Capítulo 3

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|Mariah| - Parte II

Voltei para casa mas não consegui tirar o problema do Enzo da cabeça. Nem sei o porquê, já que eu tinha os meus para me preocupar. Sem pensar muito sobre, mandei uma mensagem para ele, que disse que em meia hora viria me pegar. 

— Está cinco minutos atrasado — Digo ao meu sentar no banco do carona. 

— Tanto faz, aonde nós vamos? — Pergunta.

Coloco a localização no gps e ele segue as coordenadas.

— Estamos saindo da cidade? — Enzo pergunta, não gostando nada daquilo.

— Tecnicamente, não — Sorrio. — Pode estacionar ali — Ele estaciona onde indiquei.

— O que tem aqui? — Ele me pergunta enquanto soltamos do carro. A rua está bastante escura.

Ele me segue pela rua até pararmos em frente a um cemitério. 

— Tá de sacanagem, Mariah? — Pergunta dando um passo pra trás.

— Você fala demais, só me segue — Retiro duas lanternas da mochila e entrego uma pra ele.

Primeiro eu jogo a mochila sobre o muro, para depois usar um buraco na parece como apoio de pé. Fico pensando que Enzo desistiu, mas logo escuto ele subindo no muro também.

— Vai me dizer o que estamos fazendo aqui, ou não? — Fala bastante irritado, iluminando todos os cantos com a lanterna.

— Viemos conversar, mas eu tinha que vir aqui primeiro — Explico, enquanto andamos.

— E por que?

— Por isso — Paro em frente uma lápide muito maltratada pelo tempo.

— Quem é? — Ele se abaixa para ler o nome.

— Minha mãe biológica — Digo retirando um arranjo de flores da mochila. — Feliz aniversário, mãe — Sorrio e me levanto. — Pronto, agora podemos conversar, vamos.

Sigo para os fundos do cemitério com Enzo atrás de mim.

— Será que podemos voltar para o carro? — Pergunta.

— Ainda não.

Paramos em frente a um mausoléu e retiro a chave do bolso. 

— Você vem? —Estendo a mão e ele segura, me acompanhando para dentro do lugar.

Não havia nada ali dentro, mas aposto que ele pensou que era uma tumba. Puxo um alçapão, revelando uma escada para um tipo de porão.

— Sério, você está conseguindo me assustar — Eu sabia que ele devia estar apavorado, mas eu estava me divertindo muito com aquilo. Cadê o Enzo todo fodão agora? 

O corredor era escuro e estreito, muito estreito. Paramos em frente uma porta e usei mais uma chave para abrir.

Enzo me seguiu e agora ele parecia encantado com o lugar que proporcionei a ele. Uma praia muito deserta. 

— Que lugar é esse? — Pergunta largando a lanterna no chão.

— Meu lugar secreto, venho aqui quando as coisas não estão bem e como você não está em um bom momento, achei que merecia desfrutar também.

Ele me encara sorrindo e segura minha mão. 

— Obrigado.

Retiro uma toalha da mochila e estendo na areia, me sentando e bato no lugar ao meu lado para que ele se sente também.

Hoje e Para SempreWhere stories live. Discover now