IV. beijinhos franceses

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  Mais um dia de proletariado se inicia na vida de Jimin. Ele sabia agora em qual horário o ônibus pegar, mesmo que isso o faça ter que chegar na escola alguns minutos antes do seu horário.

Ao chegar naquele lugar ainda vazio, analisa Teresa que chegou segundos atrás e a garota parecia perder a noção de como andava com a presença de Park Jimin.
Ele percebia, mas fingia que nada acontecia para não constranger a garota.

Teresa era bonita, Jimin se sentiria atraído facilmente por ela, se fosse hetero.

— Bom dia, Teresa. — Park profere enquanto espera a garota se sentar na cadeira de costas para ele, atrás do balcão.

— ¡ay Dios mío! — Ela se assusta  deixando cair as chaves dos armários.

— Eu te assusto tanto assim? — O tom era brincalhão.

— Agora me assustou um pouco sim. — Ela diz arrumando seus óculos no topo da cabeça. — Hoje é dia de provas, vai sair mais cedo do trabalho. Estagiários não ficam para corrigir as provas.

— Quer dizer que hoje não terá Peter e Annie gritando? — Aqueles gêmeos eram reconhecidos por todo lugar.

— A sala que você está é sempre uma surpresa. — Teresa confessa e ri baixo lembrando. Porém alguns passos atrás dos mesmos os chamam atenção.

Jimin olha para trás e vê a silhueta de um homem com vestimentas simples, apenas uma calça jeans larga e um moletom largo lilás com algum tênis da coleção nova da Nike. Ele parecia um adolescente, não aparentava ter mais de vinte anos, mas sua expressão era séria.

— Senhor Min Yoongi. — Teresa exclama e Park analisa o homem que estende a mão para o mesmo.

— Sou o professor de música dos pequenos. — Ele diz e Park sorri.   — Peguei licença alguns dias, estava passando por uma cirurgia, e já arrumaram meu substituto?

Teresa ri com o tom do professor de música e Jimin ri fraco.

— Sou apenas um estagiário da senhora Yolanda. — Park diz e a feição de Yoongi muda para uma careta de desgosto.

— Aquela mulher ainda está viva? Aquele pulmão dela ainda está resistente? — Ele diz para Teresa que encolhe os ombros como se concordasse mesmo querendo rir. — Deve ser um poço de alegria as aulas dela, fico até com inveja de você, garoto, mesmo na Espanha, você visita São Paulo todo dia.

Seu tom era tão sério que fez Teresa pender a cabeça para o lado não entendendo a referência.

— Ele sente a mesma poluição de São Paulo diariamente com ela do lado.

Então ela gargalha enquanto ele também ri da risada da garota. Park se junta ao grupo vendo que Teresa e Yoongi talvez eram muito próximos a ponto de falarem mal de Yolanda.
Porém, sabia que em todo ambiente de trabalho uma amizade nasce do ódio em comum por uma pessoa.

— Pelo menos os alunos compensam. Gostei de todos, principalmente Gaia.

— Jeon Gaia? É uma das minhas melhores alunas, seu forte é artístico.

Diz o professor e Jimin concorda lembrando do quão bem Gaia desenvolveu o projeto com massa de moldar.

Para uma garota de seis anos, os seus talentos eram enormes, talvez lembrasse seu pai. Não com todas as matérias, como Jeon, mas herdava habilidades artísticas que seu pai escondia na maioria das vezes e Yoongi sabia. Aliás, estudou com o mesmo, eram alguns anos mais velho, mas lembrava de um adolescente sempre curioso no que fazia, focado, com o nome em todas as listas de melhores alunos nos painéis.

POR TRÁS DA GRANDE MÁFIA | jjk + pjmOnde as histórias ganham vida. Descobre agora