41. i lost you.

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Jaden Hossler, point view
Penn State University, Pensilvânia

Estava sentado no sofá da sala do meu apartamento. Junto comigo, estavam Bryce, Vinnie, Chase e Anthony. As garotas também estavam aqui, mas não no mesmo cômodo que nós. Alabama, como sempre, estava sentada no meu colo.

— Você não me contou que era tão ruim nesse jogo, dude. — Hall ironiza, e eu mando meu dedo médio para ele.

Volto minha atenção para a TV na minha frente. Alabama passou seus braços pelo meu pescoço, enquanto eu abria às pernas para que ela pudesse sentar confortavelmente no meio dela. A loura levou seus lábios até meu pescoço, roçando a pele contra a minha.

— Eu não posso agora. — digo, não fazendo questão nenhuma de virar para olhá-la. — Estou concentrado no jogo.

— Você fala isso toda vez. — ela diz.

— Porque toda vez que você vem pra cima de mim eu estou ocupado. — bufo, a forçando a sair do meu colo.

Percebo que já era tarde da noite quando meu olhar se volta para a janela. A única luz que brilhava lá fora era a amarelada, e por segundos, me esqueci o que eu já deveria está fazendo a horas.

Em uma rapidez indescritível, pego meu celular. Merda, são onze e dez. Eu estou atrasado. Muito atrasado.

— Merda. — digo, já me levantando do sofá. — Eu tô vazando galera.

— Pra onde você vai cara? — perguntou Hall.

— Preciso resolver algumas coisas.

Pego meu casaco de couro no braço do sofá e me levanto. Antes que eu possa sair, Alabama me segura pelo braço e sibila algo como "Onde você vai?". Não a respondo. Só solto o mesmo das mãos dela e zarpo para fora do meu apartamento.

[...]

O caminho até meu carro foi rápido, assim como o caminho para a biblioteca da faculdade também foi. Ao chegar lá, me deparei com o portão fechado, e nenhum sinal de Megan.

Eu vigiava Megan Rutherford há três semanas. Talvez ela não lembre, mas eu prometi a ela que não deixaria nada acontecer. Não de novo.

Estava lá no dia que ela contou do emprego, e avisou da não concordância de horário com a do namorado. E mais do que ninguém, sabia que ela não me queria por perto. E é por isso mesmo que eu a vigio, porque sei que ela morre de medo de voltar para o apartamento nesse breu.

Ela não me quer por perto. Mais um motivo para eu me manter longe. Longe o suficiente para fazê-la viver a própria vida.

Engatei a ré assim que não vi movimento nenhum. Merda, ela deveria estar aqui. Ela sempre demora pelo menos uns quinze minutos para começar a andar até sua casa. Merda. Eu não posso deixar nada acontecer com ela, não de novo.

Como o flash eu dirijo até o nosso estacionamento. Não vi nenhum carro estranho parado ali, ou algo do tipo. Sai do meu depressa, como se eu precisasse ganhar uma maratona que dependeria da minha vida.

A chave de acesso foi aberta por mim instantes depois. Meus tênis surrados por conta da quantidade de vezes que já andei de skate com eles, faziam um barulho irritante no chão a medida que eu subia as escadas. Porra, que nada tenha acontecido.

Bati diversas vezes na porta de Megan. Desesperadamente toquei a sua campainha. E minutos depois, ela apareceu na minha frente, vestindo pijamas.

— Puta que pariu! — eu exclamei, entrando no apartamento e fechando a porta atrás de mim. — Onde você estava? Te procurei pelo campus todo!

— Eu sai mais cedo do trabalho...

E assim que ela falou aquelas palavras, seu olhar se iluminou. Ela me olhou espantada, e deu passos para trás.

— Então era você?

— Eu prometi que eu não ia deixar nada acontecer com você Megan. — digo, me aproximando dela. Tinha medo dela explodir de novo. Como ela sempre faz quando eu estou perto. Sempre na defensiva.

— Eu mandei você ir embora Jaden... — ela diz, ainda confusa. — Você me prometeu...você me prometeu que não me daria esperanças...

— Eu não consegui, ok? — exclamei. — Eu não consigo mais ficar longe de você Megan.

— Pensava nisso antes de me tratar daquela forma. — ela diz, jogando na minha cara a última quarta feira, na biblioteca. — Pensava nisso antes da sua namorada praticamente me humilhar na sua frente.

— E você acha que é o que? — digo. — Está namorando com um cara e visivelmente ainda pensa em mim.

Digo aquilo torcendo para que fosse verdade. Sei que Megan amava Tayler, mas ela não olhava pra ele do jeito que me olhava. Como no piquenique na Filadélfia, ou no dia que as amigas dela quase nos pegaram no flagra ma banheira.

A realidade era que eu não conseguia ficar longe dela. E eu não fazia ideia de como prosseguir com esse sentimento confuso. Eu sei que fiz mal a ela, e ela sabe. E meu maior medo é continuar fazendo.

— Eu quero que você vá embora daqui, Jaden. Eu não quero ver sua cara.

— O que? — pergunto desacreditado. — Eu estava sendo seu guarda pelo último mês, Megan. O mínimo que eu merecia é um obrigado.

— Você não merece nada vindo de mim seu filho da mãe! — com ódio nas palavras e sangue não olhos, ela diz. — Você me tratou que nem merda todos esses meses e agora quer que eu simplesmente agradeça por tudo?

— Ótimo, faz assim, — começo a falar entre dentes. — eu não vou te escoltar mais. Então reze para todos os deuses que nenhuma barbaridade aconteça com você, caralho.

Saio do apartamento de Megan com cabeça quente. Desço as escadas com força, correndo pelo estacionamento do nosso alojamento.

Entrei no banco do motorista e desmoronei. De raiva. Bati no volante do carro tantas vezes que jurei que ouvi algum osso se quebrando, por conta da raiva, de tudo. Eu era feito de ódio, e de outros trezentos e cinquenta sentimentos diferentes ainda não conhecidos por mim.

Liguei o rádio, e a primeira música que começou a tocar por Stop crying you heart out.

A banda preferida dela.

Mudei de rádio novamente, e pearl jam começou a tocar. Não acreditei. E quando eu mudei pela terceira vez a estação de rádio, não fiz menção de trocar.

All I Want, do U2, tocava na rádio. E de repente, me vi viajando pela vez que escutamos essa música pela primeira vez, ela cantando com os braços levantados é quase ficando rouca. Ou da vez do hospital. Essa música tocava na rádio na hora que ela desmaiou. Merda, a porra dessa música estava em todos os lugares possíveis.

Sim Bonno Vox, você está certo, — comecei a falar, como se o vocalista da branda britânica pudesse me escutar. — Tudo que eu quero é ela.

A realidade é que, Megan Rutherford me fazia sentir diversas sensações. Ela me faz sentir ódio, desejo, raiva, orgulho, e as vezes algo muito mais perigoso: — amor.

| 𝟱𝟬𝟱! 𝗃𝖺𝖽𝖾𝗇 𝗁𝗈𝗌𝗌𝗅𝖾𝗋.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora