainda estava meio adormecido, resmungando com Kohaku sobre sua refeição matinal. Karasu estava amarrando seu saco de dormir. Mas Xiao Zhan precisava voltar para casa, ele precisava ver com seus próprios olhos e precisava ser um rei para seu povo. E isso era algo que Yibo entendia muito bem.

Yibo despejou a água nas brasas, extinguindo-as para sempre. Todos olharam para ele e ele pegou sua bolsa. 

— Vocês ouviram Xiao Zhan. Partimos agora.

Xiao Zhan acenou com a cabeça, agradecido e, depois de recolher sua bolsa, eles se dirigiram aos estábulos. E logo sua procissão estava saindo para a etapa final de sua jornada. Levariam apenas algumas horas, no máximo, e embora Xiao Zhan tivesse explicado o layout de seu castelo - de onde eles se aproximariam, onde poderiam estar quaisquer pontos de observação, quaisquer pontos fracos - Yibo ainda não tinha ideia do que esperar.

Ele podia ver a mudança na paisagem enquanto cavalgavam, todas as casas muito mais próximas agora, em uma cidade contínua. Elas tinham telhados curvos e paredes brancas, e Yibo simplesmente não conseguia imaginar um enorme castelo de pedra como o dele aqui. E quando eles se depararam com uma pequena crista e uma ponte em arco, Yibo não conseguiu ver nenhum 'castelo'. Não, o que ele viu de frente para a beira da água, ainda a alguma distância, era o maior edifício, de longe, com muros altos ao redor. Devia ser isso, mas era o que Yibo chamaria de templo.

Vários andares com vários níveis separados, paredes brancas e telhados curvos ornamentados. Era notável em sua arquitetura e beleza, bem como enorme, mas de alguma forma, complementava o terreno em que estava.

Mas Xiao Zhan não estava olhando para o prédio. Ele estava carrancudo com outra coisa. A bandeira no topo da parte mais alta do castelo, Yibo notou… o koi estava de cabeça para baixo. E uma bandeira de cabeça para baixo significava apenas uma coisa.

Um arrepio percorreu a espinha de Yibo, apesar da umidade.

Xiao Zhan puxou as rédeas de seu cavalo. 

— Andem! — ele mandou, e Karasu e Soko, que estavam na liderança, não precisaram ouvir duas vezes. Eles percorreram ruas estreitas de paralelepípedos, ao longo de canais de água construídos que eram como pontes sem fim. As pessoas pararam e acenaram, aplaudiram e voltaram ao seu trabalho.

Não houve alarme, nenhum terror ou medo, nenhum sinal de angústia em qualquer lugar. Como se os navios em alto mar nem estivessem lá, ou pelo menos não representassem ameaça alguma.

Ou algo estava muito estranho ou eles voltaram correndo sem motivo.

Mas, enquanto abriam caminho pelas ruas, Xiao Zhan não diminuiu a velocidade, e a expressão dura de seus olhos parecia apenas mais determinada.

Golden Eclipse ‧ YizhanWhere stories live. Discover now