• vinte e sete •

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CAPÍTULO VINTE E SETE
i will survive

Pandora não estava dormindo em seu dormitório quando acordou de um sono leve, ela quase não conseguiu dormir, mas aparentemente acabou fechando os olhos mesmo assim e quando os abriu estava deitada no Salão Comunal. Abraçada em uma almofada verde escura, ela observou ao seu redor, ainda parecia cedo já que o lago não se mostrava tão claro pela janela, então se levantou, aparentemente a única acordada naquele horário. Se arrumou rapidamente, sem se preocupar com o que estava vestindo, principalmente porquê era um sábado e ela estava livre das aulas.

No momento em que viu alguns alunos se levantarem também, decidiu que era o momento certo para botar uma parte de seu plano em prática, talvez a única parte que poderia dar certo. Guiou-se até os dormitórios mais afastados, onde sabia exatamente qual porta abrir e com quem falar, porquê ela já havia o feito centenas de vezes antes. Ela parou na frente da porta, é claro, sem ter certeza de que o que estava fazendo era o certo, mas ela não tinha outra opção. Ele precisava ajudar. Ele iria ajudar.

— Regulus, sou eu, posso entrar? — ela quase sussurrou.

Ela bateu a porta em uma melodia rápida, já perdendo a certeza de que ele iria abri-la.

— Eu sei que você sabe o que aconteceu. — continuou. — Reggie, por favor... Nós não temos mais ninguém, ela é minha melhor amiga...

A porta se abriu lentamente com um rangido barulhento, mas aparentemente não fora ele quem abriu com as mãos e sim um feitiço qualquer. Pandora o viu sentado na beirada da cama, ainda usando pijamas e com os pés descalços tocando o tapete no chão. Seus colegas de quarto já haviam se levantado e ele era o único que permanecera ali, como se esperasse alguma coisa, qualquer coisa. Talvez o problema com Regulus fosse tanto esperar que as coisas acontecessem.

— O que você quer comigo? — ele perguntou. — Eu não posso ajudar ela, Pandora. Sinto muito desapontar.

Ela não se importava mais com palavras rudes, nem a falta de educação de um Comensal da Morte de dezesseis anos. A vida era muito mais do que comentários bons.

— Regulus, não quero nada que possa criar problemas pra você, eu nunca faria nada pra te prejudicar. — Dora disse. — Só preciso de uma informação.

Ele a encarou.

— Não sei de nada, Pandora. Eu já disse.

— Ora, se até o maldito Pettigrew sabe sobre essas coisas, imagino que você também deve saber. — ela exclamou. — Só preciso de uma informação, nada mais. Eu juro que não vou mais falar com você sobre isso, nem mais nada, se você quiser. Nunca mais.

— Dora...

— Por favor.

Regulus aparentemente percebeu o desespero no olhar dela e soltou um longo suspiro cansado, fazendo um aceno com a cabeça para que ela começasse a falar.

— Sabe o que vão fazer com ela? — perguntou, o medo brilhando em sua voz.

— Pensei que você já soubesse, não é nada surpreendente.

Pandora franziu o cenho, o garoto a imitou.

— Vão casar ela e o Charlie. — murmurou. — Com o Voto Perpétuo.

O tom carmim que o rosto da garota ganhou quase assustou Regulus, ela sentiu que poderia cair para trás se não não estivesse sentada no chão. Um casamento poderia não ser o fim de tudo, afinal de contas eles poderiam se separar em questão de minutos, ainda mais levando em consideração que era apenas papel e pena, mas um Voto Perpétuo... era bárbaro, cruel, algo que nem mesmo era de se imaginar. Por Merlin, era como assinar um contrato com o Diabo, você não tem como simplesmente passar uma borracha, aquilo dura para sempre. Charlie era um bom garoto, com certeza não seguiria o lado das Trevas e tentaria amar Morgana, mas nada daquilo era certo. Os dois tinham sonhos, desejos, ambições as quais seriam deixadas de lado por uma loucura da cabeça da mãe dela.

UNTAMED • sirius blackWhere stories live. Discover now