• dezessete •

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CAPÍTULO DEZESSETE
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Se as coisas fossem verdadeiramente mais fáceis para os dois, se eles mesmos não acabassem com a própria oportunidade de estarem ao lado um do outro, talvez aquele sentimento guardado, do qual ambos viam como algo ruim, pudesse ter sido transformado em alguma coisa que nunca mais os separaria. Eles eram assim, ou se amavam ou se odiavam, ou preferiam ficar distantes, ou achavam-se bonitos na luz do luar. Ou queriam se beijar, ou pensavam que aquela possibilidade era pura loucura. Como haveria de ser normal? Se óleo e água não se misturavam, Dora e Six também não.

Quando Pandora se levantou e saiu, Sirius pensou ter visto ela caminhar sozinha pela sala, como se ninguém mais estivesse ali com ele, dando-lhe a sensação de poder correr atrás dela sem receber julgamento algum. Ele teria corrido, sabia disso do fundo de seu coração calejado, teria se levantado, caminhado até ela e segurado sua mão para que ambos pudessem atravessar a porta juntos e ele a beijaria com as costas escoradas na parede fria. Ele teria feito tudo isso, mas não fez.

— Tudo bem? Vocês brigaram? — Lupin perguntou.

Remus apareceu ao seu lado, talvez sendo sua única razão para não ir até Pandora e o fez sorrir sem graça, mais como um cumprimento educado. Sirius o encarou, dessa vez a lua fora deixava de lado, escondida por nuvens enquanto mal iluminava os dois, não como iluminara ela.

— Ah, raras foram as vezes em que eu e ela brigamos. — Sirius disse.

O garoto franziu o cenho.

— Estranho, sinto que posso contar nos dedos as vezes em que não discutiram na minha frente.

— Discutir é impessoal, infantil. Brigar é pessoal, nossas brigas só existem se houver um motivo verdadeiramente doloroso. — contou.

— E dessa vez foi pessoal?

Sirius o encarou, os olhos tão iluminados quanto seu sorriso e ele desejou amar Remus, porquê seria tão fácil. Ele era bom, tinha uma gentileza acima de média e era simplesmente a primeira pessoa que Sirius pensava ao ouvir falar de perfeição, Remus era tão perfeito para si que parecia errado, talvez ele não merecesse. Talvez ele fosse um crápula por apostar um beijo de alguém como seu melhor amigo, nunca mereceria beijá-lo. Mas quem sabe ele gostasse do beijo, ou não. Pandora gostou do seu beijo?

Por Merlin, aquilo não deveria importar. Mas será que ela o beijaria de novo?

— Dessa vez foi... foi pessoal demais pra mim. — disse Sirius.

Remus sorriu. Sirius não conseguiu se esquecer daquele momento.

Pandora passou alguns dias sem nem sequer dar de cara com Sirius, o que ela achou esplendoroso e revigorante, apesar disso, era esquisito não discutir com ele e ao invés disso receber o seu silêncio. Não lembrava-se bem do que havia acontecido naquela festa, mas sabia que deveria ter funcionado o suficiente para mantê-lo em uma distância segura de si, era melhor assim. Quanto mais longe de Sirius Black ela estivesse, haveriam menos chances de ceder ao seu ar sedutor e ao seu beijo que era mais do que bom.

Teve mais tempo para pensar melhor na próxima data comemorativa que já estava chegando, o aniversário de sua melhor amiga e o dia dos namorados, que coincidentemente aconteciam no mesmo dia. Sua melhor ideia, ou pior, fora começar a planejar uma festa surpresa para ela com a ajuda de Regulus e Charlie, a quem ela confiou o trabalho de convidarem os amigos próximos e arranjarem decorações. Já para ela, restou a parte mais difícil, encontrar algum lugar do qual Morgana não poderia desconfiar que estava sendo usado, ela era muito esperta. E, obviamente, comprar algum presente legal.

UNTAMED • sirius blackWhere stories live. Discover now